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Historia de la educación - anuario

versão On-line ISSN 2313-9277

Hist. educ. anu. vol.15 no.1 Ciudad autonoma de Buenos Aires. jun. 2014

 

ARTÍCULOS

Ética, estética e psicopedagogia no ensino da literatura infantil: a circulação do pensamento do uruguaio Jesualdo Sosa no Brasil do século XX

 

Fernando Rodrigues de Oliveira1

1Doutorando em Educação pela UNESP-Marília; Mestre em Educação pela UNESP-Marília; Graduado em Pedagogia pela UNESP-Marília; Graduado em Letras pela FAP-Tupã.
Universidade Estadual Paulista - UNESP, Faculdade de Filosofia e Ciências - SP-Brasil
fer.tupa@ig.com.br


Resumo

Com os objetivos de contribuir para a reflexão sobre a importância e influência do pensamento de Jesualdo Sosa no ensino da literatura infantil no Brasil e contribuir para a compreensão da circulação de modelos pedagógicos latino-americanos no contexto brasileiro, focalizam-se, neste artigo, aspectos do pensamento sobre literatura infantil formulado pelo educador e poeta uruguaio Jesualdo Sosa (1905-1982) e contido no livro La literatura infantil. Esse livro, publicado em 1944 pela Editorial Losada (Argentina), teve ampla circulação entre educadores brasileiros preocupados com as questões da literatura infantil, tornando-se o principal referencial teórico sobre o assunto. Em decorrência desses aspectos, La literatura infantil foi traduzido para o português e publicado, em 1974, pela Editora Cultrix (Brasil). Os resultados obtidos por meio da análise desse livro possibilitaram compreender que, embora pensado e elaborado com base no contexto educacional e literário do Uruguai e do México, países onde atuou Jesualdo Sosa, ele foi amplamente divulgado e utilizado entre educadores brasileiros, tornando-se referência recorrente nos manuais pedagógicos e em pesquisas sobre literatura infantil. Esse livro contribuiu, assim, significativamente para a constituição de um modo específico de se pensar e se compreender a literatura infantil e seu ensino, no Brasil.

Palavras-chave: La literatura infantil; Jesualdo Sosa; Ensino da Literatura infantil; Formação de professores; História da Educação.

Abstract

In order to contribute to the reflection on the importance and influence of the thought of Jesualdo Sosa in the teaching of children's literature in Brazil ant to contribute to the understanding of the circulation of Latin America pedagogical models in the Brazilian context, it is focalized in this paper aspects of the thought about children's literature formulated by the educator and poet Uruguayan Jesualdo Sosa (1905-1982) and contained in the book La literatura infantil. This book, published in 1944 by Editorial Losada (Argentina), was widely circulated among Brazilian educators concerned with issues of children's literature. Due to these aspects, La literatura infantil was translated into Portuguese and published in 1974 by Cultrix (Brazil).The results obtained by the analysis of this book possible to understand that, although planned and executed based on the educational context and literary Uruguay and Mexico, countries where Jesualdo Sosa worked, it has been widely used among Brazilian educators. With this, it became recurring reference in the children's literature text book and children's literature research. In addition, La literatura infantil, in Spanish version or in Portuguese version, it contributed and influenced significantly to the creation of a set of knowledge about children's literature in Brazil.

Keywords: La literatura infantil; Jesualdo Sosa; Teaching children's literature; Teacher education; History of Education.


 

