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Revista Iberoamericana de Tecnología en Educación y Educación en Tecnología

Print version ISSN 1851-0086On-line version ISSN 1850-9959

Rev. iberoam. tecnol. educ. educ. tecnol.  no.29 La Plata Sept. 2021

 

ARTÍCULOS ORIGINALES

Hipermídias em Dispositivos Móveis para a Aprendizagem Autodirecionada sobre Saúde: a percepção do cuidador

Hypermedia in Mobile Devices for Self-Directed Learning about Health: the caregiver’s perception

Dauster Souza Pereira1, José Valdeni de Lima2, Simone Cristina Oliveira da Conceição3, Priscilla Perez da Silva Pereira4, Rafaela Ribeiro Jardim5, Paulo Santana Rocha6

1 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnología de Rondônia (IFRO), Porto Velho-RO, Brasil
2 Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre-RS, Brasil
3 Universidade Wisconsin-Milwaukee (UWM), Milwaukee-WI, EUA
4 Universidade Federal de Rondônia (UNIR), Porto Velho-RO, Brasil
5 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnología Farroupilha (IFFar), Alegrete-RS, Brasil
6 Instituto Evandro Chagas (IEC), Belém-PA, Brasil

daustersp@gmail.com, valdeni@inf.ufrgs.br, simonec@uwm.edu, priperez83@gmail.com, rafa.rjardim@gmail.com, rochap01@gmail.com

Recibido: 21/04/2020 | Corregido: 29/10/2020 | Aceptado: 23/11/2020

Cita sugerida: D. Souza Pereira, J. Valdeni de Lima, S. C. Oliveira da Conceição, P. Perez da Silva Pereira, R. Ribeiro Jardim and P. Santana Rocha, “Hipermídias em Dispositivos Móveis para a Aprendizagem Autodirecionada sobre Saúde: a percepção do cuidador,” Revista Iberoamericana de Tecnología en Educación y Educación en Tecnología, no. 29, pp. 27-35, 2021. doi: 10.24215/18509959.29.e3

 

Resumo

Este estudo objetiva compreender a percepção do cuidador, responsável (normalmente um familiar) e pessoa com cuidados especiais no processo de aprendizagem autodirecionada num contexto não-formal utilizando hipermídias para dispositivo móvel. A pesquisa é do tipo aplicada, explicativa, quali-quantitativa e com delineamento experimental. A análise da aprendizagem autodirecionada deste estudo compreendeu a perspectiva das características (processo) e da aplicação. Os resultados do experimento demonstraram que os participantes possuíam habilidades de aprendizagem autodirecionadas, como por exemplo, faziam anotações de pontos importantes (75,6%), possuíam autoconfiança (82,9%), enfatizavam pontos importantes (87,8%) e se responsabilizavam pelo processo de aprender (87,8%). Apesar do aspecto positivo na aprendizagem autodirecionada, algumas habilidades foram avaliadas como frágeis: capacidade de relacionar conhecimento teórico com a vida cotidiana, compreensão em sua plenitude que o estudo imediatamente antes de um teste não é permanente, e que a motivação não garante o foco (mesmo motivados podem se distrair e desviar do seu objetivo).

Palavras-chave: Aprendizagem autodirecionada; Educação em saúde; Dispositivos móveis; Educação não-formal.

Abstract

This study aims to understand the perception of the caregiver, caregiver (usually a family member) and person with special care in the self-directed learning process in a non-formal context using mobile hypermedia. The research is applied, explanatory, qualitative and quantitative and experimental design. The self-directed learning analysis of this study included the perspective of characteristics (process) and application. The results of the experiment showed that participants had self-directed learning skills, such as making notes of important points (75.6%), self-confidence (82.9%), emphasizing important points (87.8%) and whether accounted for the learning process (87.8%). Despite the positive aspect of self-directed learning, some skills were assessed as fragile: ability to relate theoretical knowledge to everyday life, full understanding that study immediately before a test is not permanent, and that motivation does not guarantee focus (even motivated can be distracted and deviate from your goal).

Keywords: Self-directed learning; Health education; Mobile devices; Non formal education.

 

1. Introdução

A busca por melhorias das habilidades dos indivíduos nas mais diversas áreas sempre é um desafio. A área de educação em saúde tem sido alvo de vários pesquisadores que investigam como a tecnologia pode contribuir com a aprendizagem neste ramo [1, 2, 3].

