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Historia de la educación - anuario

versión On-line ISSN 2313-9277

Hist. educ. anu. vol.22 no.2 Ciudad autonoma de Buenos Aires. dic. 2021

 

Dossier

O trabalho em prol da naao: as representares do homem na revista Alterosa (1939-1945) durante o Estado Novo

Gelka Arruda de Barros1 

1 Doutora e mestra em Estudos Interdisciplinares do Lazer (Universidade Federal de Minas Gerais). Graduada em Artes Plásticas pela Escola Guignard (Universidade Estadual de Minas Gerais,) com habilitaido em Pintura e Desenho, e em Comunicado Social, com habilitaido em Publicidade e Propaganda, pela Pontificia Universidade Católica de Minas Gerais. É pesquisadora do Laboratório de Comunicado e História (Lachi, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro), onde investiga os fenómenos comunicacionais no ámbito das práticas de Lazer. Atualmente leciona no Instituto Federal de Educado, Ciencia e Tecnologia de Minas Gerais, campus Sabará, ministrando temporariamente a disciplina de Arte. Contato: [gelkabarros@yahoo.com.br].

Resumo

O presente artigo tem por objetivo analisar as estratégias discursivas presentes na revista Alterosa, no intuito de compreender a construido do ideal do homem brasileiro, entre 1939 e 1945, durante a vigencia do Estado Novo no Brasil. A conjuntura de construido das representares masculinas apresentava a redefiniido do padrdo corporal e o refinamento das condutas sociais, por meio da valorizado de hábitos salutares e principios morais baseados na inter-relaido entre o mundo do trabalho e a ordem conjugal. O aporte teórico operado para a construido do texto e para as reflexoes está amparado nos estudos de genero, em Joan Scott (1995), Elisabeth Badinter (1993), Sócrates Nolasco (1993), Robert Connel e James Messerschmidt (2013) e George Mosse (2000), agregando a especificidade contextual das políticas do Estado Novo de Getúlio Vargas, em Ángela Gomes (1999) e Maria Izilda Matos (2011). Para o entendimento das circunstáncias do processo de educado do corpo que ocorreu naquela época, buscou-se diálogo com a noido de educado em Marcus Aurelio Taborda de Oliveira (2011). Por meio da análise, conclui-se que os discursos publicados sobre o ideal de homem na revista ilustrada se alinhavam ao projeto varguista de naido, indiciando traios da conformaido de uma sensibilidade, considerada moderna, por meio da educaido dos sentidos.

Palavras chave: Revista Alterosa; homem; corpo; trabalho; Estado Novo

Resumen

Este artículo tiene como objetivo analizar las estrategias discursivas presentes en la revista Alterosa, para comprender la construcción del ideal del hombre brasileño, entre 1939 y 1945, durante el período del Estado Novo en Brasil. El contexto en el que se construyeron las representaciones masculinas presentó una redefinición del patrón del cuerpo y el refinamiento del comportamiento social, a través de la valoración de hábitos saludables y principios morales basados en la interrelación entre el mundo laboral y el orden matrimonial. El aporte teórico operado para la construcción del texto y para las reflexiones se sustenta en estudios de género, en Joan Scott (1995), Elisabeth Badinter (1993), Sócrates Nolasco (1993), Robert Connel y James Messerschmidt (2013) y George Mosse (2000), agregando la especificidad con textual de las políticas de Estado Novo de Getúlio Vargas, en Ángela Gomes (1999) y Maria Izilda Matos (2011). Para comprender las circunstancias del proceso de educación corporal que tuvo lugar en ese momento, se buscó un diálogo con la noción de educación en Marcus Aurelio Taborda de Oliveira (2011, 0000). A través del análisis, se concluye que los discursos publicados sobre el ideal del hombre en la revista ilustrada se alinearon con el proyecto varguista de nación, señalando huellas de la conformación de una sensibilidad, considerada moderna, a través de la educación de los sentidos.

