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Mastozoología neotropical

versión impresa ISSN 0327-9383versión On-line ISSN 1666-0536

Mastozool. neotrop. vol.22 no.2 Mendoza dic. 2015

 

ARTÍCULO

 

Morcegos (mammalia, chiroptera) em refúgios diurnos artificiais na região sudeste do Brasil

 

Theany Biavatti1, Luciana M. Costa1,2 e Carlos E. L. Esbérard1

1 Laboratório de Diversidade de Morcegos, IB, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Km 47 da BR 457, 23890-000, Seropédica, RJ, Brasil
2 Laboratório de Ecologia de Mamíferos, Departamento de Ecologia, IB, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rua São Francisco Xavier 524, 20550-013, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. [Correspondência: Luciana de Moraes Costa <costalucianam@gmail.com>].


RESUMO.

Residências e construções isoladas no interior de áreas de florestas bem conservadas também são utilizadas como refúgio diurno pelos morcegos o que sugere que construções são atrativas por proverem proteção contra predadores, além de serem ambientes adequados para reprodução e interação social. Neste trabalho é apresentada uma revisão dos dados disponíveis na literatura para o sudeste do Brasil a partir de 2000 e dados não publicados coletados pelos autores entre 2010 e 2013 sobre o uso de construções pelos morcegos. Trinta e um trabalhos publicados foram analisados. Somados aos dados dos autores um total de 42 localidades foram amostradas, e 37 espécies de morcegos foram registradas em construções. Um total de 23 espécies possui dados de coabitação, enquanto 14 não compartilham abrigo com outras espécies. Molossus molossus mostra elevada frequência em construções de áreas antrópicas e trata-se da espécie insetívora mais capturada na Região Su­deste do Brasil e a que mais se refugia em forros. Em outros tipos de construções, a espécie mais frequente em coabitação foi Desmodus rotundus, citada em 16 artigos compartilhando abrigo com nove espécies. Amostragens no interior desses abrigos são importantes por fornecerem dados sobre as interações entre as diferentes espécies. Essas informações poderão contribuir para procedimentos adequados de manejo e para que problemas de saúde pública sejam minimizados.

ABSTRACT.

Bats (Mammalia, Chiroptera) in artificial diurnal roosts in southeastern Brazil.

Many bats use isolated houses and buildings within forested areas as daytime shelters. The large use of buildings suggests that these may be attractive for many bat species to provide protection against predators and are suitable for reproductive and social interactions. We present an overview of published (since 2000) and unpublished data (2010-2013) on the use of buildings by bats in southeastern Brazil. Thirty-one published works were analyzed. Together with the authors’ data, we document 42 sites and 37 species of bats recorded to roost in buildings. Twenty-three species share shelters with other species. Molossus molossus was common in constructions of dis­turbed areas, was the most commonly captured insectivorous species in southeastern Brazil, and the one most frequently found under roofs. In other types of buildings, the most common species was Desmodus rotundus, observed in cohabitation with nine other species. Sampling in these roosts is important for providing data on the interactions between species. Additionally, this information could contribute to optimal management for minimizing public health problems.

Palavras-chave: Adaptação; Colônias; Interações com humanos; Refúgio; Urbanização.

Key words: Adaptation; Colony; Interaction with humans; Roosts; Urbanization.

Recibido 17 diciembre 2014.
Aceptado 1° junio 2015.

Editor asociado: R Gregorin


INTRODUÇÃO

No Brasil, estudos sobre a ocorrência e a distribuição de morcegos nos últimos anos têm aumentado, no entanto esse conhecimento se restringe a pesquisas realizadas em menos de 10% de toda extensão do país (Bernard et al., 2011). A maior parte dos estudos sobre morce­gos ocorre na Região Sudeste (Uieda e Pedro, 1996), sendo o Rio de Janeiro o estado melhor amostrado (Bergallo et al., 2003; Esbérard e Bergallo, 2005) e com longo histórico de pesquisas (Peracchi e Nogueira, 2010). Entretanto, dados sobre o número de ocorrências em áreas urbanizadas ainda são deficientes até mesmo na Região Sudeste do país (Pacheco et al., 2010), principalmente nos estados do Espírito Santo e Minas Gerais (Bergallo et al., 2003).

