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Historia de la educación - anuario

versão On-line ISSN 2313-9277

Hist. educ. anu. vol.22 no.1 Ciudad autonoma de Buenos Aires. jun. 2021

 

Demanda continua

Novo curso de philosophia (1840) e sua circulado no Brasil do século XIX

Fabiana Sena da Silva1 

Olivia Morais Medeiros Neta1 

Jordi Garcia Farrero1 

1 Possui Pós-doutorado em Educando pela UERJ (2013). Doutorado em Letras pela Universidade Federal da Paraíba (2008). Mestrado em Educando pela Universidade Federal da Paraíba (2005) e Graduando em Pedagogia pela Universidade Federal da Paraíba (2002). Professora Associada II na Universidade Federal da Paraíba. É orientadora de trabalhos de Extensdo, Iniciando Científica, Mestrado, Doutorado e Pós-doutorado. É professora permanente no PPGE/UFPB desde 2011. Desenvolve pesquisas e publica artigos, capítulos de livros e livros no campo da História da Educando com os temas: História e Prática de Leitura, Imprensa e Imprensa Pedagógica, História dos Intelectuais. Líder do Grupo de Pesquisa Memória, História e Educando (UFPB/ CNPq). Contato: fabianasena@yahoo.com.br.

Resumo

Este estudo tem como objetivo dar visibilidade ao conteúdo da obra Novo Curso de Philosophia, de Nicolás Eugene Géruzez, publicado em 1833, na Franca, e sua circulando no Brasil. Para tanto, algumas questoes se fizeram necessárias: como e onde esta obra circulou no Brasil do século XIX?, quais as orientanoes de ensino de Filosofia na obra Novo Curso de Philosophia? Para esta análise, tomamos a referida obra nao só como objeto, mas também como fonte de estudos. Como tal - fonte- também faremos uso dos jornais que circularam no Brasil durante a época do Império, período em que a obra foi anunciada. Na busca de pistas da circulando dessa obra, utilizamos o paradigma indiciário, proposto por Cario Ginzburg. O Novo Curso de Philosophia, de Géruzez, circulou no Brasil do século XIX com traduces e publicares diversas, sendo uma das mais difundidas a de Lopes Gama, editada no ano de 1840, em Pernambuco, e com difusdo nas Provincias do Rio de Janeiro, Paraíba, Maranhao, Minas Gerais, Bahia, entre outras. 2 1.

Palavras chave: Livro; Filosofia; Jornal; Circulagao; Império

Abstract

This study aims to give visibility to the content of the work New Course of Philosophy, by Nicolas Eugenie Géruzez, published in 1833, in France, and its circulation in Brazil. For that, some questions were necessary: how and where did this work circulate in 19th century Brazil?, what are the guidelines for teaching Philosophy in the work New Course of Philosophy? For this analysis, we take the referred work not only as an object, but also as a source of studies. As such -source- we will also make use of the newspapers that circulated in Brazil during the time of the Empire, when the work was announced. In the search for clues to the circulation of this work, we used the indicative paradigm, proposed by Carlo Ginzburg. The New Course of Philosophy, by Géruzez, circulated in Brazil in the 19th century with various translations and publications, one of the most widespread being that of Lopes Gama, published in 1840, in Pernambuco, and with diffusion in the Provinces of Rio de Janeiro, Paraíba, Maranháo, Minas Gerais, Bahia, among others.

Keywords: Book; Philosophy; Newspaper; Circulation; Empire

Resumen

Este estudio tiene por objeto dar visibilidad al contenido de la obra Nuevo Curso de Filosofía, de Nicolás Eugene Géruzez, publicada en 1833, en Francia, y su circulación en el Brasil. Para ello, fueron necesarias algunas preguntas para el análisis: ¿cómo y dónde circuló este trabajo en Brasil en el siglo XIX?, ¿cuáles son las pautas para la enseñanza de la filosofía en el libro Nuevo Curso de Filosofía? Para este análisis, tomamos este trabajo no sólo como un objeto, sino también como una fuente de estudios. Como tal -fuente- también haremos uso de los periódicos que circulaban en Brasil durante la época del imperio, cuando la obra fue anunciada. En la búsqueda de pistas para la circulación de este trabajo, utilizamos el paradigma indicativo propuesto por carlo Ginzburg. El Nuevo Curso de Filosofía de Géruzez circuló en Brasil en el siglo XiX con varias traducciones y publicaciones, siendo una de las más difundidas la de Lopes Gama, publicada en 1840 en Pernambuco, y difundida en las Provincias de Río de Janeiro, Paraíba, Maranhao, Minas Gerais, Bahía, entre otras.

