SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.24 número7-8Disminución del índice de masa corporal al sustituir bebidas endulzadas por agua simpleSubmaxilitis aguda bilateral asociada con listeriosis en un paciente inmunodeprimido índice de autoresíndice de materiabúsqueda de artículos
Home Pagelista alfabética de revistas  

Servicios Personalizados

Revista

Articulo

Indicadores

  • No hay articulos citadosCitado por SciELO

Links relacionados

  • No hay articulos similaresSimilares en SciELO

Compartir


Salud(i)Ciencia

versión impresa ISSN 1667-8682versión On-line ISSN 1667-8990

Salud(i)Ciencia vol.24 no.7-8 Ciudad autonoma de Buenos Aires dic. 2021  Epub 30-Dic-2021

http://dx.doi.org/10.21840/siic/162345 

Articulo

Videofluoroscopia na avaliação da deglutição (en la evaluación de la deglución)

Videofluoroscopy in swallowing evaluation

Roberto Oliveira Dantas1 

1 Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, Brasil

Resumen

O exame videofluoroscópico (VFS) é considerado o melhor recurso para avaliação dos distúrbios da deglutição em suas (el mejor recurso para la evaluación de los problemas de deglución en sus) fases oral, faríngea e esofágica. A sua introdução permitiu o melhor conhecimento da fisiologia das diferentes fases da deglutição e das alterações provocadas por doenças que as comprometem (y de las alteraciones producidas por enfermedades que las comprometen). A realização do exame requer treinamento, experiência e equipamento adequado (La realización de este examen requiere entrenamiento, experiencia y el equipo adecuado). As principais vantagens da videofluoroscopia são: resultados passíveis de análise posterior e repetidas, mensuração da coordenação e duração dos eventos da deglutição e a possibilidade de avaliação em diversas posições e com bolos de diferentes volumes, consistências e temperatura (resultados sujetos a análisis posteriores y repeticiones, medición de la coordinación y duración de los eventos de deglución y la posibilidad de evaluación en diferentes posiciones y con bolos de diferentes volúmenes, consistencias y temperaturas). Dentre as desvantagens estão: exposição à radiação, utilização do contraste de bário, que modifica as características dos alimentos e, quando aspirado, pode causar inflamação pulmonar (Entre las desventajas están: la exposición a radicación, la utilización del contraste com bário -que modifica las características de los alimentos y que si se aspira puede causar inflamación pulmonar-) na dependência da concentração e volume, e a possibilidade de subjetividade na análise. O avanço da tecnologia tem diminuído progressivamente estas desvantagens. É um exame essencial em uma clínica que investiga, diagnostica e trata pacientes com disfagia, caracterizando o comprometimento das fases da deglutição.

Palavras-chave: fluoroscopia; deglutição; disfagia; transtornos da deglutição

Abstract

Videofluoroscopy (VFS) is considered the best resource for evaluation of swallowing disorders. Its introduction allowed a better understanding of the physiology of swallowing and the alterations consequent of diseases that cause dysphagia. Although the test is easy to perform, requires training and experience and adequate equipment. The main advantages of videofluoroscopy are: the results are subject to further analysis, objective measurement in computerized program and the possibility of immediate and accurate analysis of swallowing in different positions, bolus volumes, bolus consistencies and temperature. Among the disadvantages are: exposure to radiation, use of barium contrast, which may cause pulmonary inflammation, related to volume and concentration, and subjectivity in the analysis by the examiners. It is an essential examination in a hospital that investigate, diagnoses and treats patients with dysphagia.

Keywords: fluoroscopy; swallowing; dysphagia; deglutition disorders

Introdução

A inclusão da videofluoroscopia como método de avaliação da deglutição representou um grande avanço para o diagnóstico das suas alterações (un gran avance para el diagnóstico de sus alteraciones), e um instrumento para o melhor conhecimento da deglutição normal. Técnicas de imagens que demonstram detalhes anatômicos e funcionais das fases oral, faríngea e esofágica são de grande importância. O exame complementa a história do paciente e a avaliação clínica, permitindo um melhor julgamento das possíveis alterações, e a melhor conduta para cada caso (permitiendo una mejor evaluación de posibles cambios, y la mejor conducta para cada caso).