Palabras clave: Revista Alterosa; hombre; cuerpo; trabajo; Estado Novo

Abstract

This article aims to analyze the discursive strategies presented in Alterosa Magazine, in order to understand the construction of the ideal of the Brazilian man, between 1939 and 1945, during the term of the Estado Novo in Brazil. The conjuncture of construction of male representations presented the redefinition of the bodypattern and the refinement of social behaviors, through the valorization of healthy habits and moral principles based on the interrelation between the world of work and the marital order. The theoretical contribution made to the construction of the text and to the reflections in supported by gender studies, in Joan Scott (1995), Elisabeth Badinter (1993), Sócrates Nolasco (1993), Robert Connel e James Messerschmidt (2013) and George Mosse (2000), adding the contextual specificity of the policies of the Estado Novo by Getúlio Vargas, in Ángela Gomes (1999) and Maria Izilda Matos (2011). In order to understand the circumstances of the body education process that occurred at the time, a dialogue with the notion of education in Marcus Aurelio Taborda de Oliveira was sought. Through the analysis, it was concluded that the speechespublished about the ideal man in the illustrated magazine were in line with the varguista project of the nation, indicating traces of conformation of a sensitivity, considered modern, through the education of the senses.

Keywords: Alterosa journal; men; body; work; Estado Novo

Introdugao

A revista ilustrada Alterosa foi criada em Belo Horizonte, em agosto de 1939, por Olímpio de Miranda e Castro. De frequencia mensal, desde seu lan^amento possuía uma sucursal no Rio de Janeiro, entao capital do país. Periódico literário e noticioso, que apresentava entre suas seóes, contos e crónicas, reportagens económicas, políticas e sociais sobre Minas Gerais, notas da sociedade mineira1, entretenimento como o rádio e o cinema, prescribes sobre saúde, beleza e moda, anúncios publicitários, entre outros. A Alterosa alcan^ou grande projeao nacional em torno de 1948, quando sua tiragem chegou a 30.000 exemplares. O slogan «Para a familia do Brasil» apresentava o projeto editorial da publicando (Barros: 2018). Nos anos 1940, era possível encontrar na revista diversos aspectos do cotidiano da capital. As imagens da vida social juntamente a forte presenta da publicidade ofereciam ao leitor novos códigos de civilidade, estabelecendo a ordem usual das coisas e modos de viver. A publicidade fazia circular no espado público uma infinidade de informales que consubstanciava a subjetividade do individuo urbano (Padilha, 2000: 25)2. Em busca de captar os processos de produdo de sentidos presentes nas práticas sociais materializadas na Alterosa, a metodologia desta pesquisa combinou análise de conteúdo de texto e imagem, privilegiando a apresentado e a análise das fontes primárias. Dessa maneira, o presente artigo tem por objetivo analisar as estratégias discursivas presentes na revista Alterosa, no intuito de compreender a construido do ideal do homem brasileiro. A conjuntura de construido das representares masculinas apresentava a redefiniido do padrao corporal e o refinamento das condutas sociais, por meio da valorizado de hábitos salutares e princípios morais baseados na inter-relaido entre o mundo do trabalho e a ordem conjugal. Para tanto, foram analisados, sistematicamente, reportagens, matérias e anúncios publicitários, de todos os 68 exemplares publicados entre 1939 e 1945, disponíveis no acervo da Hemeroteca Histórica da Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais. A definido do recorte temporal deste artigo justificou-se por esse período cobrir uma época rica em transformaióes económicas, sociais e principalmente culturais no cenário brasileiro, e especificamente, na capital mineira.

Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais, a cidade planejada para representar o ideário republicano, inaugurada em 1897, após 40 anos, aproximadamente, passou por um segundo processo de modernizado, devido a sua expansao para além do perímetro urbano definido em sua planta de construido. Juscelino

Padilha ajuda na compreensao da relajo entre a imprensa e a gestado de uma nova sensibilidade, ainda que trate de Sao Paulo nos anos 1920, que estava em plena processo de modemizaiaoo, o que ocorre em Belo Horizonte nos anos 1940. Kubitschek foi prefeito da cidade, entre 1940 e 1945, e em sua administrando, Belo Horizonte, esteve em plena transformando, pelo asfaltamento de ruas e avenidas, formando de Vilas e Bairros, saneamento e terraplanagem, pela construndo do complexo arquitetónico da Pampulha, a realizando da Exposindo de Arte Moderna, a criando do Museu Histórico da Cidade e do Instituto de Belas Artes (Cedro, 2006). De acordo com Marcelo Cedro (2006), os empreendimentos de Juscelino abrangeram mudannas ndo somente materiais mas culturais, ancoradas no discurso de modernidade e progresso em coeréncia com a orientando do Estado Novo7, «[...] buscando inserir Belo Horizonte no mesmo contexto de modernizando das principais cidades do mundo» (Cedro, 2006: 85). Cabe lembrar que os discursos sobre a modernidade se alinharam a principios higiénicos e eugénicos visando o progresso da nando, como será visto ao longo do texto. outra questdo sobre a definindo do marco temporal deste estudo foi a significativa mudanna na revista após 1945. Na edindo de janeiro de 1946, foi verificado o arrefecimento de reportagens político-económicas sobre o desenvolvimento do Estado, sobretudo sobre o regime de Vargas, que deixou de vigorar ao final de 1945. Essa queda substancial resultou na quebra discursiva adotada pela revista durante a vigéncia do Estado Novo.

Acredita-se que a produndo de sentidos se dá por meio dos atos comunicacionais que, segundo Marialva Barbosa (2009), caracterizam a correlando entre comunicando e história, na medida em que «[...] a história é sempre interpretando feita a partir de quem, do presente, olha o passado». Cabe esclarecer que as práticas sociais manifestam e produzem sentidos, de forma a revelar os interesses politicos, económicos e ideológicos de determinados grupos na arena cultural. A educando, vista como um processo formativo individual, sob a ótica da explorando do mundo pelos sentidos corporais, decorre do diálogo entre individuo e cultura; no qual o sujeito pode sucumbir diante das determinanoes estruturais ou se afirmar pela experiéncia em meio ao processo de individuando (Taborda de Oliveira, 2011: 40-41), sendo afetado por outras instáncias de construndo da realidade, como os meios de comunicando de massa, logo a abordagem adotada neste texto configura um entendimento ampliado de educando, que ndo perpassa os espanos institucionais de escolarizando. os estudos de género foram adotados para a apreensdo da masculinidade da época, em sua dinámica relacional com a mulher. Para tanto, o aporte teórico se baseia na concepndo de que o género é «[...] um elemento constitutivo de relanoes sociais fundadas sobre as diferennas percebidas entre os sexos, [...] é um primeiro modo de

Novo, que vigorou entre 1937 e 1945, a partir do lannamento da revista Alterosa, em 1939. O regime era caracterizado pela centralizando do poder, autoritarismo, populismo, nacionalismo e anticomunismo. dar significando as relaces de poder» (Scott, 1995: 86). Nesta visao, Joan Scott (1995: 86) compreende o poder por meio do conceito de Foucault, «[...] como constelares dispersas de relaces desiguais, discursivamente constituidas em “campos de forna” sociais». Sendo o genero a primeira manifestando das relanoes de poder, que se apresentam por meio do discurso, e tendo em vista, que a corporeidade se consubstancia na prática social a partir das relanoes de linguagem, poder e trabalho, estruturantes da sociedade (Taborda de Oliveira, 2017: 19), tornou-se essencial a compreensao do modo pelo qual essas relanoes se expressavam na construnao do ideal de homem nas estratégias discursivas apresentadas na revista, bem como o entendimento do cenário histórico e social que a propiciou.