Introdução

No Brasil, a partir do final do século XIX, acompanhando o processo de organização de um aparelho escolar republicano e a disseminação de certas concepções de infância, passaram a ser publicados os primeiros livros destinados especificamente à leitura de crianças. Esses livros, inicialmente caracterizados como traduções e/ou adaptações de livros europeus ao público infantil, constituem, segundo Arroyo (1968), a "origem" da literatura infantil brasileira. Nas primeiras décadas do século XX, com a expansão do aparelho escolar, o aumento do público leitor e a modernização administrativa e econômica país, a produção de livros para as crianças começou a crescer em proporções consideráveis. Com isso, escritores e editoras da época passaram a se profissionalizar e a se especializar, cada vez mais, na produção de livros de literatura infantil.
Esse acelerado processo de produção e disseminação da literatura infantil no início do século XX no Brasil despertou a atenção de educadores e intelectuais desse período, os quais começaram a se deter aos problemas envolvidos com esse gênero literário. Pautados na lógica de J. J. Rousseau, de que os livros podiam corromper o espírito ingênuo infantil e causar efeitos desastrosos na formação do futuro homem, esses intelectuais e educadores passaram a mobilizar importantes ações visando a regular e a controlar a circulação da literatura infantil no país. Dentre essas ações, priorizou-se a necessidade de preparar os futuros professores primários para o trabalho com a literatura infantil no processo de escolarização das crianças. Essa medida tinha como principal objetivo evitar o acesso, por parte desses pequenos leitores, à chamada "má literatura infantil"1 durante a formação escolarizada. Em decorrência, portanto, de necessidade de preparar os professores para o trabalho com a literatura infantil, em 1947, foi criada, nos Cursos Normais2 do estado de São Paulo, Brasil, a matéria escolar "Literatura infantil". A criação dessa matéria tinha como objetivo oferecer aos professores em formação noções básicas sobre a natureza, a função e os requisitos da literatura infantil, que concorriam para a boa formação moral do espírito infantil. No entanto, a criação dessa matéria não era suficiente para se atingir esse objetivo, pois não havia, no Brasil, à época, textos e materiais que pudessem subsidiar os estudos relativos a essa matéria e à formação dos professores, conforme esses princípios.
Por essa razão, a partir da década de 1950, passaram a ser produzidos no Brasil manuais pedagógicos específicos para o ensino da literatura infantil, os quais continham as prescrições teóricas e práticas consideradas necessárias à formação dos futuros professores para esse ensino (OLIVEIRA, 2013). Nesse período, por ser a produção teórica sobre literatura infantil quase inexistente no Brasil, os autores desses manuais pedagógicos foram buscar aporte teórico em bibliografia estrangeira sobre o assunto, especialmente o livro La literatura infantil, de autoria do uruguaio Jesualdo Sosa, publicado pela primeira vez em 1944, pela editora argentina Editorial Losada.
La literatura infantil
, desde que foi publicado na Argentina, em 1944, e passou a circular no Brasil, a partir da década de 1950, foi amplamente utilizado por intelectuais e estudiosos brasileiros voltados aos problemas do ensino da literatura infantil. Esse livro tornou-se o principal referencial teórico sobre literatura infantil para os que se interessavam pelo assunto, tendo logrado o status de principal livro estrangeiro sobre literatura infantil que circulava no país. Desse modo, o pensamento sobre literatura infantil de Jesualdo Sosa esteve na base da formulação de uma concepção brasileira de literatura infantil e de seu ensino, a qual se disseminou por meio do ensino da literatura infantil nos Cursos Normais, ao logo do século XX, no Brasil. Em vista desses aspectos e com os objetivos de contribuir para a reflexão sobre a importância e influência do pensamento de Jesualdo Sosa no ensino da literatura infantil no Brasil e contribuir para a compreensão da circulação de modelos pedagógicos latinoamericanos também no Brasil, apresento, neste artigo, resultados da análise da configuração textual do livro La literatura infantil.
A análise da configuração textual consiste no enfoque do:

[...] conjunto de aspectos constitutivos de determinado texto, os quais se referem: às opções temático-conteudísticas (o quê?) e estruturais formais (como?), projetadas por um determinado sujeito (quem?), que se apresenta como autor de um discurso produzido de determinado ponto de vista e lugar social (de onde?) e momento histórico (quando?), movido por certas necessidades (por quê?) e propósitos (para quê), visando a determinado efeito em determinado tipo de leitor (para quem?) e logrando determinado tipo de circulação, utilização e repercussão." (MORTATTI, 2000, p. 31).