Videofluoroscopia da deglutição (VFD) é um exame radiológico que possibilita a observação das estruturas anatômicas e a relação temporal dos fenômenos ocorridos nas fases da deglutição durante a ingestão de alimentos de diferentes consistências, volumes e temperatura, misturados ao meio de contraste (de los fenómenos que ocurren en las fases de la deglución durante la ingesta de alimentos de diferentes consistencias, volúmenes o temperatura, mezclados con el medio de contraste), com grande frequência o sulfato de bário.1,2 Por conta do risco de aspiração do sulfato de bário para as vias aéreas, outros meios de contraste podem ser utilizados, como os contrastes iodados (Debido al riesgo de aspiración de sulfato de bario en las vías respiratorias, se pueden utilizar otros medios de contraste, como los yodados). Aspiração do bário causa reação inflamatória no pulmão, que é proporcional à concentração e quantidade de sulfato de bário aspirada.3

Com a visualização do percurso do bolo alimentar no trato aerodigestivo, em tempo real e quadro a quadro (Con la visualización de la trayectoria del bolo alimenticio en el tracto aerodigestivo, en tiempo real y fotograma a fotograma), há alta sensibilidade e especificidade no diagnóstico da aspiração traqueal4, quando o exame é realizado por pessoa qualificada e com bom equipamento radiológico. Pode ser utilizada em pacientes de todas as idades, e com as mais diversas doenças, incluindo as neurológicas, neoplásicas, musculares e funcionais.4-8

Videofluoroscopia da deglutição é um método eficaz na avaliação anatômica e fisiológica da deglutição, com resultados passíveis de análise posterior e repetida (con resultados sujetos a análisis posteriores y de repetición), mensuração objetiva9,10 de diferentes bolos,8-12 e durante manobras indicadas para tratamento. Dentre as desvantagens estão a exposição à radiação, a utilização do contraste de bário, e a subjetividade na análise pelos examinadores.13,14 Contraste iodado tem sido usado em alguns países. Uma importante limitação para a utilização do exame é a não disponibilidade de equipamento radiológico e de pessoal qualificado para sua realização, principalmente em países em desenvolvimento (es la falta de disponibilidad de equipo radiológico y de personal calificado para utilizarlo, en especial en países en desarrollo). Esta limitação vem sendo progressivamente superada, dada a importância do exame para pacientes com disfagia.

Apesar da existência de outras técnicas de imagem para a avaliação da deglutição, como a ultra-sonografia,15 a videoendoscopia,16 o sonar Doppler,17 a ressonância magnética funcional,18 e a manometria de alta resolução com impedância,19 a VFD ainda é considerada o método instrumental de referência na detecção e monitoramento da disfagia oral e faríngea e da aspiração traqueal.20,21

Objetivos do exame

Os objetivos do exame videofluoroscópico da deglutição são:22 identificar a presença, o tipo e gravidade das alterações na fisiologia da deglutição; avaliar o mecanismo de proteção das vias aéreas, e assim determinar a segurança da (evaluar el mecanismo de protección de las vías aéreas, y así determinar la seguridad de la) ingestão oral de alimentos líquidos e sólidos; avaliar a eficiência da deglutição, determinando a depuração e a presença de resíduos do alimento em boca, faringe e esôfago; determinar o efeito de condutas terapêuticas, como posturas, manobras, e mudanças na consistência e volume do bolo ingerido, na fisiologia da deglutição, na proteção das vias aéreas e na eficiência; identificar qual a melhor intervenção para cada paciente; identificar qual a melhor via de ingestão de alimentos e água para manutenção do estado nutricional e de hidratação.

Vantagens da VFD

Apesar de ser considerado um método complementar na avaliação da deglutição, a VFD é distinguida dentre os demais métodos.23 Possibilita a visualização de todas as fases da deglutição, desde a fase preparatória do alimento a ser deglutido, como a abertura dos lábios, os movimentos das regiões anterior, média e posterior da língua, até a movimentação de abertura do esfíncter superior do esôfago durante a passagem do bolo alimentar (hasta el movimiento de apertura del esfínter superior del esófago durante el pasaje del bolo alimenticio). É possível identificar a presença de escape anterior e/ou posterior, regurgitação nasofaríngea, disparo do reflexo de deglutição, fechamento velofaríngeo, elevação do complexo hiolaríngeo, fechamento glótico e supraglótico, presença de refluxo gastroesofágico e movimentação peristáltica da faringe e esôfago (activación del reflejo de deglución, cierre velofaríngeo, elevación del complejo hiolaríngeo, cierre glótico y supraglótico, presencia de reflujo gastroesofágico y movimiento peristáltico de la faringe y el esófago). Permite, de maneira detalhada, a observação anatômica e fisiológica da deglutição.24 Desta maneira, a identificação da aspiração traqueal, penetração laríngea e resíduos oral e faríngeo, o momento de sua ocorrência, suas possíveis causas, e reações a tais alterações, como a presença e a efetividade do reflexo de tosse, podem ser percebidos (el momento de su aparición, sus posibles causas y reacciones a dichos cambios, como la presencia y eficacia del reflejo de la tos).25,26