Palabras clave: Libro; Filosofía; Revista; circulación; imperio

Introdugao

Novo Curso de Philosophia, da autoria de Nicolas Eugene Géruzez, foi publicado em 1833, na Franca, com o propósito de preparar os estudos para o bacharelado em Artes. No Brasil, foi traduzido, inicialmente, por Miguel do sacramento Lopes Gama3, com o subtítulo redigido segundo o novo programma para o bacharelado em Lettras e publicado em 18404 5.

Nestes termos, o objetivo deste estudo é dar visibilidade ao conteúdo da obra Novo Curso de Philosophia e sua circulado no Brasil, na interface da História da Educado e História da Leitura, de modo que levantamos algumas questoes para análise: como e onde esta obra circulou no Brasil do século XiX?, quais as orientales de ensino de Filosofia na obra Novo Curso de Philosophia, da autoria de Nicolas Eugene Géruzez?

Para a análise, selecionamos a segunda edi^ao do Novo Curso de Philosophia, publicada em 1840, como objeto e fonte. Para tal, fizemos, primeiramente, uma análise da materialidade da obra, compreendendo que esta só tem sentido de acordo com a sua forma e atentando para a questao de autoria, assim como, posteriormente, tratamos do conteúdo do livro, relacionando-o com a circulado de ideias na época constantes do acervo digitalizado da Hemeroteca Digital5 da Biblioteca Nacional do Brasil, localizada no Rio de Janeiro. Os periódicos aqui utilizados foram tratados como fonte para a identificando e catalogando dos anúncios do livro em análise, considerando-os em suas especificidades de tempo histórico e situando-os em suas condinoes de produnao e circulando.

Consideramos, a partir de Barbosa (2007), que o jornal do século XIX se constitui em elementos variados, tornando-se indisciplinado, se comparado aos jornais da atualidade. Faz-se necessário, também, considerar esse suporte, em que o livro em análise foi publicado, como uma representando da escrita de um tempo.

Nesta perspectiva, utilizamos o paradigma indiciário, proposto por Ginzburg (1989), uma vez que, assim como um canador, buscamos algo -neste caso, decifrar ou ler nas pistas, por meio de metáforas-. De forma minuciosa, reconhecemos «..... uma realidade talvez ínfima, para descobrir pistas de eventos nao diretamente experimentáveis pelo observador» (Ginzburg, 1989: 153).

Ao estudar a circulando de livros/manuais didáticos, entendemos que estes tem uma história (Chartier, 1999; Galvdo; Batista, 2003; Darnton, 2010; Barbosa, 2007; Sena, 2017; Sena, Melo, 2020) e que esta precisa ser visibilizada desta forma, dando-lhes um lugar de memoria (Nora, 1993) na História da Educando.

6 Para saber mais acerca das pesquisas na Hemeroteca Digital ver Azevedo, Pessoa e Medeiros Neta (2019).

A história do livro e da leitura passa pela imprensa porque «..... a história da cultura do mundo moderno é principalmente a que está escrita» (Ianni, 2001: 9).

Por meio da obra Novo Curso de Philosophia, buscamos contribuir para a compreensdo da circulando de ideias presentes no Império no Brasil, pois, conforme Lajolo e Zilberman (1998), o livro didático é uma poderosa fonte de conhecimento da história de uma nando, que, por intermédio de sua trajetória de publicanoes e leituras, dá a entender que rumos seus governantes escolheram para a educando.

No Império no Brasil,6 década de 1820, o ensino de Filosofia passou a ser objeto de discussdo sobre a possibilidade de criando da universidade de estudos filosóficos, o que ndo se concretizou. Foram criados, no entanto, por lei, em 11 de agosto de 1827, os cursos jurídicos, instalados, em 1° de marno de 1828, em Sdo Paulo e em 15 de maio, em Olinda, tendo como cadeiras necessárias para os estudos preparatorios a matrícula: Latim, em prosa e verso; Francés e Ingles, em prosa e verso; Retórica e

Poética; Lógica, Metafísica e Ética; Aritmética e Geometria; Historia e Geografía.

A Filosofía foi incluida obligatoriamente no currículo dos liceus e dos ginásios, de nível secundário desde as primeiras décadas do século XIX, mesmo anteriormente a fundando do Colégio D. Pedro Segundo, em 18377. Para Moraes Filho,

..... sem maiores rigores de cronologia, é fácil apontar o ensino da Filosofia em 1831, em Sao Paulo e Ceará; 1836, na Bahia; 1837, em Pernambuco e Minas Gerais; 1838, no Maranhdo; 1847, no Rio Grande do Norte e 1851 no Rio Grande do Sul (1959: 8).

Nestes termos, pensemos sobre a circulando e o ensino de Filosofia do Novo Curso de Philosophia, da autoria de Nicolas Eugene Géruzez.