De maneira convencional, a obtenção de determinada habilidade ou do conhecimento é associado ao ambiente escolar, ou seja, por meio da educação formal, visto que este tipo de educação é a propulsora tradicional do saber. Todavia, ao se considerar a cultura digital vivida atualmente, na qual indivíduos estão conectados e com acesso à informação por meio de smartphone, tablets e computadores, sem limite físico ou espacial, podendo acessar informação de qualquer lugar e a qualquer tempo, a obtenção de conhecimento extrapola os muros das instituições de ensino por meio da educação não-formal.

[4] em sua obra “A Sociedade em Rede” afirma que há um ritmo cada vez mais acelerado de descobertas tecnológicas e suas aplicações. Corroborando neste sentido, pode-se citar alguns estudos que fazem uso de recursos tecnológicos: o uso de hipermídia (simulação) na formação de pilotos [5], o uso de hipermídia (simulação) para a educação em saúde de médicos [1], o uso de hipervídeo para ferramenta auxiliar para a aprendizagem de cirurgia [6].

Levando em consideração a realidade da existência da cultura digital e a crescente busca por conhecimento em ambientes não-formais, a proposição da aprendizagem autodirecionada, também conhecida como self-directed learning, vem ganhando destaque relevante, visto que muitas pessoas utilizam da facilidade de acesso à informação para aprimorar seu aprendizado em qualquer lugar e hora.

Apesar da cultura digital estar bem presente na sociedade atual e muitas pessoas utilizarem a tecnologia com certa facilidade, quando se trata do processo de aprendizagem em um contexto da educação não-formal, algumas especificidades precisam ser levadas em consideração. Por exemplo, quando uma modalidade de educação que normalmente não se tem a presença do professor, de modo que aquele que está em busca do aprendizado precisa se tornar autorresponsável por sua aprendizagem, e isso pode acabar se tornando um obstáculo que poderá trazer prejuízos ao processo de ensino-aprendizagem.

Este artigo é decorrente de uma pesquisa realizada entre duas instituições federais de ensino do Brasil e uma universidade no meio-oeste dos Estados Unidos que propõe a criação de um aplicativo para dispositivos móveis para auxiliar cuidadores e pacientes quanto à educação em saúde [7].

O foco principal da pesquisa realizada por [7] era propor um currículo auxiliasse na educação dos cuidadores familiares para que estes tivessem acesso e prestassem cuidados ininterruptos aos familiares sob sua responsabilidade, de modo que pudessem realizar escolhas mais adequadas e responsáveis de alguma intervenção

A criação do aplicativo foi sugerida após a realização de uma pesquisa nos Estados Unidos que envolveu quatro instituições, profissionais que atuavam como médicos, gerentes de cuidados pediátricos de enfermagem, assistentes sociais, psicólogos, designer gráfico e educador de adultos. Nesta pesquisa, [7] propuseram um currículo inicial que era composto por 17 módulos, mas que ao final ficaram condensados em doze.

A partir do currículo proposto pela pesquisa de [7], idealizou-se em conjunto com a própria pesquisadora responsável pela criação do currículo da universidade no meio-oeste dos Estados Unidos, a condensação dos doze módulos em apenas três.

Os três tópicos do aplicativo ficaram sendo: a) planejamento de emergência; b) tratamentos de rotina; e c) comunicação e consultas. Cada um desses tópicos foi dividido em duas partes, sendo a primeira denominada “aprender”, a ser utilizada para acesso ao conteúdo a ser aprendido, e a segunda denominada “usar”, para acesso aos formulários existentes no aplicativo nos quais é possível colocar em prática as habilidades referentes aos cuidados em saúde.

Visando ampliar a discussão sobre o uso de dispositivos móveis no processo de ensino-aprendizagem, esta pesquisa tem como objetivo compreender a percepção de indivíduos sobre a aprendizagem autodirecionada em educação em saúde utilizando hipermídias em um aplicativo para dispositivo móvel.

2. Estado da Arte

De acordo com [8], 93,2% dos domicílios aqui no Brasil utilizavam smartphone, sendo que destes, 97% afirmaram que o smartphone era o principal meio de acesso à Internet, logo é possível perceber uma substituição natural de computadores, tablets, entre outros, por smartphones.

O benefício da mobilidade proporcionada pelo uso de dispositivos móveis, oportuniza que a aprendizagem ocorra a qualquer hora, em qualquer lugar, dando maior autonomia ao aprendiz [9].