Considerando-se que a deglutição orofaríngea ocorre em espaço de tempo pequeno, menor que dois segundos,27 a visualização quadro a quadro, repetidas vezes, torna-se fundamental na análise e discussão dos casos. Estudos demonstraram que a VFD é vantajosa em relação à avaliação clínica quanto aos custos e efetividade diagnóstica (es ventajosa en relación con la evaluación clínica en cuanto a costos y eficacia diagnóstica).28 Por tratar-se de um método objetivo, não é limitado pelas alterações cognitivas e déficit de linguagem, muito comum em pacientes com lesões neurológicas, desde que os realizadores do exame saibam das possíveis dificuldades na sua realização (Al ser un método objetivo, no está limitado por alteraciones cognitivas y déficit de lenguaje, muy común en pacientes con lesiones neurológicas, siempre que los examinados sean conscientes de las posibles dificultades en su realización).

O exame é importante em casos de suspeita de aspiração silente (El examen es importante en casos de sospecha de aspiración silenciosa)29,30 e na confirmação de alterações na deglutição detectadas por testes clínicos.31,32 Aspiração silente é assim considerada quando não há reação à ocorrência de aspiração, como tosse e sinais de engasgo (cuando no hay reacción a la aparición de aspiración, como tos y signos de asfixia). Geralmente é decisivo na indicação da nutrição oral ou parenteral de pacientes disfágicos.33,34 Também é importante no diagnóstico de aspiração traqueal após cirurgias torácicas e após tratamento quimioterápico do câncer orofaríngeo. Para uma melhor acurácia na avaliação da deglutição, a VFD pode ser combinada à manometria faríngea e/ou esofágica (Para una mejor precisión en la evaluación de la deglución, la VFD se puede combinar con manometría faríngea o esofágica).8,35,36

O profissional especialista em deglutição geralmente realiza e/ou acompanha a realização do exame, podendo indicar as consistências dos alimentos a serem testados, e assim decidir qual a consistência alimentar mais segura e apropriada para o paciente. A avaliação da efetividade de estratégias facilitadoras na reabilitação da disfagia, como mudanças posturais de cabeça, manobras compensatórias, e modificações da consistência do bolo alimentar, podem ser testadas durante o procedimento (La evaluación de la efectividad de las estrategias facilitadoras en la rehabilitación de la disfagia, como los cambios posturales de la cabeza, las maniobras compensatorias y los cambios en la consistencia del bolo alimenticio, se puede probar durante el procedimiento).37,38

Nem sempre há um consenso entre os profissionais quanto ao uso da terminologia na descrição da fisiologia da deglutição e também no que é observado durante do exame.10,14 Em virtude disso, programas de análise computadorizada de imagem têm sido desenvolvidos com intuito de aumentar a confiabilidade entre os examinadores na descrição dos componentes avaliados e uniformizar a nomenclatura (Como resultado, se han desarrollado programas de análisis de imágenes computarizados con el objetivo de aumentar la confiabilidad entre los examinadores en la descripción de los componentes evaluados y estandarizar la nomenclatura).

É recomendável que o tempo de exposição à radiação não exceda dois minutos devido ao efeito biológico cumulativo em tecidos vivos (el tiempo de exposición a la radiación no supere los dos minutos debido al efecto biológico acumulativo en los tejidos vivos). Estudos apontaram, entretanto, que a gravidade da disfagia, além da pouca experiência do profissional, influencia significativamente o tempo de exposição à radiação (la gravedad de la disfagia, además de la escasa experiencia del profesional, influye significativamente en el tiempo de exposición a la radiación).39 Outras limitações da VFD seriam a impossibilidade, em alguns casos, em manter o paciente posicionado, e a mistura do bário ao alimento, alterando as suas características naturais.

Desvantagens da VFD

Videofluoroscopia da deglutição não deve ser realizada quando:22 a aspiração de material ingerido, liquido ou de outra consistência coloca em risco a fisiologia pulmonar; em crianças com possibilidade de aspiração intensa.

O bolo líquido tem maiores possibilidades em ser aspirado. Quando aspiração é considerada um risco durante o exame (Es más probable que el bolo líquido sea aspirado. Cuando se considera riesgo de aspiración en el examen), ele deve ser iniciado com bolos de consistência pastosa e, não havendo aspiração, continuar o exame com líquido em pequeno volume. Em caso de aspiração o exame deve ser interrompido, dependendo de fatores ligados ao paciente e intensidade da aspiração.

Realização do exame

O exame videofluoroscópico é realizado em seriógrafos, angiógrafos arcos em C ou outros equipamentos radiológicos que permitam a gravação do exame a pelo menos 30 quadros por segundo. É importante que haja disponibilidade de saída adicional no monitor destes equipamentos que permita que as imagens fluoroscópicas sejam captadas e registradas em mídia magnética (Es importante que exista una salida adicional disponible en el monitor de estos equipos que permita capturar y grabar las imágenes fluoroscópicas en soportes magnéticos). Fornece uma imagem bidimensional, associando o raio-X às diferentes densidades das estruturas avaliadas.