No prefácio da obra Novo Curso de Philosophia, em sua segunda edi^ao brasileira de 1840, há a afirmando de que esta pode ser considerada «..... como hum dos melhores livros elementares», por Jean-Philibert Damiron, mencionado pelo Padre Miguel Sacramento Lopes Gama, tradutor para a língua portuguesa, para ilustrar seu reconhecimento. Com o propósito de traduzir para as aulas do seu colega Professor de Filosofia

Racional e Moral do Colegio das Artes d’Academia Jurídica de olinda, Lopes Gama indica o rumo do ensino da Filosofia no século XIX.

Embora tenha feito uma recomendando, a de preterir a Filosofia Empírica de Genuense, Storknau e Candillac, Lopes Gama se propoe uniformizar os estudos, seguindo os progressos da culta Europa. De forma irónica, questionou: «Que melhor Programma podemos seguir, do que da sapientíssima Universidade de Paris?». Considerando que havia outras obras em circulando nas aulas, Lopes Gama tratou de colocar o Compendio de Edme Ponelle no patamar inferior desta obra de que se ocupou em traduzir. Em suas palavras:

Talvez diga alguém, que já corre por ahi traduzido, e adoptado em algumas aulas o Compedio de Edme Ponelle; mas além de que ndo he mais, do que hum compilador servil de Laromiguiere, acresce ser incompleto por lhe faltar a Historia da Philosofia, parte muito essencial do Curso Philosofico (Gama, 1840: 1).

Defensor do livro Novo Curso de Philosophia, o Padre o julgava ser verdadeiro e útil para a mocidade em razdo de o conteúdo versar sobre princípios da Filosofia Luminosa e por ter sido oferecida a Francisco do Rego Barros, Presidente da Província e reformador do Liceu Pernambucano, conforme registro em sua folha de rosto (Figura 1). Esse elemento demonstra a relando de mecenato e de poder instituído ao livro, sugerindo autoridade e aceitando da obra pelas instituinóes de ensino e alunos. Ainda na folha de rosto, verifica-se o título do livro Novo Curso de Filosofía Redigido, que indica estar conforme «..... o novo Programma para o Bacharelato em Lettras», e este adjetivo -Novo- sugere o que há de mais atual no ensino na época.

Mas quem foi Miguel do Sacramento Lopes Gama, pessoa que traduziu e prefaciou a obra, inicialmente, no Brasil? Miguel do Sacramento Lopes Gama nasceu em Recife, em 1791, e, aos quatorze anos, iniciou seus estudos, ao ingressar no Mosteiro de Sao Bento em Olinda. Mudou-se entao para a Bahia, onde concluiu o noviciado e lecionou como lente substituto. De volta a terra natal, dedicou-se ao exercício da prédica, obtendo o título honorífico de pregador da Capela Imperial. Sua vida seria, entretanto, consagrada ao magistério, a política e, acima de tudo, a imprensa. Em 1817, quando contava vinte e seis anos, o Padre Lopes Gama obteve do entao governador, Luiz do Rego Barreto, nomeanao para lecionar a Cadeira de Retórica no Seminário de Olinda, o que foi confirmado mediante Carta Régia, em 1821 (Fonseca, 2012; Quintas, 1958).

Posteriormente, passou a mesma disciplina no Colégio das Artes até 1839, quando é jubilado, alcanzando, em seguida, nomeanao para a vice-diretora do Curso Jurídico de Olinda. Além dessas atividades, lecionou, na década de 1840, eloquencia, literatura e retórica no Liceu de Recife, instituido que viria a dirigir a partir de 1850, bem como o Colégio dos órfaos. Paralelamente, dedicou-se a representando parlamentar, participando das «..... cinco primeiras legislaturas bienais da Assembleia Provincial de Pernambuco, a partir de 1835, sendo eleito ao Parlamento nacional, em 1852, como representante da província de Alagoas» (Fonseca, 2012: 100). As suas atividades na imprensa podem ser conferidas também pela autora Fonseca.

Quanto ao lugar de autor da obra, Eugene Géruzez é evidenciado com suas credenciais, Professor Suplente d’Eloquencia Francesa na Faculdade de Letras em Paris. O nome completo do autor é Nicolas Eugene Géruzez; nasceu em Reims, em 6 de janeiro de 1799 e faleceu em 29 de maio de 1865. Ele foi professor assistente na Sorbonne e, em 1852, tornou-se secretário da Faculdade de Literatura. Seus trabalhos incluem uma Historia da l’éeloquence politique et religieuse en France aux XIV’, XV’ e XVI’ siécles (1837-1838); uma Histoire de la littérature frangaise depuis les origines jusqu’á la Revolution (1852), completada em 1859 por um volume que leva a história ao final do período revolucionário; e algumas obras diversas.

Na folha de rosto da tradunao de Lopes Gama da obra de Géruzez, há a mennao da escrita para estudantes do Bacharelado em Letras. A primeira publicando ocorreu em 1833, tornando-se o primeiro livro de filosofia para o uso de estudantes que se preparam para o grau de Bacharel em Artes, passando a ser adotado por um grande número de faculdades.