1. O maestro Jesualdo: educador e poeta da expresión creadora del niño3

Nascido em Tacuarembó, no Uruguai, no dia 22 de fevereiro de 1905, Jesuado Sosa tem seu nome figurado entre os dos mais importantes intelectuais latino-americanos do século XX. Seu prestígio deve-se a sua intensa atuação como educador, defendendo veementemente a criação de uma escola única no Uruguai e em toda a América Latina, como forma de as sociedades latinas se desenvolverem politica e economicamente. Jesualdo, como ficou conhecido, realizou seus estudos primários na cidade de Tranqueras-Uruguai, para onde se mudou com seus pais quando tinha cinco anos de idade. Embora tenha iniciado seus estudos nessa cidade, os concluiu em Riviera-Uruguai.
Após concluir seus estudos primários, Jesualdo mudou-se para Montevidéu, onde, em 1921, ingressou no Instituto Normal para Varões. Três anos após o seu ingresso nesse curso, diplomou-se professor, a partir de quando passou a lecionar em escolas uruguaias. Seu primeiro trabalho como professor foi em 1925, quando foi nomeado professor interino da Escola Nº 1 de Riviera-Uruguai. Após Lecionar por um ano em Riviera-Uruguai, em 1926, Jesualdo foi aprovado em concurso para professor efetivo da Escola Departamental Nº 1 de Montevidéu, onde permaneceu por dois anos. Nesse período em que atuou na capital uruguaia, ele começou a escrever os seus primeiros textos para um jornal local e, em 1927, teve publicados dois livros de sua autoria: Lecturas, biografías y héroes de leyenda e Nave del alba pura. No ano de 1928, Jesualdo mudou-se para Riachuelo-Uruguai, onde se casou com María Cristina Zerpa, diretora da Escola Rural Nº 56 de Canteras de Riachuelo-Uruguai. Jesualdo lecionou nessa instituição até 1935. E nessa escola iniciou suas experiências sobre a expressão e criação infantil, que, ao longo de sua vida, ele formulou como a teoria da expresión creadora del niño.
As experiências que passou a ter como professor na escola de Canteras de Riachuelo-Uruguai foram interrompidas no ano de 1935, quando as autoridades uruguaias, em decorrência da ditadura vivida por seu país, o destituíram do cargo de professor e o proibiram de dar continuidade às suas experiências e investigações. Apesar dessa proibição, ainda no ano de 1935, Jesualdo teve publicado o livro Vida de un maestro, no qual apresenta reflexões sobre sua experiência profissional e investigativa na escola de Canteras de Riachuelo-Uruguai. Esse livro, à época, representou as inquietudes dos professores uruguaios frente aos problemas enfrentados por eles no que dizia respeito à Educação nesse país, tendo se tornado uma das mais importantes produções de Jesualdo, até os dias atuais. Embora perseguido pelo governo ditatorial do Uruguai, Jesualdo voltou a lecionar em 1936, após ter sido aprovado em concurso para o cargo de professor de literatura no Liceu Nº 6 "Francisco Bauzá", em Montevidéu. No âmbito de sua atuação como professor e militante em defesa de melhorias da escola pública no Uruguai (e, posteriormente, em toda a América Latina, Europa e Ásia), Jesualdo dedicou especial atenção às questões ligadas à alfabetização, visto que para ele a condição de alfabetizado era indispensável para que o povo participasse da vida política, econômica e social de seu país. Em virtude disso, no ano de 1939, Jesualdo participou de uma campanha de alfabetização no México, e, em 1961, de outra, em Cuba. Nesse período em que Jesualdo esteve no México, Jesualdo atuou como professor de literatura infantil na Escola Nacional de Professores do México, que resultou na publicação do livro La literatura infantil, em 1944.
Devido à repercussão do pensamento e atuação de Jesualdo para além das fronteiras uruguaias, esse educador e também poeta passou a circular em diferentes países da América Latina, Europa e Ásia, disseminando o seu pensamento político e educacional. Dentre as inúmeras atuações de Jesualdo, destaco: foi nomeado decano da Faculdade de Educação de Cuba, em 1962; participou como convidado especial da Assembleia Mundial de Educação, no México, em 1964; participou como membro da Federação Internacional do Sindicado de Ensino no Congresso Internacional de Educadores em Argel, em 1965; ministrou cursos na Universidade da Venezuela, em 1966; e ocupou cargo de primeiro presidente da Casa "Bertold Brecht", que resultou na criação do Instituto Cultural de Amizade Uruguai-Alemanha. Concomitantemente a sua ativa e engajada atuação profissional, Jesualdo teve uma série de livros, artigos e textos poéticos publicados ao longo de sua vida. Dentre os livros publicados, destaco: 180 poemas de los niños de la escuela de Jesualdo (1938); José Artigas, del vasallaje a la revolución (1940); Problemas de la educación y la cultura en América (1943); Los fundamentos de la Nueva Pedagogía (1943); 500 poemas de los niños de la escuela de Jesualdo (1945); 17 educadores de América (1945); La expresión creadora del niño (1950); Mi viaje a la U.R.S.S. (1952); La escuela lancasteriana (1954); Conocí China en otoño (1959); Antología de la poesía latinoamericana (1961); El tiempo oscuro (1966); Pedagogía de la Expresión (1968); Lenin y la educación (1970); El garañón blanco (1971); e La escuela politécnica humanista (1974).
Em decorrência dessas publicações, Jesualdo recebeu uma série de premiações, como o Prêmio "Poesía del Banco de la República", Prêmio Nacional de Ensaio do Ministério da Instrução Pública do Uruguai e o Prêmio Anual da Universidade Uruguaia. Aos 77 anos de idade, Jesualdo faleceu em Montevidéu, no dia 28 de dezembro de 1982, deixando uma importante contribuição para os debates educacionais, sobretudo na América Latina.