Assim como vem ocorrendo em diversas áreas de conhecimento, ao longo dos anos a área da saúde tem obtido grandes avanços com o uso da tecnologia. Melhorias na promoção dos cuidados à saúde, monitoramento e educação em saúde tornaram-se uma realidade quase que cotidiana, facilitando cada vez mais o acesso às informações e contribuindo para que o aprendiz aprenda de forma autodirecionada [10].

Uma revisão integrativa realizada por [10] investigou produções científicas publicadas entre os anos de 2011 e 2017 sobre como o uso de Apps (Aplicativos) podem auxiliar na promoção dos cuidados à saúde e quais impactos os aplicativos promoviam sobre a relação ensino-aprendizagem. Dos 81 artigos encontrados na pesquisa, 42 foram selecionados e abordavam assuntos relacionados ao controle nutricional e alimentar, monitoramento de fármacos, eficácia do uso de Apps na gestão de práticas de saúde e gerenciamento de hábitos saudáveis.

No desfecho da pesquisa realizada por [10], os autores concluíram que as facilidades encontradas pela população na busca de informação por meio de dispositivos móveis, faz com que esta realidade seja algo irreversível, ou seja, cada vez mais haverá Apps desenvolvidos e utilizados na promoção de cuidados na saúde.

Outra pesquisa foi realizada no período de outubro a novembro de 2019 por [11], e teve como objetivo conhecer os aplicativos disponíveis no Google Play Store relacionados à Hipertensão Arterial Sistêmica quanto às suas características e às avaliações dos usuários. Foram encontrados 364 aplicativos, sendo 267 incluídos na pesquisa.

Apesar da grande quantidade de aplicativos encontrada, os resultados da pesquisa apontaram que a maioria dos Apps relacionados à Hipertensão Arterial Sistêmica tinham apenas a função de entretenimento. Todavia, apesar desta constatação, grande parte dos usuários acreditavam nas informações disponibilizados nesses Apps de entretenimento, ocasionando assim um risco a sua saúde [11].

Por fim, a pesquisa apresenta como resultado que seja reforçada a importância exercer um controle mais efetivo tanto no desenvolvimento quanto na disponibilização de Apps móveis voltados à área da saúde[11].

Um estudo realizado por [12], verificou a efetividade de um aplicativo no formato de jogo no conhecimento de idosos quanto à prevenção de quedas no domicílio. Neste estudo foram alocados 42 idosos em 3 grupos (controle, aplicativo e associação). Elaborou-se um questionário para avaliar o conhecimento dos idosos.

De acordo com o estudo, os indivíduos que tiveram a orientação exclusiva de forma verbalizada não melhoraram significativamente o desempenho no questionário de avaliação de conhecimento. Além disso, foi apontado também que os aspectos de escolaridade não foram considerados uma barreira para o aprendizado.

A partir dos estudos apresentados, percebe-se que de fato há um aumento significativo de Apps para promoção de cuidados da saúde. Logo, o presente estudo tem como proposta contribuir com estudos relacionados a avaliar a percepção de usuários sobre os Apps para promoção de cuidados da saúde. Para tanto, o foco principal deste estudo é avaliar a percepção destes usuários quanto ao uso das hipermídias para a aprendizagem autodirecionada sobre saúde.

3. Aprendizagem Autodirecionada

Muitas pessoas investem um tempo razoável em busca de aprender novas habilidades e conhecimentos. A facilidade de acesso às informações contribui de forma significativa para o sucesso nesta busca pelo conhecimento.

De acordo com [13], aprendizagem autodirecionada é a aprendizagem na qual a conceituação, o design, a conduta e a avaliação do que se vai aprender são direcionadas pelo próprio indivíduo. Em outras palavras, a capacidade ou vontade da pessoa em assumir o controle é que determina qualquer potencial de autodireção.

Uma parcela significativa do aprendizado ocorre por iniciativa da própria pessoa que quer aprender. Pode- se afirmar que pessoas adultas são aprendizes em potencial, pois tem uma aprendizagem autodirecionada, ou seja, tem a responsabilidade primária pelo planejamento, implementação e até a avaliação do esforço do seu processo de aprendizagem [14].

De acordo com [15], o aprendizado autodirigido poderia ser definido não somente como um processo, mas como uma demonstração permanente das propriedades e peculiaridades dos aprendizes. O autor ainda defende que o aprendiz é um agente que determina a aprendizagem como um objetivo a ser alcançado, quando se dedica ao desenvolvimento de capacidades próprias, como a moralidade, a motivação, o empenho, a consideração e a autonomia.