A utilização de um relógio, ou contador de quadros, acoplado ao equipamento é necessária, permitindo a mensuração das imagens em tempo real e possibilitando avaliar a duração dos eventos (Es necesario el uso de un reloj, o contador de fotogramas, acoplado al equipo, que permita la medición de imágenes en tiempo real y permita evaluar la duración de los eventos). Uma escala de medição junto com as imagens também é importante quando queremos avaliar distâncias. Proteção do profissional e paciente com avental de chumbo, protetor da glândula tireóide, óculos e luva com chumbo não pode ser esquecida (No se debe olvidar la protección profesional y del paciente con delantal de plomo, protector de la glándula tiroides, anteojos y guantes de plomo).40

As imagens radiográficas são visualizadas em um monitor, e a gravação é realizada simultaneamente em forma digital.23 É recomendável a avaliação mínima de três deglutições de cada consistência e volume do bolo alimentar, como forma de garantia da obtenção das diferenças individuais;41 entretanto, alguns estudos limitam-se à avaliação de deglutição única de cada bolo, determinada pela impossibilidade do paciente realizar múltiplas deglutições, e pelo risco de aspiração. Quando ocorre aspiração o distúrbio de deglutição já está demonstrado, e o exame pode ser interrompido (Si sucede la aspiración, queda demostrado el trastorno de la deglución y el examen puede interrumpirse).

É importante a presença do fonoaudiólogo (profissional frequentemente envolvido no diagnóstico e tratamento da disfagia) e radiologista durante a VFD.42 O profissional com maior conhecimento sobre o que está acontecendo com o paciente é quem irá determinar o número de deglutições e os bolos testados. Embora seja possível, não há necessidade de um protocolo específico a ser aplicado (Aunque es posible, no es necesario aplicar un protocolo específico).42 No entanto algumas práticas devem ser seguidas.40 O paciente deve ser primeiramente bem orientado quanto ao procedimento. O posicionamento do paciente deve ocorrer em seguida. Recomenda-se que ele esteja sentado ou posicionado de forma a simular uma alimentação usual. A fase esofágica da deglutição pode ser avaliada na posição supina. Na avaliação de bebês, os mesmos podem estar levemente reclinados (Se recomienda que esté sentado o en una posición que simule la posición de alimentación habitual. La fase esofágica de la deglución se puede evaluar en decúbito supino. En la evaluación de los bebés, estos pueden estar ligeramente reclinados). É importante a visualização das estruturas antes do oferecimento do alimento. A avaliação deve ser iniciada com a captação da imagem em incidência látero-lateral,40 sendo esta ideal para a visualização das estruturas faríngeas e laríngeas.43 Em alguns pacientes a incidência antero-posterior pode ser importante, principalmente naqueles com suspeita de divertículo faríngeo (divertículo de Zenker).

Devem ser ofertados alimentos de consistências variadas, desde a líquida à sólida. Para padronização das consistências dos alimentos ofertados deve ser seguida a proposta da International Dysphagia Diet Standardisation Initiative (IDDSI),44 proposta de padronização da nomenclatura da consistência dos alimentos. Os volumes testados podem ser graduados em seringas, colheres ou, se possível, copos, sendo recomendados (Los volúmenes analizados se pueden graduar en jeringas, cucharas o, si es posible, vasos, y son recomendables las medidas) 1, 3, 5, 10 ml. Volumes maiores (15 a 20 ml) depende das condições do paciente. Podem ser avaliadas deglutições isoladas ou sequenciais em copos, ou com o auxílio de canudos, e sequenciais em mamadeiras (aislado o secuencial en tazas, o con la ayuda de sorbetes, y secuencial en mamaderas).40,45 A ingestão de volume livre do alimento pode também ser avaliada. O profissional deve levar em consideração a tolerância, o grau do comprometimento da deglutição e o risco de aspiração traqueal do paciente durante o procedimento.40 Sendo

assim, é necessária prévia avaliação clínica da deglutição.46,47

O protocolo empregado na realização do exame deve considerar a segurança do paciente e examinadores, a reprodutibilidade dos resultados, a validade das observações e das medidas, o entendimento do paciente e examinadores em relação às expectativas quanto ao resultado e suas conseqüências.