Sus inquietudes lo inscribieron desde el comienzo de su actividad docente, aunque desde una actitud crítica, en los caminos renovadores de la corriente de la escuela nueva o activa que proponía el traslado del interés que había existido por los métodos de enseñanza, hacia lo relacionado con la psicología del niño e del aprendizaje, privilegiando nuevas pautas actividad, libertad y autonomía. Jesualdo profundizó en particular el tema de la expresión otorgándole una dimensión mucho más rica de la que se le daba corrientemente." (HINOSTROZA AYALA, 2007, p. 164).

2. O livro La literatura infantil: alguns aspectos de sua materialidade

Resultante de sua atuação como professor, especialmente de literatura infantil na Escola Nacional de Professores do México, e também de sua experiência como escritor de literatura, Jesualdo teve publicado o livro La literatura infantil, em 1944, em Buenos Aires, pela Editorial Losada, conhecida como a editora dos exilados. Essa editora, fundada na Argentina em 1938, por Gonzalo Losada, Guillermo de Torre e Atilio Rosi, com sucursais instaladas no Uruguai, Chile, Brasil, Perú, Colombia, México, Guatemala, Estados Unidos da América, Inglaterra e França, possibilitou a ampla circulação desse livro, tornando-o uma das principais referências na América Latina, sobre literatura infantil e seu ensino na formação de crianças.
Embora não tenha sido possível localizar com exatidão quantas edições teve La literatura infantil, é possível afirmar que após a 1ª. edição, em 1944, foram editadas pelos menos mais três edições: em 1955, foi publicada a 2ª. edição; em 1967, foi publicada uma nova edição; e, em 1973, foi publicada a edição mais recente publicada pela Losada. Como as edições que sucederam a de 1944 não foram revistas, aumentadas ou ampliadas, enfoco, neste artigo, aspectos da materialidade do exemplar da 1ª. edição. La literatura infantil foi publicado sob o formato 18,5 x 12,5, em papel do tipo jornal, com capa flexível, com um total de 291 páginas, divididas em quatro capítulos. Na capa desse livro, na parte superior, consta a indicação da coleção que - "La escuela Activa". Essa coleção, dirigida por Lorenzo Luzuriaga, era composta por 12 títulos, os quais se relacionam a métodos de ensino e de trabalho nas escolas. Ainda na capa desse livro, na parte superior, consta o nome do autor, sem seu sobrenome, e, logo abaixo, o título do livro. Do meio para a parte inferior da capa, consta uma ilustração, que representa um quadro negro, com um sol desenhado e setas voltadas para ele, e, ao lado desse quadro negro, um vaso com flores e uma pirâmide. Abaixo dessa ilustração, no rodapé da capa, consta o nome da editora e o local de publicação do livro.


Figura 1
- capa de La literatura infantil
Fonte: Acervo pessoal do autor

Na quarta-capa, não consta nenhuma informação. No entanto, o livro contém, tanto na capa, quanto na quarta-capa, "orelhas". Na "orelha" da capa, consta uma breve apresentação de Jesualdo, a qual contém destaque para o "distinguido educador [...] conocedor de la materia por su experiência literária y personal" (LOSADA, 1944, capa). Além da breve apresentação de Jesualdo, consta na "orelha" da capa uma breve apresentação dos aspectos tratados no livro e a informação de que esse livro foi premiado pelo Ministério da Instrução Pública do Uruguai. Na "orelha" da quarta-capa, consta a relação dos títulos de uma outra coleção publicada pela Editorial Losada, a coleção "Biblioteca Pedagógica", que também é constituída de títulos podiam interessar aos educadores. Na parte interna de La literatura infantil, antes da página de rosto, consta uma página na qual há apenas o título do livro. No verso dessa página, são apresentados os títulos dos 12 livros que integram a coleção "La escuela activa". Na página de rosto, repetem-se as informações da capa, com apenas uma alteração, a indicação do subtítulo do livro: "ensayo sobre ética, estética y psicopedagogia de la literatura infantil".
Na sequencia da página de rosto, há uma página de dedicatória, a qual Jesualdo destina aos seus filhos e netos; página de epígrafe, extraída do caderno de uma de suas alunas na Escola de Canteras de Riachuelo; e uma página de "Advertencia", que "funciona"4 como introdução do livro.