A Figura 1 apresenta o conceito de aprendizagem autodirecionada, destacando as capacidades do indivíduo que se propõe a ter esse tipo de aprendizagem.


Figura 1. Conceito de Aprendizagem Autodirecionada

Segundo [16], a aprendizagem autodirigida deveria ser compreendida como um fenômeno que abarca alguns conceitos interiores e exteriores. De acordo com uma abordagem específica, defendem que o aprendiz autodirigido é o que percebe a formação de um cenário social, este sendo constituído pela ligação deste com os demais aprendizes, com os objetos concretos ou virtuais, com a possibilidade de usar recursos variados e a compreensão das normas do ambiente onde será implementado.

Na aprendizagem autodirigida o aprendiz é capaz de delimitar seus objetivos no processo de aprendizagem por meio de um método e os produtos resultantes das vivências, em cada um dos novos contextos criados [17]. Tais especificidades vêm sendo, cada vez mais, perceptíveis nos educandos autodirigidos, conforme são utilizadas as novas tecnologias. Estas incluem os dispositivos já citados, como computadores pessoais, tablets e smartphones, bem como os instrumentos educacionais, tais como aplicativos específicos e espaços colaborativos para a aprendizagem [18].

Há várias perspectivas nas quais a aprendizagem autodirecionada pode ser analisada. Esta pesquisa se deteve às perspectivas das características (processo) e da aplicação (aprendiz) da aprendizagem autodirecionada.

Importantes estudos já foram realizados sobre as visões gerais sobre aprendizagem autodirecionada, como por exemplo, as pesquisas de [16], [19], [20] e [15].

No que diz respeito a perspectiva das características (processo) da aprendizagem autodirecionada e levando-se em consideração a literatura existente, pode-se inferir os cinco processos relacionados ao contexto da aprendizagem autodirecionada, adaptado da obra de [21], conforme mostrados na Figura 2.


Figura 2. Processos da Aprendizagem Autodirecionada
Fonte: adaptado de[21]

O primeiro processo é a “Definição de Metas” no qual os aprendizes identificam suas próprias metas e atividades de aprendizagem. O “Autoplanejamento” é o segundo processo e possibilita aos aprendizes regular e planejar as decisões, bem como ajustar os detalhes associados ao próprio aprendizado, como planejamento e criação de um cronograma. O próximo processo é o “Automonitoramento”, onde é feito o autogerenciamento de seu próprio tempo, monitoramento das estratégias de aprendizagem e reajuste da trajetória de aprendizagem à medida que progridem. O quarto processo é a “Autoavaliação” no qual há uma análise crítica por parte dos aprendizes com base nos critérios definidos. Por fim, o último processo é a “Revisão” no qual os aprendizes refletem sua própria aprendizagem de modo a aplicar o que foi aprendido em novos contextos.

Já em relação à perspectiva da aplicação, faz-se necessário levar em consideração o que diz muitas literaturas sobre o conceito de aprendizagem autodirecionada em relação às características pessoais dos aprendizes, de modo mais específico, as atividades comportamentais do aprendiz [2225].

4. Procedimentos Metodológicos

Esta pesquisa é do tipo aplicada, explicativa, quali-quantitativa e com delineamento experimental. O método proposto para a realização desta pesquisa se subdivide em seis etapas, conforme esquema mostrado na Figura 3.


Figura 3.
Etapas da Pesquisa

A Etapa 1 foi destinada a problematização da proposta a ser trabalhada, definindo o contexto e o objetivo da pesquisa. Na Etapa 2 buscou-se realizar uma revisão de literatura visando apresentar as referências nas quais se baseia a pesquisa, realizando assim o embasamento teórico que dará suporte à análise a ser desenvolvida.

Na Etapa 3 foi realizado o processo de criação das hipermídias. O processo se deu a partir da definição de roteiros para situações de emergências, cenários e personagens. As hipermídias criadas contemplavam três tópicos:

a) planejamento de emergência – visa melhorar as habilidades do indivíduo quanto à importância de realizar o planejamento adequado para lidar com situações de emergência;

b) tratamentos de rotina -  visa melhorar as habilidades do indivíduo quanto à importância de realizar o tratamento de rotina de maneira adequada, como por exemplo, atentar-se para as medicações prescritas, horários de tomar os medicamentos, levar a lista de medicamentos nas consultas médicas, conscientizar que todas as pessoas que exercem a função de cuidador devem saber como realizar o tratamento de maneira segura.

c) comunicação e consultas – visa melhorar as habilidades do indivíduo quanto à comunicação com a equipe de saúde.