O trabalho em prol da nagao

Durante o Estado Novo, o Brasil vivenciou um processo de americanizando que objetivava obter o alinhamento do pais com o esforno de guerra dos EUA. Nesse contexto turbulento da Segunda Guerra Mundial, a estratégia discursiva adotada pela Alterosa valorizava a ordem conjugal, visando organizar a sociedade. De acordo com Cláudia Maia (2011), a familia conjugal, legalmente constituida pelo casamento burgues, estabeleceu-se durante a constituido da República, regime político positivista que percebeu a familia «[...] como lugar estratégico para instaurar a ordem e disseminar o progresso» (Maia, 2011: 5). Assim, para a sustentando material desta ordenanao social, o homem branco, de classe média e alta, foi dirigido para o mundo do trabalho.

As matérias da Alterosa direcionadas ao público masculino eram, em grande parte, compostas por reportagens politicas e económicas, referentes ao trabalho, dimensao central da representando masculina (Nolasco, 1993). O trecho abaixo apresenta uma delas: «como, entretanto, manifestar nosso desejo de bem servir ao municipio, senao servindo bem ao prefeito que, com inteligencia, dinamismo e visao dos problemas públicos, vem administrando a cidade?» (Tres anos de magnífico governo. Alterosa, maio de 1943: 116).

A matéria em questao tratava da comemoranao do terceiro ano de administranao da prefeitura de Belo Horizonte e essa parte foi retirada do pronunciamento do Dr. Oswaldo Neves Massote, diretor do departamento de despesa e material, em nome dos funcionários municipais. Na citanao, estao reunidos os atributos exigidos do homem para o cumprimento de seu papel na esfera pública: a inteligencia, o dinamismo e a visao dos problemas públicos. O homem que os detinha era o maior exemplo no interior da hierarquia masculina presente na revista, em tempos de propaganda politica do regime Vargas, a fim de difundir as obras de seu governo, assim como valorizar o trabalho. Sob esse viés, esse homem é definido por sua capacidade de trabalho, representado primordialmente pela elite politica e económica, se destacando através de suas realizanoes na sociedade.

Figura 1: Benao da obra. Fonte: Alterosa, maio de 1944: 106. 

A fotografía era utilizada como documento para atestar essas realizares, como na inaugurao da Estáncia de Araxá (Inauguradas pelo presidente Vargas as grandiosas obras das estancias de Araxá, Alterosa, maio de 1944: 106). A Figura 1 apresenta no centro a direita o presidente Vargas, acompanhado por Benedito Valadares, interventor de Minas Gerais, mais a direita. As demais autoridades formavam uma espécie de semicírculo, no qual o bispo de Araxá, que aparece a esquerda, realizava a ben^ao da obra. Os olhares de Vargas e Valadares se dirigiam ao centro da imagem, assim como o olhar do bispo, indicando que existia algum objeto que possivelmente representava a obra e que estava sendo aben^oado. O plano médio utilizado no enquadramento da fotograa permitia construir a ideia de coesao, importante na representado dos cenários de poder (Mauad, 2007). A fotografia, composta estritamente por homens trajados de terno, sinalizava também submissao ao poder divino, encarnado na figura do bispo que, no ato de bén^ao, sacralizava a obra. Assim, tanto as fotografias de eventos cívicos como as de acompanhamento de obras públicas sao exemplos típicos de tal mise-en-scene (Mauad, 2007: 126). Um tipo de ritual utilizado para demonstrar a capacidade de realizado desses homens, o que lhes permitiam ganhos de capital simbólico ao entregar para usufruto da populando o seu feito, a sua obra.

Ao contrário de prescribes diretas de comportamento, como as que, em grande parte, eram dirigidas a mulher, o modelo ideal de masculinidade era difundido por reportagens e matérias que exibiam homens de sucesso, que alcan^aram status social a partir de seu trabalho. Neste contexto, a obra, fruto do trabalho, era parte integrante de sua imagem, por estar diretamente vinculada a capacidade realizadora, isto é, capacidade produtiva. De acordo com Ángela Gomes (1999), foi a partir dos anos 1930 e 1940 que se buscou organizar o mercado de trabalho no país, particularmente no Estado Novo, quando se buscou «[...] uma estratégia política- ideológica de combate a “pobreza”, que estaria centrada justamente na promodo do valor do trabalho» (Gomes, 1999: 55). A pobreza passou a ser identificada como um problema nacional, que incluía a ignoráncia e a doen^a, e a meta era «[...] transformar o homem em cidadao/trabalhador, responsável por sua riqueza individual e também pela riqueza do conjunto da nado» (Gomes, 1999: 53-55).