3. A literatura infantil segundo Jesualdo

Na "advertência", que "funciona" como introdução do livro, Jesualdo explica que, por ser a literatura infantil um fenômeno literário ainda recente, quando da publicação de seu livro, o número de trabalhos sobre esse assunto era ainda restrito. Em decorrência disso, ele inicia a sua argumentação apontando que não pretende apresentar um "guia de leituras" relacionadamente à literatura infantil. Seu objetivo é mais audacioso, ele busca apresentar a questão da "totalidade" da literatura infantil, segundo ele, ainda não abordada pela bibliografia disponível, na década de 1940.
Para Jesualdo, essa "totalidade" da literatura infantil consiste na sua ética, estética e psicopedagogia, "limitada a su propia y exclusiva estructura desgajada del resto del arte al servicio del niño." (SOSA, 1944, p. 11). Para dar conta desse objetivo, Jesualdo aborda nos quatro capítulos de La literatura infantil aspectos como: problematização da existência da literatura infantil; suas funções; o problema da moralização e do didatismo; as teorias psicológicas sobre a evolução do pensamento, da linguagem e da inteligência infantil; e o estudo das diferentes formas de manifestação da literatura infantil e a adequação desses textos a cada faixa etária da criança. Para tratar desses aspectos, Jesualdo toma como aporte teórico os estudos, principalmente: de Roger Cousinet; Jean Piaget; Anatole France; Aníbal Ponce; entre outros.
Para Jesualdo, embora a estética literária tenha aceitado a literatura infantil como uma forma particular no quadro geral da arte literária, é preciso problematizar se a literatura infantil existe, de fato. Para esse autor, o que se observa em relação à literatura infantil é que os livros escritos intencionalmente para a leitura das crianças são os que menos as interessam. Historicamente, o que tem despertado o interesse de leitura das crianças são livros que, embora não escritos para elas, atendem as suas necessidades psíquicas, contribuem para a sua moralização e por isso despertam o interesse de leitura nesse público específico. Dessa forma, Jesualdo entende que existe uma literatura escrita intencionalmente para as crianças, adequada ao seu léxico e rotulada de "infantil", mas que pouco interessa a elas. São outros livros, cuja finalidade de escrita não tinha em vista o público infantil, que acabam por despertar o interesse desses pequenos leitores. Assim:

Lo que existiría, entonces, serían valores, elementos o caracteres determinados, dentro de la expresión literaria en general, escrita o no para los niños, que responden a las exigencias de su psique durante su proceso de conocer y aprender, que se ajustan al proceso de su evolución mental, y en especial al de determinados poderes intelectivos." (SOSA, 1944, p. 18, grifos do autor).

Com base nessa concepção de literatura infantil, Jesualdo entende que esse gênero literário tem uma função a ser desempenhada na psique infantil, que consiste na função instrutiva, educativa (moralista) e lúdica. Embora as leituras a serem oferecidas para as crianças possam ser múltiplas, as que são "verdadeiramente proveitosas" são as que proporcionam distração e prazer, num primeiro momento, e que depois "[...] responden a las necessidades del niño, y ejercem, o pueden ejercer, uma influencia muy feliz em el desarollo de su psique." (SOSA, 1944, p. 36).
No entanto, apesar de a literatura infantil ter essa função instrutiva e educativa, não é a leitura por si só desses livros que proporcionará o desenvolvimento psicológico da criança. Para Jesualdo, é o tratamento didático que é dado aos livros de literatura infantil que os tornam tão importes à formação psíquica das crianças. Por conta isso, Jesualdo apresenta uma discussão sobre a didática da literatura infantil, propondo que o "anarquismo empírico" utilizado nessa didática, caracterizado pelo ensino centrado apenas na história de leitura dos próprios professores, seja substituído pelo ensino científico, baseado na psicologia do desenvolvimento infantil. Segundo Jesualdo, a partir dos avanços nos estudos da psicologia infantil, a didática da literatura infantil de base cientificista consiste em "[...] ajustar, racional y científicamente, tanto como sea posible, sin menoscabar para nada el santo sentido de la transmisión de conocimientos, a fin de que se efectúe la más perfecta educación entre el niño y la obra [...]" (SOSA, 1944, p. 72).
Essa proposta da didática cientificista e racional da literatura infantil, formulada por Jesualdo, tem como princípio ajustar às obras literárias às etapas do desenvolvimento psicológico da criança. Como afirma Jesualdo (1944):

"[...] de la misma manera que es necesario conocer y considerar el origen y evolución del lenguaje del niño para crear [...] los instrumentos que la capaciten para el aprendizaje de la lectura, decimos también que es necesario conocer el mecanismo mental y sensitivo del niño, luego de situar su evolución en las distintas etapas por que atraviesa su psique, para de este modo saber qué literatura ha de ser más conveniente (por lo mejor aprovechable o asimilable), ya en qué cantidad y oportunidad ha de servir a sus distintos intereses y tendencias." (SOSA, 1944, p. 72).