Figura 1: Folha de rosto do livro Novo Curso de Philosophia. Fonte: Novo Curso de Philosophia (1840). 

O Novo Curso de Philosophia contém 161 páginas, incluindo o prefácio do tradutor, Miguel do Sacramento Lopes Gama, a folha de dedicatoria, as cinquentas linóes e o índice, nesta sequencia. Em cada linao, Géruzez apresenta os tópicos que sao tratados detalhadamente, com referencias a outros filósofos que embasam a sua argumentando. De acordo com o índice da obra, os conteúdos tratados nas linóes sao Filosofia, Psicologia, Lógica, Moral e Historia da Filosofia. A seguir, apresentamos o Quadro 1, com os conteúdos e suas respectivas linóes:

Linao dezenove: do methodo - Da analyse, e da Synthese. Linao vinte: da defininao; da divisao e das classificanóes. Linao vinte um: da certeza em geral; e das differentes espécies de certeza Linao vinte dois: da analogia - Da inducnao -Da deducnao. Linao vinte tres: auctoridade do testemunho dos homens. Linao vinte e quatro: do raciocínio, e de suas differentes formas. Linao vinte cinco: dos sofismas, e dos meios de os resolver. Linao vinte seis: dos signaes, e da lingoagem em sua relanao com o pensamento. Linao vinte sete: caracteres d’huma lingoa bem feita. Linao vinte oito: das causas dos nossos erros, e dos meios de os remediar.

Li^áo vinte nove: objecto da moral. Li^áo trinta: dos diversos motivos das nossas ac^oes. Será possível reduzillos a hum só, Qual a sua importancia. Li^áo trinta e um: descrever os phenomenos moraes, sobre que assenta o que se chama consciencia moral, sentimento, ou no^áo do dever, distinc^áo do bem, e do mal, obriga^áo moral. Li^áo trinta e dois: do mérito, e demérito - Das penas e recompensas - Da sanc^áo da Moral. Li^áo trinta e tres: divisáo dos deveres -Moral individual, ou deveres do homem para com sigo mesmo. Li^áo trinta e quatro: moral social, ou deveres do homem para com os seus semelhantes. 1. Deveres para com o homem em geral. 2. Deveres para com o Estado. Li^áo trinta e cinco: enumerado, e apprecia^áo das differentes provas da existencia de Deos. Li^áo trinta e seis: dos principaes atributos de Deos, da divina Providencia, e do plano do universo. Li^áo trinta e sete: exame das objec^oes tiradas do mal fizico. Li^áo trinta e oito: exame das objec^oes tiradas do mal moral. Li^áo trinta e nove: diztino do homem - Provas da imortalidade d’alma. Li^áo quarenta moral religiosa, ou deveres para com Deos.

Quadro 1: Conteúdo e suas liqoes em Novo Curso de Philosophia Fonte: Novo Curso de Filosofía (1840). 

Esse livro apresenta a corrente filosófica conhecida na Franca como Espiritualismo eclético, já no Brasil denominada como ecletismo. De origem francesa, essa corrente foi desenvolvida e divulgada por pensadores que estudaram em Paris, a exemplo de Theodore Jouffroy (1712-1848), Maine de Biran (1766-1824) e Victor Cousin (1792-1867). Este último viveu no Brasil na primeira metade do oitocentos e teve importante papel no ensino de Filosofía, durante o Segundo Reinado.

Ressalta-se que a filosofía eclética assume vários temas tratados pela filosofia, como metafísica, psicologia, moral, ciencia e busca realizar uma grande síntese, inclusive com uma das maiores contribuyes de Victor Cousin em rela^áo ao desenvolvimento do estudo da História da Filosofia, como assim é apresentado pelo autor do manual, o professor Nicolas E. Géruzez no último capítulo, li^ao quarenta e um. Segundo Paim (1999: 21), o grande mérito do ecletismo no Brasil:

Consiste na descoberta da prevaléncia dos problemas no curso da evolu^áo da meditado filosófica. O inelutável aprofundamento desses problemas, que se alternavam, minava toda espécie de dogmatismo, impondo o refluxo de uma corrente e a ascensáo de outra. Embora nao haja abandonado a idéia de sistema, a Escola Eclética soube infundir nos seus seguidores a convicio de que os sistemas eram transitórios enquanto algumas questoes magnas iriam eternamente instigar os filósofos.

Assim, conforme Paim (1999: 21), além de separar temas como religiáo e ciéncia, de maneira a evoluir a discussáo estabelecida na filosofia eclética, a Escola Eclética Brasileira teve como grande mérito conseguir atrair espíritos criativos, nos quais havia sido infundida uma acep^áo adequada da filosofia - separando-a a nitidamente da religiáo (contra os tradicionalistas) e também da ciéncia (contra os naturalistas)- evitando que se tornassem meros imitadores de pensadores franceses.