O engrandecimento do país dependía da atuanao desses homens em diversas áreas, eram os modelos a serem seguidos.

O premiado pecuarista Joao Rodrigues da Cunha Borges, proprietário da fazenda Esmeralda, em Araguari, era um «[...] homem dinámico e observador prático do problema da melhoria da pecuária no país» (Um fazendeiro nato, Alterosa, dezembro de 1941: 93). O dinamismo agregado á percepnao dos problemas transformava esse conhecimento em anao. Essa concepto, além de determinar o homem como genero ativo, naturalizava sua capacidade intelectual. Segundo a matéria, o criador inteligente continuou o trabalho da família na melhoria do rebanho mineiro, desde que nasceu e «[...] comenou a raciocinar como homem» (Ibidem: 93). A determinando ao trabalho fica evidente na afirmando sobre o nascimento do pecuarista e seu destino, além dos atributos de inteligencia, dinamismo e visao dos problemas que pareciam inatos, na medida em que, o texto sugeria que sua atuanao era a continuando do trabalho de sua familia, como uma heranna transmitida. Essa nonao indicava que essas qualidades eram compartilhadas entre os homens, e no interior da familia, que seria a fonte da transmissao de valores morais, sendo por isso referencia social, tornando-se inclusive fator de distinnao que, agregada ao poder económico, fazia parte do capital simbólico. Dessa forma, a origem familiar compunha o imaginário em torno do ideal de homem apresentado na revista.

A procedencia europeia também era valorizada, ainda que a cultura estadunidense estivesse em ascensao no país. Em seus estudos sobre a modernidade e tradinao no Brasil, Renato Ortiz (2001) esclarece que os ideais de civilidade no país estavam originalmente baseados nos valores de progresso, aliados a uma vontade de representanao da elite hegemónica no esforno de «[...] esculpir um retrato do Brasil condizente com o imaginário civilizado» (Ortiz, 2001: 32), dependente do modelo europeu. Sob este aspecto, a matéria sobre o industrial Frederico J. Lundgren, dono das Casas Pernambucanas, ressaltava sua ascendencia sueca e dinamarquesa, destacando sua capacidade realizadora na crianao do maior parque industrial de tecelagem da América Latina, na cidade de Paulistas (PE). Frederico, o dinámico, segundo o texto, denominado assim pelo jornalista Silvio Lopes, transformou a localidade insignificante em «[...] um dos mais prósperos municipios do Norte brasileiro» (Um industrial de raga, Alterosa, junho de 1942: 80). Essa era a confirmanao de que o trabalho eficiente era capaz de transformar a realidade. No caso, essa transformanao envolvia o emprego de 9.000 operários que eram qualificados por uma escola técnico-profissional, na vila operária que o empresário construiu, que tinha 5.000 casas, assistencia médica gratuita, com enfermaria e farmácia, e onde eram fomentadas atividades esportivas.

A matéria que enaltecia a extensao da obra de Lundgren revelava algumas questoes relativas ao mundo do trabalho, que nao eram claramente expostas, em funnao do interesse da publicanao em representar as classes abastadas. A «[...] concepnao totalista do trabalho», segundo Gomes (1999: 59), derivada da conceituanao de Severino Sombra, ideólogo estado-novista, nao diferenciava o trabalho manual do trabalho intelectual, percebendo o trabalho em toda a sua hierarquia, por considerar o trabalhador -o homem do povo- nao como uma máquina produtiva, mas como uma pessoa, «[...] célula vital do organismo pátrio». Essa mentalidade que humanizava o trabalho buscava arrefecer os conflitos de classe. Contudo, a distin^ao entre os tipos de trabalho era propagada pela própria revista:

Na marcha triunfal que o Brasil atravessa, sob o signo do Estado Novo, o Sr. Frederico J. Lundgren tem sido um dos vanguardeiros na execujáo das sábias medidas de amparo ao trabalhador, criadas pelo presidente Getúlio Vargas, o maior estadista contemporáneo das Américas (Um industrial de raga, Alterosa, julho de 1942: 80).