São utilizados critérios para quantificação da disfagia e das alterações observadas durante o exame, sugeridas por diferentes autores. São as escalas de gravidade de disfagia,48 e escalas de penetração/aspiração.25,49 Estudos mostraram que o treinamento dos profissionais na utilização das escalas de penetração/aspiração melhorou a acurácia do diagnóstico (Los estudios han demostrado que la formación de profesionales en el uso de escalas de penetración/aspiración ha mejorado la precisión del diagnóstico).50

Durante a análise, é importante incorporar a história e diagnóstico médico do paciente aos achados do exame (y el diagnóstico médico del paciente a los hallazgos del examen).40 A análise contempla os parâmetros temporais, como o trânsito do bolo alimentar através da faringe e do esfíncter superior do esôfago, medido em segundos ou milesegundos; os parâmetros temporais e espaciais associadamente, como a movimentação máxima superior e anterior do osso hióide, medida em milímetros, e o tempo gasto em sua excursão (los parámetros temporales y espaciales asociados, como el movimiento máximo anterior y superior del hueso hioides, medido en milímetros, y el tiempo empleado en su excursión) (segundos ou milisegundos); e outros parâmetros, como o escape anterior e/ou posterior do alimento, com possibilidade de mensuração através da utilização de escalas.10,51

Podem ser realizadas também análises da duração do trânsito oral, duração do trânsito faríngeo, latência da movimentação faríngea,10,26 depuração faríngea,52,53 duração do contato entre as estruturas, como da base da língua e parede faríngea,51 além da possibilidade de inferência sobre as percentagens de resíduo oral e faríngeo após a deglutição (latencia del movimiento faríngeo,10 , 26depuración faríngea,52 , 53duración del contacto entre estructuras, como la base de la lengua y la pared faríngea,51además de la posibilidad de inferir los porcentajes de residuo oral y faríngeo luego de la deglución).6

As principais causas de variações nas medidas de tempo e seus intervalos em indivíduos saudáveis estão relacionadas às diferenças metodológicas dos estudos, como critérios de elegibilidade dos pacientes, definição nas medidas dos parâmetros avaliados, volumes testados, densidade do bário preparado, e a escolha da análise de quadros/segundo. É interessante que cada avaliador tenha, para sua referência, avaliação de tempos de pessoas supostamente normais (Es interesante que cada evaluador tenga, para su referencia, una evaluación del tiempo de personas supuestamente sanas), porque a variabilidade entre avaliadores é grande,14 e os dados da literatura podem não ser aplicáveis a todos laboratórios.

Com relação aos pacientes, há fatores, como a idade, que podem influenciar as medidas da deglutição, como a duração da abertura do esfíncter superior do esôfago. Este parâmetro pode variar de 0.21 a 0.67 segundos.14 Medidas de distância e tempos de movimentos são válidas e confiáveis.54 Para diminuir a variabilidade intra-sujeitos e inter-sujeitos em relação a estas medidas é necessária precisa definição das variáveis estudadas e um protocolo de treinamento dos examinadores.55

Deglutição com comando tem diferentes tempos quando comparada com a deglutição sem comando. Sem comando o trânsito pela faringe é mais rápido (Tragar con comando tiene diferentes tempos, en comparación con tragar sin comando. Sin comando, el tránsito por la faringe es más rápido).56 Em futuro próximo, com o desenvolvimento da tecnologia de programas de análise e da diminuição do custo dos equipamentos, a associação entre videofluoroscopia e manometria faríngea de alta resolução57,58 será a melhor metodologia para avaliar a fase faríngea da deglutição, o mesmo acontecendo com a avaliação da fase esofágica (será la mejor metodología para evaluar la fase faríngea de la deglución; lo mismo ocurre con la evaluación de la fase esofágica).

Os sistemas de saúde de vários países já perceberam a importância de ter a videofluoroscopia à disposição dos profissionais de saúde que diagnosticam e tratam disfagia. Os custos para diagnóstico e tratamento de pacientes com disfagia são elevados,59-61 e o comprometimento da qualidade de vida geralmente é significativo, portanto é preciso estar preparado para proporcionar alívio e conforto (y el compromiso en la calidad de vida suele ser significativo, por lo que debe estar preparado para brindar alivio y comodidad). O número de pessoas que precisam do exame está em constante aumento.

Conclusão

Com o aumento da proporção de pessoas idosas na população a videofluoroscopia será um exame extremamente necessário, com importante impacto na sobrevida dos pacientes, na qualidade de vida e nos custos do tratamento (Con el aumento de la proporción de personas mayores en la población, la videofluoroscopia será una prueba extremadamente necesaria, con un impacto importante en la supervivencia del paciente, la calidad de vida y los costos del tratamiento).