A circulagao da obra Novo Curso de Philosophia no Brasil

Tomando como no^áo de circulado a compreensáo sobre a organizado histórica e social e os modos de acesso ao livro, apresentamos aqui as vias pelas quais esse livro circulou. No século XIX, o jornal era o veículo que fazia circular as ideias da época por meio de anúncios publicados. O anúncio era género discursivo em que se divulgavam e se propagavam objetos e servidos, tais como livros, aulas, casa, escravos, sitios, roupas, etc., «Os anúncios, portanto, come^avam a conquistar um espado na relado cotidiana das pessoas, nos negócios e nas leituras» (Neves, 2009: 63).

Assim, os livros, em seus múltiplos tipos, tamanhos e abordagens, eram anunciados nos jornais do século XIX em duas vertentes: (1a) levando em conta o grande público, oferecendo leituras para todos os perfis; (2a) especificando o público-alvo, a partir dos objetos selecionados para divulgado. As especificidades de anúncio variavam de acordo com o tipo de livro a ser divulgado. Por seu conteúdo e forma, os anúncios de jornais remetiam para um público leitor menos especializado do que aquele dos catálogos de livreiros. Ainda que a tendéncia dos jornais fosse descrever a utilidade das obras anunciadas, consideradas adequadas a determinados tipos de leitor, como juristas, confessores, religiosos, cirurgioes, entre outros, era o universo dos catálogos que fornecia livros a um público mais aprimorado.

No que diz respeito ao nosso objeto de análise, a obra Novo Curso de Philosophia em sua segunda ediáo, do ano de 1840, publicado pela tipografia M. F. de Faria8, teve sua publicado e venda anunciada no Diário de Pernambuco, do dia 22 de setembro de 1840, nos seguintes termos: «Sahio a luz o curso de Philosophia traduzido pelo Reverendíssimo Padre Miguel do Sacramento Lopes Gama, e acha-se a venda na loja de livros .da. prana da independencia .....» (Diário de Pernambuco, 1840: 4).

No mes seguinte, o Jornal do Comércio, do Rio de Janeiro, de 13 de outubro de 1840, divulgou noticia nos mesmos termos do Diário de Pernambuco. Ressalta-se que Lopes Gama, em 1840, ano da publicando da tradujo do Novo Curso de Philosophia, segundo Feldman (2012), assumiu, como suplente, a cadeira de Deputado Geral, por Pernambuco, indo, pela primeira vez, ao Rio de Janeiro. Ainda neste ano, na Assembleia Geral, encaminhou sua aposentadoria e foi nomeado, pelo Bardo da Boa Vista, titular da cadeira de Eloquencia Nacional e Literatura do Liceu Pernambucano.

Destaca-se, pois, que, no dia 12 de janeiro de 1841, o Jornal do Comércio publicou nota sobre a tradunao e o uso do livro Novo Curso de Philosophia nos preparatorios do Curso Jurídico de olinda:

Sahio a luz o Novo Curso de Philosophia redigido segundo o novo programma para o bacharelado em letras por E. Géruzes, professor suplente de eloquencia francesa na faculdade de letras de Paris, segunda edinao, revista e corrigida, vertida do original francez para a língua vernácula pelo padre mestre Miguel do Sacramento Lopes Gama: esta obra está adoptada no curso jurídico de Olinda para os exames preparatorios. Preno 4$000 réis. Vende-se na loja de livros de Albino Jordao, rua do Ouvidor, 121, casa do livro azul (Jornal do Comércio, 12 jan. 1841: 4).

o valor apresentado para a venda do livro, na cidade do Rio de Janeiro, em 1841, era o de 4$000 réis, o que equivalia, por exemplo, ao valor de oferta de um produto de ornamento feminino divulgado na mesma edinao, de 12 de janeiro de 1841, do Jornal do Comércio, vejamos: «Toucas de filó branco bordado, com fitas acetinadas, para senhoras, a 4$000» (Jornal do Comércio, 12 jan. 1841: 4).