Ao todo foram criadas 11 hipermídias distribuídas entre os três tópicos mencionados anteriormente. As hipermídias compreendem vídeos interativos e alguns jogos. Para se atingir os objetivos propostos em cada um dos tópicos, os vídeos interativos abordam algumas situações de emergência para que o usuário possa ter um contexto hipotético. Assim sendo, no decorrer de cada roteiro foram incluídas dicas ou situações previamente definidas que visam auxiliar a aprendizagem sobre os três tópicos.

Para o tópico “planejamento de emergência”, as hipermídias criadas abordam as seguintes situações: criança com crise convulsiva, adulto com crise convulsiva, criança com crise asmática e um jogo de quebra-cabeça para montagem de kit de primeiros socorros. Já para o tópico de “tratamentos de rotina”, as hipermídias criadas compreendem: pedra nos rins, alta de hospital, quiz sobre lista de medicamentos e um jogo de reorganização de palavras em uma frase. Por fim, o tópico “comunicação e consultas” possui hipermídias que abordam: pergunte-me 3, método SBAR e um jogo de caça-palavras.

As hipermídias foram particionadas em vários momentos de decisão. Em cada ponto de decisão (interação) duas opções eram disponibilizadas, sendo uma alternativa correta e outra incorreta. Dependendo da escolha do usuário, a hipermídia fornece o feedback adequado, informando ao usuário se sua escolha está correta ou incorreta e, depois disso, a hipermídia continua sua execução até uma nova interação do usuário num outro ponto de decisão.

Para a criação das hipermídias foram utilizados os softwares Illustrator (para produção dos personagens e cenários) e Construct 2 (edição final da hipermídia). O Construct 2 foi usado para criar e exportar as hipermídias que foram disponibilizadas no aplicativo. Assim sendo, apesar do Construct 2 ser comumente utilizado para a criação de jogos, ele atendeu de forma satisfatória para a criação das hipermídias e sua exportação para o formato adequado.

Na Etapa 4 foram definidos quais os instrumentos de coletas de dados a serem utilizados. Definiu-se que seriam utilizados os seguintes instrumentos: questionário pré-teste, entrevista semiestruturada e questionário pós-teste. Para as questões objetivas, utilizou-se a escala Likert com as opções de resposta “discordo fortemente, discordo, concordo parcialmente, concordo e concordo totalmente”, sendo que o participante com base nas questões apresentadas escolhia o seu nível de concordância com a afirmação. A análise dos dados foi quantitativa (estatística descritiva e analítica) por meio do uso de frequência simples e relativa, desvio padrão e teste “T de Student” [26]. Já para as questões da entrevista semiestruturada, a análise qualitativa se deu pelo uso do método do discurso do sujeito coletivo [27].

A Etapa 5 foi destinada a realização do experimento. Foram convidadas 65 pessoas, todavia 41 aceitaram participar da pesquisa. A escolha dos participantes foi uma amostra por conveniência, quando foram convidados participantes de um curso de capacitação para conselheiros tutelares de uma instituição pública numa cidade do norte do Brasil, e ex-alunos de um curso de extensão de Cuidadores de Idosos e Infantil.

A pesquisa foi analisada e aprovada pela Comissão de Pesquisa do <Removed for double-blind Review> da <Removed for double-blind Review> – Ata da Reunião nº 04/2018 e pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da <Removed for double-blind Review>. Destaca-se que foram reservados todos os direitos aos participantes, garantindo-lhes a liberdade de recusar a participar ou retirar seu consentimento no decorrer da pesquisa.

Para as pessoas que aceitaram participar da pesquisa foi entregue o termo de consentimento livre e esclarecido, que foi preenchido e assinado. Foi mantido o anonimato dos sujeitos participantes e suas identidades protegidas. A participação na pesquisa se deu de forma voluntária e todas as informações e esclarecimentos a respeito da pesquisa foram prestados aos participantes, deixando claro que, os mesmos não teriam nenhum tipo de ganho financeiro, além de não sofrer nenhum prejuízo ou dano, exceto o tempo destinado à participação nos experimentos.