Bibliografía

1. Peladeau-Pigeon M, Steele CM. Technical aspects of a videofluoroscopic swallowing study. Can J Speech Lang Pathol Audiol 37(3):216-226, 2013. [ Links ]

2. Ekberg O, Stading M, Johansson D, Bülow M, Ekman S, Wendin K. Flow properties of oral contrast medium formulations depend on the temperature. Acta Radiol 51:363-367, 2010. [ Links ]

3. Ueha R, Nativ-Zeltzer N, Sato T, Goto T, Yamauchi A, Belafski PC, et al. The effects of barium concentration levels on the pulmonary inflammatory response in a rat model of aspiration. Eur Arch Otorhinolaryngol 277:189-196, 2020. [ Links ]

4. Bhattacharyya N, Kotz T, Shapiro J. The effect of bolus consistency on dysphagia in unilateral vocal cord paralysis. Otolaryngol Head Neck Surg 129:632-636, 2003. [ Links ]

5. Lazarus C, Logemann JA. Swallowing disorders in closed head trauma patients. Arch Phis Med Rehabil 68:79-84, 1987. [ Links ]

6. Pauloski BR, Rademaker AW, Lazarus C, Boeckxstaens G, Kahrilas PJ, Logemann JA. Relationship between manometric and videofluoroscopic measures of swallow function in healthy adults and patients treated for head and neck cancer with various modalities. Dysphagia 24:196-203, 2009. [ Links ]

7. Nguyen NP, Frank C, Moltz CC, Karlsson U, Nguyen PD, Ward HW, et al. Analysis of factors influencing dysphagia severity following treatment of head and neck cancer. Anticancer Res 29:3299-3304, 2009. [ Links ]

8. Samanci C, Onal Y, Koman U. Vidofluoroscopy and manometric evaluation of oral, pharyngeal and esophageal motility disorders. Curr Med Imaging Rev 16(1):65-69, 2020 [ Links ]

9. Kellen PM, Becker DL, Reinhardt JM, Van Daele DJ. Computer-assisted assessment of hyoid bone motion from videofluoroscopic swallow studies. Dysphagia 25:298-306, 2010. [ Links ]

10. Steele, CM; Peladeau-Pigeon, Barbon CAE; Guida, BT; Namasivayam-MacDonald, AM; Nascimento,WV; et al. Reference values for healthy swallowing across the range from thin to extremely thick liquids. J Speech Lang Hear Res 62:1338-1363, 2019. [ Links ]

11. Rugiu MG. Role of videofluoroscopy in evaluation of neurologic dysphagia. Acta Otorhinolaryngol Ital 27:306-316, 2007. [ Links ]

12. Hernandez AM, Bianchini EMG. Swallowing analyses of neonates and infants in breastfeeding and bottle-feedings: impact on videofluoroscopy swallow studies. Int Arch Otorhinolaryngol 23:e343-e353, 2019. [ Links ]

13. Jaffer NM, Edmund NG, Au FWF, Steele CM. Fluoroscopic evaluation of oro-pharyngeal dysphagia: anatomy, technique, and common etiologies. Am J Roentgenol 204(1):49-58, 2015. [ Links ]

14. Molfenter SM, Steele CM. Temporal variability in the deglutition literature. Dysphagia 27(2):162-177, 2012. [ Links ]

15. Chi-Fishman G. Quantitative lingual, pharyngeal and laryngeal ultrasonography in swallowing research: a technical review. ClinLinguist Phon 19:589-604, 2005. [ Links ]

16. Langmore SE. Evaluation of oropharyngeal dysphagia: which diagnostic tool is superior? Curr Opin Otolaryngol Head Neck Surg 11:485-489, 2003. [ Links ]

17. Cagliari CF, Jurkiewicz AL, Santos RS, Marques JM. Doppler sonar analysis of swallowing sounds in normal pediatric individuals. Braz J Otorhinolaryngol 75:706-715, 2009. [ Links ]

18. Malandraki GA, Johnson S, Robbins J. Functional MRI of swallowing: from neurophysiology to neuroplasticity. Head Neck 33:14-20, 2011. [ Links ]

19. Omari TI, Ferris L, Dejaeger E, Tack J, Vanbeckevoort D, Rommel N. Upper esophageal sphincter impedance as a marker of sphincter opening diameter. Am J Physiol 302: G909-G913, 2012. [ Links ]

20. Martino R, Silver F, Teasell R, Bayley M, Nicholson G, Streiner DL, et al. The Toronto Bedside Swallowing Screening Test (TOR-BSST): development and validation of a dysphagia screening tool for patients with stroke. Stroke 40:555-561, 2009. [ Links ]

21. Alnassar M, Oudjhane K, Davila J. Nasogastric tubes and videofluoroscopic swallowing studies in children. Pediatr Radiol 41:317-321, 2011. [ Links ]