Nos primeiros anos que seguem a publicando da tradunao de Lopes Gama, verificou-se sua maior divulgando em jornais de Pernambuco e Rio de Janeiro. Assim, infere-se que, em funnao da viagem de Lopes Gama ao Rio de Janeiro, ocorreu a divulganao e a circulanao imediata de sua tradunao da obra Novo Curso de Philosophia na capital do império, uma vez que jornais cariocas, como o Jornal do Comércio, O Despertador: comercial e político e o Diário do Rio de Janeiro publicaram inúmeros anúncios com ofertas da segunda edinao da obra até 1845, principalmente. Citase como exemplo a nota do Colégio Fluminense sobre a crianao do Curso de Filosofia: collegio fluminense na RUA da misericórdia N. 31 Em o dia 3 do próximo mez de fevereiro abrir-se-há neste collegio o curso de philosophia que, para ser completo, será erguido da história da mesma. O compendio tem de ser a obra do Sr. E. Géruzez, escritor muito acreditado em taes matérias, e que tem posto todo o seu empenho em proclamar huma philosophia filha da reflexáo e protectora da humanidade, quando desce a suas aplicares. Hum completo systema firmado n’hum methodo

verdadeiramente philosophico, eis o que o respectivo professor pode desde já asseverar que os seus alunos acharao mediante a leitura reflectida do livro, que entrega as suas considerares. Nao he ele simples manual de defini^oes de philosophia, he antes hum compendio no rigor do termo, todo scientifico. o curso de rhetorica, seguido da poética, assim como os mais, já tiveram principio em o mesmo estabelecimento. Adverte-se que he preferível a tradujo do mesmo compendio para língua vernácula pelo ilustre redactor do carapuceiro, pois apresenta huma dupla utilidade (Jornal do Comércio, 18 jan. 1842: 4).

Nota-se que a menqao a traduqao de Lopes Gama servia como argumento de autoridade a escolha do compendio no curso de Filosofía do Colégio Fluminense, o que exprimia associaqao entre o conteúdo do livro de Géruzez e a traduqao de Lopes Gama. Nestes termos, seria a traduqao de Lopes Gama o símbolo de reconhecimento para o conteúdo da obra um dos itens explicativos a circulado da obra de Géruzez?

Infere-se, entao, que a presenta constante da menqao a Lopes Gama como tradutor nos anúncios de venda do livro Novo Curso de Philosophia seria justificada pelo lugar de professor ocupado nos preparatórios do Curso Jurídico de Olinda bem como em outras instituiqóes de ensino de Pernambuco. Outra questao possível para tal justificativa é: Seria esta obra basilar ao ingresso nos cursos superiores no Brasil? Considerando esta última pergunta, tem-se como hipótese que a obra Novo Curso de Philosophia em sua segunda ediqao circulou principalmente nas Províncias de Pernambuco, Rio de Janeiro e Bahia, as quais concentravam as ofertas de cursos superiores, como os de Direito em Pernambuco e Rio de Janeiro e Medicina da Bahia e Rio de Janeiro. Em razao da proximidade com a Província de Pernambuco, possivelmente a Província da Paraíba adotou.

Nesse contexto, o Ministro do Império, Antonio Carlos, em 1841, alterou o regulamento do Colégio D. Pedro Segundo, que, pelo Decreto n. 62 de 19 de fevereiro, passou a seriaqao para 7 anos. O ensino de Filosofia deveria ser ministrado no 6° e no 7° anos, conforme apresentado no Almanak administrativo, mercantil e industrial do Rio de Janeiro para o anno bissexto de 18449. A presenta do ensino de Filosofia no Colégio D. Pedro Segundo é um indicativo de que outras instituinóes de ensino secundário no Brasil passariam a se organizar e, possivelmente, adotando obras como o Novo Curso de Philosophia, de Géruzez.

A exemplo, tem-se a adonao da obra de Géruzez, tradujo de Lopes Gama, no Liceu Paraibano, provincia da Paraíba. O Liceu Paraibano oferecia o ensino de Filosofía. Conforme o relatório de Presidente de Provincia, de 24 de junho de 1838: «N’esta Capital ha hum Lycéo, composto das aulas de Latim, Francez, Rhetórica, Geometria, Philosophia racional, e Moral; o numero dos allumnos que as frequentao, montao a 120, segundo o Mapa que voz será apresentado» (Parahyba do Norte; Falla, 1838: 25-26).

De acordo com o mapa dos empregados, números de alunos e matérias do Liceu Paraibano (Parahyba do Norte, 1843), verificamos que a Filosofía Racional e Moral foi ministrada pelo padre Joao do Rego Moura, com 12 alunos. Já em 1846, as informanóes sobre o professor e a quantidade de alunos da matéria Filosofia Racional e Moral permanecem, apenas foi acrescentado o livro utilizado para ministrar tal matéria Géruzez Philosophia (ver Figura 2).

Pari passu, atenta-se a circulando da tradujo de Lopes Gama do Novo Curso de Philosophia e seus usos, pelo Brasil, a ponto de, no ano de 1845, o Jornal do Comércio publicar nota com a indicando de nova versao da obra de Géruzez que estava no prelo, em razao da dificuldade de acesso a edinao traduzida por Lopes Gama.

Havendo presentemente grande falta de exemplares do Compéndio de Philosofia de Mr. Geruzes, e da versao dele feita e impressa em Pernambuco, traduzio o desembargador Joao Cándido de Deos e Silva o referido compedio da 4a edicnao acrescentando pelo autor no ano de 1843: esta versao se acha no prelo em Nitherohy (Jornal do Comércio, 13 jul. 1845: 4).