Este trecho elogiava as medidas de amparo ao trabalhador, apontando a preocupando do governo com a questáo social, exaltando Vargas e o industrial pela iniciativa, mas é preciso lembrar que a Consolidado das Leis do Trabalho (CLT) somente foi promulgada em 1° de maio de 1943, data posterior a esta matéria. Pode se observar que o tratamento dado a Lundgren era diferenciado, ele náo era visto como trabalhador, esse era o operário de sua empresa. Essa diferenja indicava que sua a^áo estava ligada a atividade intelectual, ao contrário do operário que, em grande medida, trabalhava manualmente.

As medidas de amparo e as condijoes de trabalho na vila náo foram apresentadas em detalhes, pode se inferir que, ainda que existisse uma legislado trabalhista anterior a CLT, o trabalhador figurava como um fator produtivo. Dessa forma, os beneficios de assistencia médica e as atividades esportivas operavam como formas de regulao do corpo do trabalhador. No primeiro caso, como profilaxia e manuten^áo de um corpo sadio para a produdo e, no segundo, como entretenimento e revigoramento do corpo para o trabalho, além do controle sobre o seu tempo de náo trabalho. E ainda, representando a mentalidade da época, tanto o saber médico como o discurso sobre o esporte estavam investidos de caráter disciplinador e moralizante. Susan Besse (1999: 96-97) relata que havia um esforjo para a imposi^áo da moralidade burguesa a classe operária, de modo a integrar os operários a familia e ao lar, afastá-los das ruas e dos vicios. Assim, pelo apagamento da formao, do trabalho e da história dos homens da classe popular na revista, o homem da elite foi propagado para ser seguido por todos:

Eis ai, em rápidas linhas, a obra extrordinária de um industrial de rana, que pode ser apresentado ao Brasil como um modelo digno de ser seguido por todos os brasileiros que amam a sua terra e desejam o seu constante engrandecimento material e moral (Um industrial de raga, Alterosa, junho de 1942: 110).

A citado acima procurava legitimar um padráo de masculinidade, tido como ideal para o desenvolvimento do pais. O tom ufanista endossava essa visáo por meio da atribuído de dignidade a obra do industrial, reforjando pelo uso da expressáo de raga (em funjáo de sua ascendencia, e também, de sua natureza firme e dinámica), as virtudes do trabalho para o progresso do país por meio da obra que consumava o trabalho desse homem. A construido da masculinidade moderna, de acordo com George Mosse (2000: 64-65), esteve atrelada ao surgimento de uma nova consciencia nacional, em que os nacionalismos exaltam o masculino como um meio de autorrepresentanao. É evidente que esse padrao servia de exemplo para outros homens, embora nao fosse factível para a maioria deles, como afirmam Robert Connel e James Messerschmidt (2013: 245) sobre o caráter normativo da masculinidade hegemonica que se sustenta mais no plano discursivo do que no estatístico. Porém, na medida em que ela incorpora a forma mais honrada de ser homem, exige o posicionamento de todos os outros homens diante dela e legitima ideologicamente a subordinando das mulheres, o que se estendia para a esfera privada, isto é, o lar.