22. Martin-Harris B, Steele CM, Peterson J. Stand up for standardization: collaborative clarification for clinicians performing Modified Barium Swallowing Studies (MBSS). https://www.dysphagiacafe.com 2020 [ Links ]

23. Marrara JL, Duca AP, Dantas RO, Trawitzki LV, Lima RA, Pereira JC. Swallowing in children with neurologic disorders: clinical and videofluoroscopic evaluations. Pro Fono 20:231-236, 2008. [ Links ]

24. Gates J, Hartnell GG, Gramigna GD. Videofluoroscopy and swallowing studies for neurologic disease: a primer. Radiographics 26:e22, 2006. [ Links ]

25. Rosenbek JC, Robbins JA, Roecker EB, Coyle JL, Wood JL. A penetration-aspiration scale. Dysphagia 11:93-98, 1996. [ Links ]

26. Bingjie L, Tong Z, Xinting S, Jianmin X, Guijun J. Quantitative videofluoroscopic analysis of penetration-aspiration in post-stroke patients. Neurol India 58:42-47, 2010. [ Links ]

27. Logemann JA. Swallowing disorders. Best Pract Res Clin Gastroenterol 21:563-573, 2007. [ Links ]

28. Noordally SO, Sohawon S, De Gieter M, Bellout H, Verougstraete G. A study to determine the correlation between clinical, fiber-optic endoscopic evaluation of swallowing and videofluoroscopic evaluation of swallowing after prolonged intubation. Nutr Clin Pract. 26: 457-462, 2011. [ Links ]

29. Nguyen NP, Frank C, Moltz CC, Millar C, Vos P, Smith HJ, et al. Risk of aspiration following radiation for non-nasopharyngeal head and neck cancer. J Otolaryngol Head Neck Surg 37:225-229, 2008. [ Links ]

30. Weir KA, McMahon S, Taylor S, Chang AB. Oropharyngeal aspiration and silent aspiration in children. Chest 140:589-597, 2011. [ Links ]

31. Higo R, Nito T, Tayama N. Videofluoroscopic assessment of swallowing function in patients with myasthenia gravis. J Neurol Sci. 231:45-48, 2005. [ Links ]

32. Kagaya H, Okada S, Saitoh E, Baba M, Yokoyama M, Takahashi H. Simple swallowing provocation test has limited applicability as a screening tool for detecting aspiration, silent aspiration, or penetration. Dysphagia . 25:6-10, 2010. [ Links ]

33. Logemann JA, Rademaker A, Pauloski BR, Antinoja J, Bacon M, Bernstein M, et al. What information do clinicians use in recommending oral versus nonoral feeding in oropharyngeal dysphagic patients? Dysphagia 23:378-384, 2008. [ Links ]

34. American Speech-Language-Hearing Association. Clinical indicators for instrumental assessment of dysphagia (guidelines). ASHA Supplement 20:18-19, 2000. [ Links ]

35. Cappabianca S, Reginelli A, Monaco L, Del Vecchio L, Di Martino N, Grassi R. Combined videofluoroscopy and manometry in the diagnosis of oropharyngeal dysphagia: examination technique and preliminary experience. Radiol Med 113:923-940, 2008. [ Links ]

36. Nativ-Zeltzer N, Kahrilas PJ, Logemann JA. Manofluorography in the evaluation of oropharyngeal dysphagia. Dysphagia 27:151-161, 2012. [ Links ]

37. Logemann JA, Larsen K. Oropharyngeal dysphagia: pathophysiology and diagnosis for the anniversary issue of Diseases of the Esophagus. Dis Esophagus 25:299-304, 2012. [ Links ]

38. Terré R, Mearin F. Effectiveness of chin-down posture to prevent tracheal aspiration in dysphagia secondary to acquired brain injury. A videofluoroscopy study. Neurogastroenterol Motil 24: 414-419, 2012. [ Links ]

39. Bonilha HS, Humphries K, Blair J, Hill EG, McGrattan K, Carnes B, et al. Radiation exposure time during MBSS: Influence of swallowing impairment severity, medical diagnosis, clinician experience, and standardized protocol use. Dysphagia 13:215-220, 2012. [ Links ]

40. American Speech-Language-Hearing Association. Guidelines for Speech-language pathologists performing videofluoroscopic swallowing studies. ASHA Suppl 24:77-92, 2004. [ Links ]

41. Lof GL, Robbins J. Test-retest variability in normal swallowing. Dysphagia 4:236-242, 1990. [ Links ]

42. American Speech-Language-Hearing Association (ASHA). Clinical indicators for instrumentation assessment of dysphagia. In: Swallowing and swallowing disorders, Rockville, MD: Special Interest Division onDysphagia , 1998. [ Links ]