Para compreender as etapas do desenvolvimento psíquico da criança e saber qual literatura é mais "conveniente" à formação da criança, Jesualdo utiliza-se dos estudos de Ponce. Com base nesse autor, Jesualdo apresenta as seguintes fases do desenvolvimento infantil: primeira fase, chamada de "maturação", a criança está no início de seu desenvolvimento mental paralelamente ao seu desenvolvimento orgânico; segunda fase, chamada de "técnica", é marcada pela "invenção da mão" e a utilização dessa parte do corpo como facilitadora das ações humanas; terceira fase, chamada de "egocêntrica", a criança é marcada pelo monólogo; e, quarta fase, chamada de "racional", a criança passa a atuar com base na razão.
No âmbito dessas quatro fases do desenvolvimento psíquico da criança, Jesualdo se atém mais detidamente à terceira fase, a "egocêntrica", por ser a fase do desenvolvimento que coincide com a entrada da criança na escola e, por conseguinte, com o contato direto com a literatura infantil. Para compreender melhor a fase "egocêntrica" do desenvolvimento infantil, Jesualdo utiliza-se também dos estudos de Piaget. Com base nesse intelectual genebrino, Jesualdo compreende que a criança, entre os quatro e oito anos, passa de um processo de desenvolvimento mais pautado na imaginação, que é sucedido por um período mais centrado nas atividades próprias da criança e que culmina na etapa de racionalização, a quarta fase do desenvolvimento infantil. A partir desse entendimento das fases do desenvolvimento infantil, Jesualdo apresenta quais são os gêneros literários adequados para cada uma delas, de modo a atender as necessidades psíquicas, morais, educativas e recreativas da criança. Para Jesualdo, para as crianças que se encontra na fase do imagismo (por volta dos três a quatro anos), as lendas, mitos, contos, contos de fadas e fábulas são os gêneros literários adequados. Na faixa etária de cinco a seis anos, segunda fase, quando a criança já se centra mais em suas próprias atividades, os textos literários recomendáveis são as narrativas, histórias e novelas de aventuras, pois as crianças já são capazes de lidarem com textos de maior complexidade. Jesualdo, citando Bühler, denomina essa fase de "robinsonismo". A fase seguinte, quando as crianças então na faixa etária de sete e oito anos, a racionalização já está presente na criança, por isso os textos adequados são os romances sentimentais e policiais.
Além de tratar da adequação desses gêneros literários a cada etapa do desenvolvimento da criança, Jesualdo também aponta a importância da poesia e do teatro como altamente instrutivos e moralizantes na formação da criança. Por isso, para Jesualdo esses textos também são instrumentos indispensáveis na escola. Para finalizar a sua discussão sobre a "totalidade" da literatura infantil, Jesualdo ressalta a importância do tratamento material, especialmente das ilustrações, dos livros voltados para as crianças. Segundo ele, um material sem cores, com letras inadequadas e com estampas pouco atrativas não despertarão nas crianças o desejo de aprender, de formarem a sua ética, estética e moral a partir da literatura infantil. Por isso, cuidar do aspecto material dos livros não é um aspecto menor no âmbito da literatura infantil, mas essencial e indispensável para se atingir os objetivos que se tem com esse gênero literário.