Nos centros urbanos, os morcegos são favorecidos por fontes de alimento como insetos que podem ser atraídos pela iluminação artificial, pela presença de diversas espécies de árvores frutíferas que podem ter seus frutos utilizados como alimento, e pelas construções que podem ser utilizadas como abrigo (Uieda et al., 1995; Bredt et al., 2009; Pacheco et al., 2010; Almeida et al., 2011; Carvalho et al., 2011; Albuquerque et al., 2012). Residências e construções isoladas no interior de áreas florestadas bem conserva­das são utilizadas como refúgio diurno pelos morcegos (Esbérard, 2001; Freitas, 2012) o que sugere que construções podem ser atrativas por proverem proteção contra muitos dos predadores e contra intempéries, além de ser ambiente adequado para reprodução, criação de filhotes e interação social (Kunz, 1982; Lewis, 1995; Uieda et al., 1995).

Estudos em abrigos diurnos são importantes, pois podem complementar a amostragem da diversidade local (Portfors et al., 2000; Pol et al., 2003) e porque permitem a observação direta de aspectos da biologia de espécies com poucas capturas de indivíduos quando em atividade de forrageio ou deslocamento (Luz et al., 2011). Esses estudos também permitem estimar a adaptabilidade das espécies ao meio ambiente e as relações interespecíficas estabelecidas por elas (Costa et al., 2010). Nos centros urbanos a identificação dos abrigos e das espécies que coabitam é importante para determinar tam­bém o papel que cada espécie desempenha na epidemiologia da raiva (Scheffer, 2005; Almeida et al., 2011). Pessoas que entram em locais pouco ventilados e com acúmulo de guano podem promover a suspensão de esporos de fungos como Histoplasma capsulatum (Darling, 1906), causador da histoplasmose (Esbérard et al., 1999; Ferreira e Borges, 2009; Pacheco et al., 2010). Além de doenças, a presença dos morcegos e o acúmulo de guano dentro de construções humanas podem causar odores de­sagradáveis e eventualmente causar a contaminação de alimentos e da água armazenada nas caixas d’água, quando não estão devidamente fechadas (Esbérard et al., 1999; Reis et al., 2006; Schneider et al., 2009; Carvalho et al., 2011).

No entanto, são poucos os pesquisadores que optam por realizar capturas em refúgios artificias de quirópteros no Brasil (Sazima e Uieda, 1977; Esbérard e Bergallo, 2005; Bol­zan et al., 2010; Peracchi e Nogueira, 2010). Alguns trabalhos publicados apresentam dados de quirópteros em seus abrigos naturais ou artificiais, porém são dados de pesquisas rela­cionadas, geralmente, a registros de espécies em determinadas regiões do país, prevalência de ectoparasitos e/ou a presença do vírus rábico (Bredt et al., 1999; Barros et al., 2006; Carvalho et al., 2011; Rosa et al., 2011).

Para a Região Sudeste do Brasil não existe um levantamento reunindo todos os registros de espécies que se refugiam durante o dia em construções humanas. No estado do Rio de Janeiro, Esbérard et al. (1999) amostraram 120 refúgios artificiais entre os anos de 1989 e 1998 e elaboraram uma lista das espécies nas áreas urbanizadas do estado. O presente trabalho tem como objetivo atualizar os registros de espécies que utilizam construções humanas como abrigo diurno no estado do Rio de Janeiro, elaborar uma lista dessas ocorrências para o sudeste do Brasil de 2000 a 2013 e analisar quais espécies têm registros de coabitação.

MATERIAL E MÉTODOS

Para elaboração deste trabalho foram utilizados registros do banco de dados do Laboratório de Di­versidade de Morcegos (LADIM) da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e dados da literatura.

As fontes para obtenção dos dados de referências foram: banco de teses da CAPES, Scielo, Scopuse Google Scholar. As buscas foram realizadas entre os meses de abril e setembro de 2013, utilizando as palavras “Chiroptera”, “quirópteros”, “morcegos”, “bats”, “abrigos”, “refúgios”, “roosts”, “Rio de Janeiro”, “São Paulo”, “Espírito Santo”, “Minas Gerais” e a combinação das mesmas. Dados como coabitação e tipo de refúgio artificial ocupado como casa, forro de casa ou outros tipos de refúgio artificial foram anotados. Foi considerado abrigo artificial qualquer construção humana utilizada como refúgio diurno. Foram considerados usuários de construções como refúgio, os morcegos capturados nesses locais durante o dia, ou que saiam do mesmo durante a noite. Nesta análise só foram considerados refúgios permanentes as estruturas com informações de uso durante o dia por pelo menos sete dias consecutivos através de informações dos moradores ou observação direta.