43. Zerilli KS, Stefans VA, DiPietro MA. Protocol for the use of videofluoroscopy in pediatric swallowing dysfunction. Am J Occup Ther 44:441-446, 1990. [ Links ]

44. Cichero JAY, Lam P, Steele CM, Hanson B, Chen J, Dantas RO, et al. Development of international terminology and definitions for texture-modified foods and thickened fluids used in dysphagia management: the IDDSI framework. Dysphagia 32: 293-314, 2017. [ Links ]

45. Duca AP, Dantas RO, Rodrigues AA, Sawamura R. Evaluation of swallowing in children with vomiting after feeding. Dysphagia 23:177-182, 2008. [ Links ]

46. Wilcox F, Liss JM, Siegel GM. Interjudge agreement in videofluoroscopic studies of swallowing. J Speech Hear Res 39:144-152, 1996. [ Links ]

47. Furkim AM, Behlau MS, Weckx LL. Clinical and videofluoroscopic evaluation of deglutition in children with tetraparetic spastic cerebral palsy. Arq Neuropsiquiatr 61:611-616, 2003. [ Links ]

48. O'Neil KH, Purdy M, Falk J, Gallo L. The dysphagia outcome and severity scale. Dysphagia 14:139-145, 1999. [ Links ]

49. Robbins J, Coyle J, Roecker E, Rosenbek J, Wood J. Differentiation of normal and abnormal airway protection during swallowing using the penetration-aspiration scale. Dysphagia 14:228-232, 1999. [ Links ]

50. Hind JA, Gensler G, Brandt DK, Gardner PJ, Blumenthal L, Gramigna GD, et al. Comparison of trained clinician ratings with expert ratings of aspiration on videofluoroscopic images from a randomized clinical trial. Dysphagia 24:211-217, 2009. [ Links ]

51. Baijens LW, Speyer R, Passos VL, Pilz W, Roodenburg N, Clave P. Swallowing in Parkinson patients versus healthy controls: Reliability of measurements in videofluoroscopy. Gastroenterol Res Pract e380, 2011. [ Links ]

52. Dantas RO, Kern MK, Massey BT, Dodds WJ, Kahrilas PJ, Brasseur JG, et al. Effect of swallowed bolus variables on oral and pharyngeal phases of swallowing. Am J Physiol 258: G675-G681, 1990. [ Links ]

53. Santos CM, Cassiani RA, Dantas RO. Videofluoroscopic evaluation of swallowing in Chagas' disease. Dysphagia 26:361-365, 2011. [ Links ]

54. Lee SH, Oh BM, Chun SM, Lee JC, Min Y, Bang SH, et al. The accuracy of swallowing kinematic analysis at various movement velocities of the hyoid and epiglottis. Ann Rahabil Med. 17:320-327, 2013. [ Links ]

55. Baijens L, Karikroo A, Pilz W. Intrarater and interrater reliability for measurements in videofluoroscopy of swallowing. Eur J Radiol 82:1683-1695, 2013. [ Links ]

56. Nagy A, Leigh C, Hori SF, Molfenter SM, Shariff T, Steele CM. Timing differences between cued and noncued swallows in healthy young adults. Dysphagia 28:428-434, 2013. [ Links ]

57. Hoffman MR, Jones CA, Geng Z, Abelhalim SM, Walczak CC, Mitchell AR, et al. Classification of high-resolution manometry data according to videofluoroscopic parameters using pattern recognition. Head Neck Surg 149:126-133, 2013. [ Links ]

58. Geng Z, Hoffman MR, Jones CA, McCulloch TM, Jiang JJ. Three-dimensional analysis of pharyngeal high-resolution manometry data. Laryngoscope 123:1746-1753, 2013. [ Links ]

59. Garcez-Leme LE, Leme MD. Costs of elderly health care in Brazil: challenges and strategies. Medical Express 1(1):3-8, 2014. [ Links ]

60. Attrill S, White S, Murray J, Hammond S, Doeltgen S. Impact of oropharyngeal dysphagia on health care cost and length of stay in hospital: a systematic review. BMC Health Serv Res 18(1):594, 2018. [ Links ]

61. Patel DA, Krishnaswami S, Steger E, Conover E, Vaezi MF, Ciucci MR, et al. Economic and survival burden of dysphagia among inpatients in the United States. Dis Esophagus 31(1):1-7, 2018. [ Links ]

Recebido: 17 de Fevereiro de 2021; Aceito: 17 de Novembro de 2021

Correspondencia: Roberto Oliveira Dantas, Rua Capitão Osório Junqueira 1261, Ribeirão Preto, SP, Brasil - rodantas@fmrp.usp.br

El autor no manifiesta conflictos de interés.

Creative Commons License Este é um artigo publicado em acesso aberto sob uma licença Creative Commons