4. Aspectos da circulação do pensamento de Jesualdo no Brasil

Embora La literatura infantil tenha sido publicado por uma editora de circulação nos países de língua castelhana da América Latina, ele teve ampla circulação no Brasil, especialmente os exemplares da 2ª. edição, publicada em 1955, pela Editorial Losada. Apesar desses exemplares em castelhano terem circulado intensivamente, no Brasil, pelos dados e informação que reuni, até o momento, não foi possível precisar os modos como esse livro chegou até o Brasil e passou a circular entre educadores, intelectuais e estudiosos brasileiros da literatura infantil, na primeira metade do século XX.
Fato é que, após ter sido criada a matéria "Literatura infantil" no currículo do Curso Normal do Instituto de Educação "Caetano de Campos", localizado na capital do estado de São Paulo, em 1947, nos manuais de ensino que passaram a ser publicados com capítulos destinados ao "ensinar a ensinar" literatura infantil aos futuros professores, o livro La literatura infantil passou a ser utilizado como bibliografia teórica para a formulação de propostas para o ensino da literatura infantil. Esse é o caso, por exemplo, dos capítulos: "Literatura na escola", contido no manual Metodologia da linguagem (1951), de Orlando Leal Carneiro; e "Literatura infanto-juvenil", contido no 3º volume do manual Práticas escolares (1954), de Antônio d'Ávila. Importante destacar que, o fato de Jesualdo ter sido professor de literatura infantil na Escola Nacional de Professores do México concorreu diretamente para que seu livro se tornasse a principal referência para se pensar o ensino da literatura infantil no Brasil, num momento histórico em que era escassa a produção nacional sobre o assunto. Dez anos após a publicação do Decreto que criou a matéria "Literatura infantil" no Curso Normal do Instituto de Educação "Caetano de Campos", os Cursos Normais do estado de São Paulo, Brasil, passaram por uma nova reforma em decorrência da promulgação da Lei nº. 3.739, de 22 de janeiro de 1957. A partir dessa Lei, "[...] o currículo, que anteriormente compreendia 'matérias' cujo ensino era distribuído em 'cadeiras' (que abrangiam uma ou mais 'matérias'), passou a ser distribuído em 'disciplinas'" (LABEGALINI, 2005, p. 99). Dentre essas disciplinas, literatura infantil constituiu-se como disciplina obrigatória e oficial de todos os Cursos Normais do estado de São Paulo.
Com isso, passaram a serem publicados, no Brasil, os primeiros manuais específicos para o ensino da literatura infantil, os quais também tomaram o livro de Jesualdo como referência teórica. No caso desses manuais de ensino, mais do que citar o livro La literatura infantil, o modo como foram organizados, a concepção de literatura infantil defendida por seus autores e a proposta de ensino da literatura infantil concretizada neles dialogam diretamente com o pensamento de Jesualdo. Esse é o caso, por exemplo, de Compêndio de literatura infantil: para o 3º. ano normal, de autoria de Bárbara Vasconcelos de Carvalho, publicado em 1959 e que foi o primeiro manual de ensino de literatura infantil publicado no Brasil (OLIVEIRA, 2013). Nesse manual, Bárbara Vasconcelos de Carvalho propõe o ensino da literatura infantil centrado na adequação dos gêneros literários à faixa etária das crianças, de modo que os títulos dos capítulos e subcapítulos de seu manual coincidam quase que diretamente com os títulos dos capítulos de La literatura infantil, de Jesualdo (OLIVEIRA, 2013). Além dos manuais de ensino, também os documentos oficiais publicados pelo Departamento de Educação do estado de São Paulo, Brasil, sintetizam uma concepção de literatura infantil que se inter-relaciona com a de Jesualdo. No programa de ensino de literatura infantil, publicado em 1958, após a criação da disciplina "Literatura infantil" no currículo de todos os Cursos Normais do estado de São Paulo, é possível observar que a prescrição para o ensino da literatura infantil oficializada pelo estado se assemelha à proposta de Jesualdo Sosa:
"1 - Origem e desenvolvimento da literatura infantil.
a) A tradição oral.
b) Fábulas, viagens, contos de fadas para adultos.
c) Primeiras coletâneas dos Contos Maravilhosos para adultos.
d) A literatura de ficção recreativa no século XIX.
e) A literatura infantil no Brasil. Os precursores (Século XIX), os propulsores do movimento: homens de letras e professôres (século XX).
f) A expansão da literatura infantil brasileira nos últimos tempos. As publicações infanto-juvenis.
2 - Caracterização da literatura.
a) A literatura didática e a recreativa; fases e modalidades
.
b) O ajustamento do literato à evolução da criança: a fase do egocentrismo e da socialização.
c) A poesia na literatura infantil: Os pequenos poemas e as fábulas em verso. Os cantos escolares.
d) Os requisitos literários morais e material do livro de literatura infantil.
3 - Finalidades didática, psicológicas, sociais e morais da literatura infantojuvenil.
4 - A biblioteca escolar, infanto-juvenil finalidade e organização. Clubes de leitura.
5 - O Teatro Infantil: representações infantis, teatro de sombras, de bonecos, de fantoches." (SÃO PAULO, 1958, p. 7-8, grifos meus). Como se pode observar, os pontos tratados e discutidos por Jesualdo, em La literatura infantil, constituem também os pontos a serem trabalhados no ensino da literatura infantil, no Brasil, conforme a documentação oficial. E, embora ao longo do século XX, os cursos Normais no Brasil tenham sofrido diferentes reformas e modificações, no caso do ensino da literatura observa-se que não ocorreram alterações significativas. Dessa forma, o livro de Jesualdo continuou a ser amplamente utilizado e citado em documentos até os anos finais da década de 1990. Por conta da circulação, importância e influência que exerceu o livro de Jesualdo, em 1978 La literatura infantil foi traduzido para o português por James Amado e publicado pela Editora Cultrix, de São Paulo, em co-edição com a Editora da Universidade de São Paulo (Edusp). Como afirma Ceccantini (2010), a tradução desse livro tratou-se de uma raríssima exceção de tradução para o português de obra teórica sobre literatura infantil que circulou no Brasil.
Na tradução para o português brasileiro La literatura infantil foi traduzido com o título A literatura infantil. Essa edição brasileira teve pelo menos nove edições, num intervalo de 15 anos. A edição mais recente desse livro, a 9ª, foi publicada em 1993, pela Cultrix.