Observações diretas além do uso de redes e armadilhas foram consideradas para obtenção dos dados não publicados e apresentados no presente trabalho, cujas capturas ocorreram de 2000 a 2013 em seis localidades do estado do Rio de Janeiro e em duas localidades do estado de Minas Gerais.

RESULTADOS

Um total de 84 estudos com dados sobre refúgios de morcegos foi obtido, sendo 75 referentes a pesquisas realizadas no Brasil. Para a Região Sudeste, foram obtidos 48 estudos. Desse total, 31 apresentaram dados de capturas em refúgios artificiais, enquanto 17 não especificaram a lo­calidade exata de captura dos morcegos ou se os refúgios estudados eram naturais ou artificiais.

Dentre os trabalhos publicados sobre refú­gios artificiais no Sudeste, o estado do Rio de Janeiro apresentou o maior número de estudos da Região Sudeste (68%, N = 21), entre os anos de 2000 e 2013 (veja Costa et al. 2010 e Luz et al. 2011), seguido de São Paulo (16%, N = 5), que teve seus resultados publicados entre 2000 e 2011 (Albas et al. 2011). Do estado do Espírito Santo foi obtido somente um artigo (Mendes et al. 2011), publicado no ano de 2011, ano em que ocorreu o maior número de publicações sobre o assunto na região sudeste (N = 6), enquanto Minas Gerais apresentou quatro trabalhos publicados entre 2003 e 2012 (De Knegt et al., 2005; Aguiar et al., 2012). Mesmo no estado do Rio de Janeiro observa-se grande concentração dos trabalhos nas regiões sul e central do estado, com ausência quase completa de registros disponíveis na região norte (Fig. 1).


Fig. 1. (A) Localidades com dados de morcegos em refúgio artificial entre os anos de 1999 e 2013 na região sudeste do Brasil. (B) Detalhe do estado do Rio de Janeiro com inserção do mapa da América do Sul, destacando a localização do sudeste brasileiro. Estados, municípios e localidades: Espírito Santo, (1) Ibiraçu, Área de Relevante Interesse Ecológico Morro da Vargem e (2) Alfredo Chaves, propriedade particular; Rio de Janeiro, (3) Miracema, Paraíso do Tobias; (4) Casimiro de Abreu, Morro de São João; (5) Silva Jardim, Reserva Biológica de Poço das Antas; (6)Friburgo, Fazenda Ouro Verde; (7) Cachoeira de Macacu, Fórum; (8) Guapimirim, Centro de Primatologia; (9) Teresópolis, Chalé Sacre Coeurs; (10) Maricá, Serra Inoã; (11) Três Rios, propriedade particular; (12) Rio de Janeiro, Rua Felício dos Santos; (13) Rio de Janeiro, São Cristóvão; (14) Rio de Janeiro, área urbana; (15) Petrópolis, Reserva Biológica de Araras; (16) Nova Iguaçu, Reserva Biológica do Tinguá; (17) Seropédica, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro; (18) Valença, Santuário da Vida Silvestre da Serra da Concórdia; (19) Itaguaí, Ilha de Itacuruçá; (20) Mangaratiba, Ilha da Marambaia; (21) Man­garatiba, Sahy; (22) Volta Redonda, Área de Relevante Interesse Ecológico Floresta da Cicuta; (23) Angra dos Reis, Ilha Grande; (24) Angra dos Reis, Ilha da Gipóia e (25) Visconde de Mauá, propriedade particular; Minas Gerais, (26) Santa Bárbara, Serra da Caraça; (27) Belo Horizonte, propriedade particular; (28) Aiuruoca, Reserva Particular do Patrimônio Natural Cachoeira do Tombo; (29) Alfenas, Fazenda Ilha; (30) Araguari, propriedade particular e (31) Uberlândia, Fábrica Sadia; São Paulo, (32) Amparo, Km 116 da Estrada Morungaba; (33) Morungaba, Km 109 da Estrada Morungaba; (34) Jundiaí, propriedade particular; (35) Quadra, Rodovia Castelo Branco; (36) Botucatu, propriedade particular; (37) Fazenda Intervales, Ribeirão Grande; (38) Novo Horizonte, Fazenda Santa Maria; (39) Icem, Rodovia Icem Paulo de Faria; (40) Tanambi, Fazenda São José; (41) Neves Paulista, propriedade particular e (42) Presidente Prudente, propriedade particular.