Corroborando a dificuldade de acesso a obra traduzida para o portugués, o Jornal do Comércio publicava anúncios de oferta do livro de Géruzez na versáo francesa, Cours de Phylosophie, na Casa Garnier Irmáos, Rua do Ouvidor, Rio de Janeiro (Jornal do Comércio, 5 mar. 1846), após uma sequéncia de anúncios anteriores sobre a edi^ao traduzida por Lopes Gama.

As versóes em francés e portugués do livro Cours de Phylosophie, de Géruzez, eram vendidas em um dos estabelecimentos editoriais e comerciais mais famosos do Império, de propriedade dos irmaos Auguste e Hippolyte Garnier, localizado no Rio de Janeiro, e que esteve em atividade entre o período de 1844 a 1934. A venda de um livro de origem francesa numa livraria de mesma origem demonstra sua importáncia. Vé-se também que

..... o projeto da livraria francesa para a formando dos jovens leitores brasileiros, a partir de meados do século XIX, exprime a voca^áo exportadora do mercado do livro francés como um todo e, em conseqüéncia, o intenso movimento das trocas culturais iniciado pela circulado internacional dos textos (Leáo, 2007: 161).

Em 12 de outubro de 1847, foi publicado no Jornal do Comércio anúncio da tradu^áo de Joáo Cándido de Deos e Silva a 4a edi^áo do livro Novo Curso de Philosophia, sendo muito aumentada (Jornal do Comércio, 12 out. 1847). A tradujo desta 4a edi^áo figurou como desejada e necessária na imprensa, a partir do que se pode inferir ser a expansáo da circulado da obra pelas Provincias, para atender ao ensino secundário do Brasil no século XIX.

Considerando a oferta do ensino de filosofia no Colégio D. Pedro Segundo e nos Liceus, a exemplo do Paraibano, assevera-se que a publicado da 4a edi^áo da obra Novo Curso de Philosophia justificava-se pela sua indicado como obra base para tais matérias, logo maior demanda pelo acesso ao livro.

Neste sentido, o Publicador Maranhense, periódico de Sáo Luís do Maranháo, registrou que foi sugerido pelo Diretor de Instruyo Pública da Provincia que o compéndio de Filosofía de Géruzez fosse utilizado nas escolas em substituido ao de Ponelle «..... visto ser isto de reconhecida vantagem para uniformidade dos estudos» (O Publicador Maranhense, 15 out. 1845).

Ponelle e Géruzez eram apontados como dois dos livros para o ensino de Filosofía mais difundidos no Brasil do século XIX, sendo o número de edi^óes o item prioritário na análise, conforme discorria sobre o tema o padre E. P. da Rocha no jornal O Crepúsculo - Periódico instrutivo e moral do Instituto Literário da Bahia:

Si a prompta extracto das obras he argumento valioso a favor de seu mérito, e conceito, vemos que o Ponelle conta já seis edióes, Storcheneau duas, Geneuense trés, Perrat trés, Geruzez quatro; assim mais alguém, além de mim, tem sabido apreciar o Ponelle, e dar as suas compendiosas regras o desenvolvimento necessario para que os Alumnos nada ignorem do discurso (O Crepúsculo, v. 2, n. 17. abr. 1846: 2).

A circulando do livro Novo Curso de Philosophia, no Brasil do século XIX, é marcada nao apenas por meio dos anúncios referentes a venda, mas também pela presenta de discussao de seus conteúdos em jornais, como percebido em O Crepúsculo -Periódico instructivo e moral do Instituto Literário da Bahia, nas edinoes de abril (citado anteriormente) e setembro de 1846.

O padre E. P. da Rocha apresenta, em O Crepúsculo, referencia e discussao sobre Filosofia, contendo alusao as ideias e a obra Novo Curso de Philosophia, de Géruzez: «Snr. Géruzez, que no seu curso de Philosophia diz que a sensibilidade moral espera, para se desenvolver, pelos progressos de inteligencia, e pela vida da razao .....» (O Crepúsculo, v. 3, n. 1, set. 1846).

Neste ano, 1846, a Loja dos Pobres em Recife, ofertava venda de produtos, como carteiras para estudos e livros, dentre eles o Novo Curso de Philosophia, de Géruzez a 2$. Além deste livro, outros eram vendidos, a exemplo de: As aventuras de Telemaco, por 2.500$; Historia Antiga, a 3$; Tratado de Religiao, em 3 volumes, por 5$; e Marília de Dirceu, que custava 1.100$ (O Diário Novo, 3 set. 1846: 4).