Figura 2
- Capa de A literatura infantil (edição brasileira)
Fonte: Acervo pessoal do autor

Devido à circulação dessa tradução de La literatura infantil, no Brasil, a partir de 1978, esse livro passou a servir de aporte teórico não somente para as prescrições e concretizações relativas ao ensino da literatura infantil nos cursos de formação de professores, mas também como aporte teórico para o desenvolvimento de pesquisas acadêmico-científicas sobre literatura infantil. Esse fato se deu a partir da década de 1970, pois esse foi o período em que se criou, no Brasil, os primeiros Programas de Pós- Graduação em Letras e Educação. Também nesse período, embora os estudos sobre literatura infantil já fossem em número maior do que no início do século XX, A literatura infantil (ou La literatura infantil) ainda era uma das poucas obras detalhadas sobre o assunto, disponíveis no mercado editorial brasileiro.

Algumas notas finais

Os resultados da análise da configuração textual de La literatura infantil, de Jesualdo Sosa, apresentados, neste artigo, possibilitam compreender que esse livro, embora pensado e elaborado com base no contexto educacional e literário do Uruguai e do México, países onde atuou Jesualdo, ele foi amplamente divulgado e utilizado entre educadores, intelectuais e estudiosos brasileiros da literatura infantil. Desse modo, esse livro tornou-se referência recorrente nos manuais de ensino de literatura infantil e em estudos e pesquisas acadêmico-científicas sobre esse assunto, no Brasil. Esses resultados possibilitam compreender, ainda, que esse livro, seja a partir do exemplar publicado na Argentina, seja a partir da tradução para o português, publicada pela editora paulista Cultrix, contribuiu significativamente para a constituição de uma concepção de literatura infantil e para a consolidação de um conjunto de saberes relativos ao ensino da literatura infantil, no Brasil, considerados necessários à formação de professores primários nesse país.
Nesse sentido, num movimento de contramão do que tem demonstrado os estudos e pesquisas sobre a História da Educação Brasileira, de que os modelos pedagógicos franceses e norte-americanos estiveram, majoritariamente, na base do ensino e da escolarização, no Brasil, no caso do ensino da literatura infantil, o modelo pedagógico elaborado pelo educador Uruguaio e por ele difundido em diversos países da América Latina é que ocupa papel central e fundamental na história do ensino da literatura infantil. Embora os vetores dos modelos pedagógicos parecessem estar sempre na direção do velho continente ou América do Norte para a América Latina, no caso do ensino da literatura infantil esses vetores estiveram contrariamente posicionados, pois é de um modelo pedagógico tipicamente latino-americano que o Brasil é tributário no que se diz respeito às suas práticas de ensino da literatura infantil.

Notas

1 A expressão "má literatura infantil" foi recorrentemente utilizada em artigos de periódicos e de jornais, publicados no Brasil, entre as décadas de 1930 e 1950, para se referir à produção literária voltada ao público infantil considerada, à época, má influência do ponto de vista moral. Para maiores informações sobre esses artigos, ver, especialmente: Oliveira (2012).

2 No caso brasileiro, os Cursos Normais foram, por mais de 100 anos, os cursos responsáveis pela formação dos professores primários (professores das primeiras letras). O ensino primário, no Brasil, correspondeu, até a década de 1970, a etapa inicial de escolarização de crianças.

3 Para a elaboração desse tópico, utilizei como fonte informações contidas em: Hinostroza Ayala (2007).

4 De acordo com Magnani (2001), considerar a "funcionalidade" do texto significa tratá-lo como processo social e lugar de conflitos, entendendo que: "Enquanto fato social em processo, a noção de texto inclui não só a escritura, edição e circulação, mas também sua leitura (utilização). Em outras palavras, os textos não preexistem como tais, mas funcionam como texto. (MAGNANI, 2001, p. 132, grifo da autora).

Referências

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Recibido el 30 de junio de 2013
Aceptado el 10 de octubre de 2013

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