Um total de 37 espécies apresenta registros publicados em construções (Tabela 1). Desse total, 15 espécies (40.5%) foram registradas em forros. Outros tipos de refúgios artificiais como porões, pontes, bueiros, cisternas, ductos de ventilação e chaminés foram confirmados como abrigos de 22 espécies (64.9%), com 11 espécies (29.7%) confirmadas utilizando todos os tipos de refúgios artificiais considerados. No Rio de Janeiro, 18 espécies foram listadas previamente e somadas aos novos registros, totalizam 33 espécies. Nove espécies foram registradas em São Paulo, 14 em Minas Gerais e seis no Espírito Santo. O estado do Espírito Santo apresenta registro exclusivo de uma espécie (Lonchorhina aurita Tomes, 1863) enquanto o Rio de Janeiro apresenta exclusividade de 19 espécies: Anoura caudifer (E. Geoffroy, 1818), Lophostoma brasiliense Peters, 1866, Micronycteris megalotis (Gray, 1842), Phyllostomus hastatus (Pallas, 1767), Tonatia bidens (Spix, 1823), Artibeus fimbriatus Gray, 1838, Artibeus litu­ratus (Olfers, 1818), Artibeus obscurus (Schinz, 1821), Artibeus planirostris (Spix, 1823), Pla­tyrrhinus recifinus (Thomas, 1901), Sturnira lilium (E. Geoffroy, 1810), Noctilio leporinus (Linnaeus, 1758), Furipterus horrens (Cuvier, 1828), Cynomops abrasus (Temmincki, 1826), Molossops neglectus Willians & Genoways, 1980, Molossus rufus E. Geoffroy, 1805, Nyctinomops macrotis (Gray, 1840), Lasiurus ega (Gervais, 1856) e Myotis levis (E. Geoffroy, 1824). Foram registradas duas espécies exclusivamente em Minas Gerais, Nyctinomops aurispinosus (Peale, 1848) e Nyctinomops laticaudatus (E. Geoffroy, 1805); São Paulo não tem registros exclusivos.

Tabela 1 Lista de espécies capturadas ou observadas em abrigo artificial no sudeste do Brasil, família e espécie, tipo de abrigo artificial, número de indivíduos registrados, local do registro, estado do sudeste do Brasil onde ocorreu o registro e respectiva referência bibliográfica.






Vinte e três espécies (62.2%) apresentam dados de coabitação, enquanto 14 espécies (37.8%) não compartilham o abrigo com outras espécies. Dentre as espécies que utilizam o mesmo abrigo que outras espécies, Tadarida brasiliensis (I. Geoffroy, 1806) apresenta registro somente em forros (Tabela 2), 14 foram registradas em outros tipos de refúgio artificial, enquanto oito coabitam com diferentes espécies em todos os tipos de refúgios artificiais (Tabela 2).

Tabela 2 Dados de espécies que se refugiam em outros tipos de abrigos artificiais nos estados do sudeste do Brasil (siglas abaixo e à esquerda) e o número de registros para cada coabitação (valores acima e à direita).

Registros de coabitação em forros ocorreram somente no estado do Rio de Janeiro. Myotis nigricans e M. molossus apresentaram registros de captura em forros com seis e oito espécies diferentes, respectivamente, sendo M. molossus que apresentou a maior frequência de regis­tros em publicações com dados de coabitação (N = 22). Em outros tipos de construções, a espécie mais frequente em coabitação foi D. ro­tundus, citada em 16 artigos e coabitando com um total de nove espécies.

DISCUSSÃO

O fato do estado do Rio de Janeiro apresentar maior número de amostragens de quirópteros está associado ao número de universidades com pesquisadores dedicados ao estudo desses mamíferos no estado (Bolzan et al., 2010; Peracchi e Nogueira, 2010) e a um longo histórico de amostragens em refúgios iniciado em 1999. Dentre as espécies registradas em refúgios artificiais exclusivamente no estado destacam-se os registros de T. bidens, A. fimbriatus, P. recifinus, N. leporinus e F. horrens.