Registra-se ainda que foram recorrentes anúncios nao só de venda, mas também de compra do livro Novo Curso de Philosophia, usado, em Províncias, como Minas Gerais e Pernambuco. No dia 18 de mar^o de 1847, O Diário Novo de Recife anunciou: «compras. um compendio de Géruzez em meio uso: na loja dos Pobres prana da Independencia n. 9» (O Diário Novo, 18 mar. 1847: 4).

Anúncios como este seriam em funnao do preno de uma edinao nova ou mesmo pela difusao do uso da obra, logo maior circulando, nos cursos preparatorios para o ensino superior no Brasil? Lembremos, pois, que os principais cursos de formanao superior do Brasil foram a Faculdade de Cirurgia da Bahia, criada em 1808; a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, criada em 1808; as Faculdades de Direito de Olinda e Sao Paulo, criadas em 1827; a Faculdade de Farmácia de Ouro Preto, criada em 1839; e a Escola de Minas, de Ouro Preto, de 187610.

Para além da circulanao impulsionada pelos usos voltados ao ensino formal no Brasil, há de se considerar a circulanao da obra de Géruzez em espanos como a Associagao Ensaio Philosophico, criada na cidade do Rio de Janeiro no dia 30 de outubro de 1848, tendo Joaquim Pinto Brasil como presidente permanente e como objetivo «..... o estudo da Philosohia do

Novo curso de philosophia (1840) e sua circulado no Brasil do século XIX

Espirito Humano, abrangendo as graves questóes que dahi resultao em relado com as outras partes da sciencia philosophica» (Laemmert, 1849: 199).

A Associagao Ensaio Philosóphico registra chamadas públicas para suas reunióes com vistas a discutir temas e autores da filosofia. Nao conseguimos localizar menao expressa a obra de Géruzez em nenhuma de suas edi^óes e traduces, mas, considerando que o Novo Curso de Philosophia era muito difundido entre membros da Igreja Católica e que a referida Associa^ao se apresentava também como episcopal, pode-se supor que Géruzez compunha a biblioteca dessa Associa^ao.

Ressalta-se que a 5a edi^ao foi publicada no Brasil em 1854, com o título Curso de Philosophia redigido conforme o programa para bacharelado, no Rio de Janeiro, pela Livraria Brandao, com tradujo em língua portuguesa de Henrique Vellozo de Oliveira.

Considerares fináisNa reconstituido da história do livro e, em particular, do livro escolar Novo Curso de Philosophia, a história da cultura escrita compreende como as ideias eram transmitidas por vias impressas e como estas afetaram o comportamento e o pensamento dos leitores. Ainda este tipo de estudo está na perspectiva de pressupor que nem sempre os leitores deixam rastros das suas apropria^óes de leitura e que lugar e época interferem na análise da obra. Assim, este trabalho se centra nos dispositivos próprios da materialidade do escrito, a partir de uma «..... compreensao histórica dos escritos da descrido morfológica dos objetos que os trazem» (Chartier, 1999).

A obra Novo Curso de Philosophia, de Géruzez, circulou no Brasil do século XIX, com traduces e publicares diversas, sendo uma das mais difundidas a de Lopes Gama, editada no ano de 1840, em Pernambuco, e com difusao nas Provincias do Rio de Janeiro, Paraíba, Maranhao, Minas Gerais, Bahia, entre outras.

A circulado dessa obra esteve, em grande medida, vinculada ao ensino secundário brasileiro, a exemplo das provincias da Paraíba e do Maranhao; aos cursos preparatórios para o ensino superior no Brasil, o que explicaria as pistas da circulado da obra nas Províncias como Pernambuco, Rio de Janeiro e Bahia, principalmente, as quais ofertavam cursos superiores.

Os indícios da circulado foram analisados em periódicos do século XiX, os quais anunciaram, em suas páginas e publicares, a venda, a compra e a ado^ao da obra por parte de instituyes de ensino e das diretorias da Instruido Pública das Províncias.

Este estudo permitiu, portanto, apresentar breve indícios de uma história do livro escolar de Filosofia, destinado ao ensino secundário no Brasil durante o império, apontando a sua circulado por meio da imprensa. Esta relado nos possibilitou expandir horizontes de abordagem e de ressaltar quanto o livro e a imprensa nos servem como documentos fundamentais para estudos históricos da Educado Oitocentista. No que se refere aobra Novo Curso de Philosophia e sua circulado no Brasil, ressaltam-se possibilidades de estudos futuros, tais como: a historia das traduces e tradutores da obra Cours de philosophie, de Eugene Géruzez, no Brasil há um silenciamento na historiografia e nas fontes pesquisadas sobre a terceira edindo, por exemplo; a circulando e as aproprianoes da obra ou de suas traduces nos espatos nao escolares e, por fim, a circulando das ideias de Géruzez entre os impressos católicos. Estes apontamentos para pesquisas futuras referendam a historia do livro e sua circulando como lugar de memoria.

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