O homem reafirmava seu papel ativo e produtivo no ambiente doméstico como chefe de família que detinha autoridade sobre a esposa e os filhos. A constituido da familia confirmava sua masculinidade através do sustento financeiro que vinha de seu trabalho, e pela prova de virilidade, dada pelo casamento. De acordo com Elizabeth Badinter (1993: 3-4), o imperativo seja homem desmistifica a naturalizando da virilidade, dessa forma, ela é construida por meio de deveres e provas que tornam o homem, um homem de fato. Aqueles que nao se adequavam ao modelo conjugal, tal qual ocorria com as mulheres, sofriam a reprovanao social.

o comportamento hostil de homens no ambiente doméstico desestabilizava a relanao entre o homem e a mulher, como pode ser percebido em uma pequena matéria de aconselhamento feminino: «O homem propende, por natureza, a arrebatamentos de domínio e de violencia, e da habilidade da mulher depende que esses maus momentos nao tenham consequencias desastrosas» (O marido ideal, Alterosa, outubro de 1945: 96), lembrando que a mulher cabe o papel do cuidar e a imposinao de docilidade e toleráncia na construnao da feminilidade se prestava a sustentanao desse modelo de domináncia viril (Barros, 2017). Da estreita relanao entre trabalho, afeto e sexualidade na identificanao masculina, revestida pela ideologia patriarcal, nascem as características da competinao, da conquista e da dominanao, entre os jogos de poder exercidos pelo homem (Nolasco, 1993: 60-67). Assim, era necessário apontar para o homem, ainda que de forma sutil, as diretrizes condizentes com o projeto moderno. O novo comportamento propunha suavizar os efeitos nocivos da hostilidade no trato com a esposa. Nesse caso, a harmonia do lar dependia do autocontrole. Recorrendo a representanoes de comportamentos considerados civilizados, se usou como exemplo a figura do gentleman, um homem equilibrado e elegante: «Nao perde o “equilibrio” depois de tres coquetéis e um “wiskey” duplo? Cuidado: um perfeito “gentleman”, se nao consegue manter a linha, deve abster-se de bebidas» (É vocé um bom marido?, Alterosa, novembro de 1944: 127). Outra figura apresentada foi a do bom esportista: «É um “good-sportman”? Quero dizer: suporta admiravelmente que sua esposa o venna numa partida de tenis ou num jogo de cartas?» (Ibidem: 127). A construyo social do homem era sustentada por sentimentos de superioridade, sendo a masculinidade condicionada ao sucesso, ao poder e a admirado que provoca. Em vista disso, o homem deve exibir audácia, agressividade, ser mais forte que os outros, portanto, competir (Badinter, 1993: 96-134). Suportar

admiravelmente era um convite ao autocontrole. Esses conselhos se baseavam na reestruturaao do patriarcado e nao existia nenhuma pretensao em alterar as distin^oes de genero, e sim, conformar os corpos a uma sensibilidade considerada moderna, para tanto era necessário higienizar o corpo masculino.

A regulagao do corpo masculino

O corpo masculino precisava ser normatizado dentro dos padroes de comportamento e sociabilidades requeridos para o projeto varguista, e como vetor das condicionantes modernas exigia educado para que se alcan^asse a civilidade, bem como para expressar e disseminar seus valores intrínsecos. Em Minas Gerais, entre 1930 e 1940, de acordo com Keila Carvalho (2011: 4), foi delegado ao saber médico «[...] o poder e o dever de sanear o corpo social por meio da educado higiénica e da Eugenia».

A for^a como elemento central de definido da masculinidade estava ligada a capacidade produtiva e sexual, mas revestidas por um caráter moral que implicava no autocontrole das emo^óes e dos impulsos sexuais. O aperfei^oamento físico e moral do homem visava um corpo forte e sadio em prol do progresso

Realizando uma analogía entre o corpo masculino e o motor de uma lancha, o Inhameol pronunciava, «Vence o motor novo e regulado! Vencem os homens sadios que sao sempre novos» (Inhameol, Alterosa, dezembro de 1940: 111). A ilustrando (Figura 2) do anúncio mostrava uma disputa entre lanchas e a frase que acompanhava o desenho destacava o verbo vencer, sugerindo a atividade e a competitividade requeridas para a atuando na esfera pública. Atrelar os sentidos do esporte a conquista era um meio de estimular o uso do medicamento, pois, além de revesti-lo de um valor moderno, conferia ao usuário o ethos do campedo. Os termos vence e vencem em negrito, sendo que o primeiro, em corpo maior que o restante da frase, era seguido por uma exclamando, afirmavam o modelo hegemonico a ser difundido.