O forro do telhado mostra-se como uma estrutura única, diferente dos demais tipos de construções, por receber elevada insolação e apresentar pouca ventilação, resultando em elevada temperatura durante o dia, podendo exceder 50 °C (Freitas, 2012). Tonatia bidens foi capturada em forro na Ilha da Marambaia e caracteriza o primeiro registro do uso desta estrutura para a espécie (Esbérard e Bergallo, 2004). Artibeus fimbriatus, considerada incomum em ambientes urbanos (Zortéa, 2007), foi registrada anteriormente em diversos tipos de refúgios artificiais no estado do Rio de Ja­neiro (Esbérard et al., 1999) além de ter sido capturada mais recentemente em construções da Ilha da Marambaia (Lourenço et al., 2010). Platyrrhinus recifinus foi observada refugiada em um cômodo de casa desocupada na Ilha da Marambaia (Lourenço et al., 2010), formando pequenos grupos (um a quatro indivíduos). Noctilio leporinus, conhecida por abrigar-se pre­ferencialmente em ocos de árvores ou fissuras de rochas (Reis et al., 2007), foi capturada em telhado de piaçava na Ilha da Gipóia, município de Angra dos Reis. Furipterus horrens se abriga em grutas ou frestas, preferencialmente próximas a corpos d’água (Uieda et al., 1980; Reis e Gazarini, 2007), e foi registrada anteriormente em abrigo natural no litoral do Rio de Janeiro (Pol et al., 2003) e em construção abandonada, também na região litorânea (Esbérard e Ber­gallo, 2008). Eumops auripendulus, E. perotas e M. nigricans são consideradas espécies que se abrigam preferencialmente ou comumente em forros (Bianconi e Pedro, 2007) e foram registradas nos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais.

O estado de Minas Gerais, o segundo com maior número de publicações com dados de refúgios artificiais, apresentou dados importan­tes, com registros de R. naso além de dados exclusivos de ocorrência de N. aurispinosus e N. laticaudatus em construções (Aguiar et al., 2012). Estas espécies foram capturadas em revestimento formado por placas metálicas em silo de fábrica de ração. De acordo com Fabián e Gregorin (2007), dados sobre a reprodução de N. aurispinosus são escassos e o conhecimento dos locais onde se abriga pode colaborar com estudos a esse respeito. Os mesmos autores afirmam que N. laticaudatus apresenta dados sobre a utilização de diferentes tipos de refúgios, no entanto, o conhecimento sobre esses refúgios ainda é escasso no Brasil, e informações sobre o tamanho de seus agrupamentos no país não estão disponíveis. As espécies de Nyctinomops podem usar vãos de dilatação, onde grupos numerosos podem ser observados e, no Rio de Janeiro, até 230 animais já foram amostrados em uma única noite.

O estado da região sudeste menos amostrado é o Espírito Santo, não só em relação a refúgios artificiais de morcegos, mas também sobre a biologia desses animais. No entanto, apresenta o primeiro registro de L. aurita utilizando construção durante o dia (Mendes et al., 2011), espécie geralmente registrada em cavernas (Esbérard et al., 2005). Essa espécie pode ser considerada pouco comum no estado do Rio de Janeiro (Bolzan et al., 2010) e não apresentava dados de captura em área urbanizada. O estado do Espírito Santo apresenta também, assim como o estado de Minas Gerais, registro de ocorrência de R. naso, espécie ainda pouco registrada no estado do Rio de Janeiro (Peracchi e Nogueira, 2010) e ainda mais quanto ao uso de construções.

Espécies pouco capturadas no Rio de Janeiro como E. auripendulus, E. glaucinus e E. perotis tiveram registros em refúgios artificiais em outros estados da Região Sudeste, evidenciando a necessidade de maiores estudos em refúgios como complementação da riqueza de morcegos (Sazima e Uieda, 1977; Simmons e Voss, 1998; Esbérard e Bergallo 2005; Bolzan et al., 2010; Esbérard et al., 2013). E destaca-se inclusive a coabitação de E. glaucinus e P. nasutus citada no estado de São Paulo (Sazima e Uieda, 1977) e não mais observada. Essas espécies são me­lhores amostradas em seus refúgios (Esbérard, 2003) do que capturadas com redes de neblina (Simmons e Voss, 1998; Dias et al., 2002), metodologia mais utilizada em amostragens rotineiras com objetivo de estudar a diversidade de quirópteros (Kunz e Kurta, 1988).