Por fim, a Etapa 6 foi destinada a análise e discussão dos resultados obtidos com a aplicação do experimento e que serão mais bem detalhados na próxima seção.

5. Resultados e Discussão

A Tabela 1 apresenta o perfil dos participantes deste estudo quanto às habilidades de aprendizagem autodirecionadas. A maioria dos participantes declarou que possuem habilidades de aprendizagem autodirecionadas. Todos os entrevistados declaram que realizam, mesmo que em alguns casos concordando parcialmente, a prática de anotar pontos importantes ao aprender um novo assunto, acreditam que a participação ativa no processo de aprendizagem garante a permanência do conhecimento adquirido, possuem a prática de avaliar o alcance de metas e são motivados pelos resultados finais do processo de aprendizado (itens 1, 20, 21 e 26).

Tabela 1. Resultado do questionário das habilidades de aprendizagem autodirecionadas, <Removed for double-blind Review>, Brasil (n=41)

Em negrito estão três questões que denotam caráter negativo à afirmativa, portanto concordar demonstrava dificuldade no desenvolvimento das habilidades de aprendizagem autodirecionada.

Na discussão dos resultados, para dar uma visão mais clara sobre a direção escolhida pelos participantes utilizou-se uma sumarização das escolhas realizadas levando-se em consideração os extremos “Discordo Totalmente (DT)” e “Concordo Fortemente (CF)”.

Algumas habilidades foram avaliadas como frágeis no grupo, por exemplo, quanto a capacidade de relacionar o conhecimento teórico com a vida cotidiana (item 5), 34,1% (incluídos aqueles que CP, C e CT) concordaram que têm dificuldade para aplicar o conhecimento aprendido. Dos 41 participantes, 43,9% (incluídos aqueles que DF, D e CP) não compreende em sua plenitude que o estudo imediatamente antes de um teste não é permanente (item 8). Assim também, como 24,4% (incluídos aqueles que DF, D e CP) declaram que mesmo motivados podem se distrair e desviar-se do seu objetivo (item 10). O aproveitamento do tempo livre para fins didáticos foi declarado claramente como um desejo por apenas 61% (incluídos aqueles que C e CT) dos participantes (item 14). Quanto à realização de uma autoavaliação sobre o uso adequado dos materiais 26,8% (incluídos aqueles que DF, D e CP) não reconhece que essa deve ser uma prática rotineira no processo de aprendizado (item 16, incluídos aqueles que concordavam parcialmente). Entre os entrevistados, 60,9% (incluídos aqueles que CP, C e CT) tem algum grau de dificuldade para estabelecer hipóteses sobre os assuntos estudados (item 19). E, 41,4% (incluídos aqueles que C e CT) declaram que têm dificuldade em integrar informações obtidas de diferentes recursos (item 24).

As perspectivas da aprendizagem autodirecionada abordadas nesta pesquisa foram as características (processo) e a aplicação. Na perspectiva da aprendizagem autodirecionada de aplicação, onde se leva em consideração as características pessoais do aprendiz, percebe-se por meios dos resultados apresentados na Tabela 1 que muitos participantes possuem um comportamento condizente com o perfil de participante que se adequa a aprendizagem autodirecionada. A maioria das habilidades retratadas pelos participantes contribuem de maneira significativa para que o uso das hipermídias possam de fato contribuir com sua aprendizagem autodirecionada.

Todavia, foram identificadas algumas características que precisam ser mais bem trabalhadas de modo a auxiliar os participantes a ter uma habilidade de aprendizagem autodirecionada adequada. Como proposta futura de continuidade desta pesquisa, pretende-se investigar de que modo essas características negativas identificadas podem ser melhoradas. 

Já na perspectiva das caraterísticas, que compreende a definição de metas, autoplanejamento, automonitoramento, autoavaliação e revisão, entende-se que o modo como as hipermídias foram criadas possibilita ao indivíduo compreender qual o objetivo da utilização das hipermídias, que elas possuem recursos que reagem as interações do usuário, que avalia se as escolhas realizadas durante a interação foram adequadas e também possibilitam revisar as ações quando sua escolha for feita de forma equivocada.

Conclusões

Este artigo não se constitui em uma conclusão sobre aprendizagem autodirecionada num contexto de aprendizagem não-formal utilizando dispositivos móveis, visto que é um processo dinâmico e que tem uma constante evolução. Objetivou-se com esta pesquisa analisar a percepção dos cuidadores e pacientes sobre sua aprendizagem em educação em saúde em um aplicativo para dispositivo móvel utilizando hipermídias como ferramenta tecnológica para auxiliar na aprendizagem autodirecionada.