A espécie M. molossus mostra elevada frequência em construções de áreas antrópicas (Carvalho et al., 2011; Rosa et al., 2011; Freitas, 2012). É uma das espécies insetívoras mais capturadas na Região Sudeste do Brasil (Esbérard, 2004), a mais capturada no estado de São Paulo (Albas et al., 2011) e a que mais se refugia em forros (Esbérard et al., 1999; Esbérard, 2003). Na presente revisão foram confirmados 45.9% das espécies de Phyllostomidae, 29.7% de Molossidae e 16.2% de Vespertilionidae em relação ao número total de espécies habitando construções urbanas na Região Sudeste do Brasil. Em construções M. molossus possui maior socialização com outras espécies. Estudos em cavernas sugerem que as espécies mais frequentes localmente são as que mais se associam interespecificamente (Bredt et al., 1999) e que estas interações são esperadas quando existe um número limitado de abrigos (Trajano, 1985; Esbérard et al., 2005). Foi sugerido que a interação entre P. hastatus e espécies de Molossidae pode ser vantajosa, tendo em vista a frequência em que essas espécies são observadas em um mesmo refúgio (Costa et al., 2010). No entanto, a presente revisão mostra que coabitações entre P. hastatus e espécies de Molossus ocorre com frequência em forros de casas, mas não em outros tipos de refúgio artificial, sugerindo que ambas as espécies prefiram os forros. É frequente a coabitação de P. hastatus com M. nigricans e, igualmente, ocorre somente em forros de telhado e não em outros tipos de construções. Ainda não há dados suficientes para formular uma hipótese para essa aparente estratégia. Construções com muito espaço interno disponível podem permitir a coabitação sem que os diferentes agrupamentos mantenham contato (Esbérard et al., 2005), o que pode interferir na escolha de abrigo pelas espécies que coabitam.

Amostragens no interior de abrigos artificiais são importantes por somarem informações a respeito da utilização de construções por morcegos, e por fornecerem dados sobre as interações entre as diferentes espécies. Essas informações poderão contribuir para adequados procedimentos de manejo e para que problemas de saúde pública sejam minimizados.

AGRADECIMENTOS

Financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Esta­do do Rio de Janeiro (FAPERJ – Processo E-26/170.449/07) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico (CNPq – Processo 301061/2007). Todos os procedimentos de coleta foram autorizados previamente pelos proprietários das áreas ou da administração das Unidades de Conservação. As coletas foram realizadas sob licença de coleta permanente número 10351/1 (SISBIO) ou pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Processos 1755/89/SUPES/RJ/IBAMA e 4156/95/46AC/SUPES/DF/IBAMA). Ao Centro de Avalia­ção da Ilha da Marambaia por autorizar a realização do projeto na Ilha da Marambaia. H. Ortêncio Filho, H.R. Silva e I.P. Lima que compuseram a banca de avaliação do mestrado de T. Biavatti. Ao Wilson Uieda, um revisor anônimo e ao Renato Gregorin pelas sugestões a versão final deste manuscrito. À Capes pela bolsa de mestrado de T. Biavatti, a FAPERJ pela Bolsa Nota 10 para L.M. Costa, ao CNPQ a Bolsa de Produtividade para C.E.L. Esbérard e a FAPERJ a bolsa de Jovem Cientista do Estado do Rio de Janeiro para C.E.L. Esbérard. Ao apoio da Fundação RIOZOO, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Uni­versidade do Rio de Janeiro e Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro pelo apoio para a realização das coletas entre 2000 e 2013. Os demais integrantes do Laboratório de Diversidade de Morcegos A.R. Pedroso, E.L.V. Valle, G.K. Tato, J.L. Luz, L.A.C. Gomes, L.O. Tabosa, M. S.M. Godoy e W.D. Carvalho que auxiliaram no trabalho em campo ou em parte das análises.

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