Os resultados encontrados apontam que os participantes demonstram motivação em aprender sozinho e fora de um ambiente de aprendizagem tradicional (escola) o que é positivo. Todavia, apenas do aspecto positivo apresentado na pesquisa, alguns pontos foram identificados como frágeis no grupo de participantes e requer pesquisas futuras no sentido de analisar de que modo as hipermídias podem contribuir para fortalecer aspectos relacionados à dificuldade do indivíduo de relacionar teoria e prática, realizar definição prévia de hipóteses e realizar a aprendizagem por diferentes meios.

Espera-se que o estudo tenha contribuído para a disseminação do conhecimento sobre o uso de hipermídias para a aprendizagem autodirecionada sobre educação em saúde em dispositivos móveis. Assim, almeja-se que este estudo colabore no sentido de nortear pesquisadores que busquem explorar mais a temática e preencher as lacunas identificadas nesta pesquisa, de modo a aprofundar e ampliar as discussões de modo a melhorar as pesquisas sobre esse assunto. Como trabalhos futuros, há a previsão incluir mapas mentais nas hipermídias de modo que os conteúdos possam ser acessados tanto a partir dos vídeos interativos quanto pelos mapas mentais, sendo possível o participante alternar entre eles a qualquer momento. Além disso, propõe realizar o mapeamento das trajetórias de aprendizagem utilizadas pelos participantes no momento de interação.

Agradecimentos

Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnología de Rondônia pelo incentivo à produção intelectual. Aos membros do Grupo de Pesquisa Trajetórias de Aprendizagem em Hiperdocumentos Ubíquos (TRAPHU/UFRGS) pelas contribuições de pesquisa e discussões sobre tópicos abordados neste artigo. O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.

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Informação de Contato dos Autores:

Dauster Souza Pereira
Instituto Federal de Rondônia (IFRO)
Campus Porto Velho Zona Norte
Porto Velho RO
Brasil
daustersp@gmail.com
ORCID iD: https://orcid.org/0000-0002-8586-3600

José Valdeni de Lima
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Porto Alegre - RS
Brasil
valdeni@inf.ufrgs.br
ORCID iD: https://orcid.org/0000-0002-7266-4856

Simone Cristina Oliveira da Conceição
University of Wisconsin-Milwaukee (UWM)
Milwaukee - WI
EUA
simonec@uwm.edu
ORCID iD: https://orcid.org/0000-0001-6485-1080

Priscilla Perez da Silva Pereira
Universidade Federal de Rondônia (UNIR)
Porto Velho - RO
Brasil
priperez83@gmail.com
ORCID iD: https://orcid.org/0000-0001-8900-6801

Rafaela Ribeiro Jardim
Instituto Federal Farroupilha (IF Farroupilha)
Campus Alegrete
Alegrete - RS
Brasil
rafa.rjardim@gmail.com
ORCID iD: https://orcid.org/0000-0002-1226-704X

Paulo Santana Rocha
Instituto Evandro Chagas (IEC)
Belém - PA
Brasil
rochap01@gmail.com
ORCID iD: https://orcid.org/0000-0002-1350-3497

Dauster Souza Pereira
Doutorando em Informática na Educação (PPGIE/UFRGS), Mestrado em Educação Escolar, Especialista em Sistemas de Informação, Administração em Redes Linux, Informática na Educação e Metodología do Ensino Superior.

José Valdeni de Lima
Doutorado em Informática, Mestrado em Ciências da Computação. Professor titular aposentado da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Simone Cristina Oliveira da Conceição
Doutorado em Educação a Distância e de Adulto. Professora do Departamento de Liderança Administrativa da Universidade de Wisconsin-Milwaukee (UWM).

Priscilla Perez da Silva Pereira
Doutorado em Ciências da Saúde. Professora do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Rondônia (UNIR). Mestrado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente.

Rafaela Ribeiro Jardim
Doutoranda em Informática na Educação (PPGIE/UFRGS), Mestre em Ciência da Computação.

Paulo Santana Rocha
Doutorando em Informática na Educação (PPGIE/UFRGS), Mestre em Ciência da Computação, Especialista em Desenvolvimento de Aplicações para Internet.

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