A ideia central tratava o corpo como máquina que precisava de constante regulando para funcionar. O corpo sempre novo seria sadio. O cultivo da saúde conservaría a juventude corporal através da depurando do sangue, como a troca de óleo do motor da máquina, sendo a potencia correspondente a virilidade. O sangue livre de impurezas era o responsável pelo bom funcionamento e pelo revigoramento do corpo «[...] para conservar o seu organismo sempre novo, com músculos fortes» (Ibidem: 111). O corpo sadio era fundamental para a competindo na esfera pública.

A ideologia do trabalho, que o considerava um direito, sobretudo um dever civil (Gomes, 1999), fortaleceu-se na figura do militar como referencia para os homens, por meio da convocando para a batalha da produgao, devido ao esforno de guerra. Um soldado da Marinha olhava através de binóculos o horizonte, outro, do Exército, empunhava uma arma, e um aviador sorridente parecia caminhar em direndo ao leitor do anúncio do Vinho Reconstituinte Silva Araujo que dizia: «Proibido para os fracos! Só sendo forte, voce poderá formar ao lado dos fortes» (Vinho reconstituinte Silva Araújo, Alterosa, maio de 1943: 23). Era uma convocando para o homem cuidar de sua saúde e um reforno do distintivo forga como sinal do homem de verdade. O texto apresentava os males da desnutrido do sangue, nervosismo, falta de apetite, cansano, abatimento e perda de peso, e prometia a revigoramento do corpo e dos nervos, abrindo o apetite e, assim, o homem ganharia «[...] mais disposindo para o trabalho, mais apetite e maior resistencia física» (Ibidem: 23). Embora tratasse da nutrindo do sangue e ndo da eliminando de toxinas produzidas pelo organismo, o sentido de fortalecimento do corpo e da mente era o mesmo, o cumprimento de um dever cívico. A ilustrando de uma mdo apontada para o leitor com o indicador em riste dizia «É seu dever ser forte e ter saúde!» (Ibidem: 23), corroborando a ideia da responsabilidade civil, dentre as atribuinoes masculinas, que por estar exposto aos embates diários do mundo da produndo, tinha a obrigando de contribuir para o progresso da nando. A construndo da ideia de forna sustentava que «[...] com brasileiros fortes, o Brasil será mais forte ainda!» (Ibidem: 23). O dever do homem era ser forte mental e fisicamente, de acordo com Maria izilda Matos (2011: 137), ele deveria ser viril, ter forna, energia, disposindo e capacidade de luta, para corresponder ao chamamento da Pátria e ao papel de trabalhador e chefe de família.

Figura 2: Anúncio do depurativo Inhameol. Fonte: Alterosa, dezembro de 1940: 111. 

A felicidade conjugal decorria da capacidade para a atividade sexual e para a gerajáo de filhos, sendo que o casamento em si já era uma prova de virilidade. Conforme Matos (2011:130), dentre as preocupares higienistas em torno do corpo masculino, estavam a impotencia sexual, a sexualidade desregrada, antes e depois do casamento, e as doenjas venéreas, principalmente a sífilis, uma vez que a prole sadia era resultado de pais sadios.

O depurativo Tapayuna enunciava o seu sucesso no combate a sífilis, entre outras doenjas e males, apresentando-se como «[...] o alicerce da saúde» (Tapayuna, Alterosa, agosto de 1945: 171). O anúncio sugeria a estrutura do casamento higienizado, caracterizado por Matos (2011: 143) pela contenido da sexualidade em busca de uma prole sadia para o futuro da najáo. A ilustrando (Figura 3) do casal de corpos vigorosos em trajes de banho representava o ideal de najáo pretendido pelo projeto de Vargas. A mulher, bela e sadia, oferecia ao homem o produto que garantia sua saúde, reforjando sua funjáo de cuidadora de outrem. O homem, forte e sadio, ao colocar a máo no ombro da mulher sinalizava sua domináncia sobre ela. Argumento reforjado pelo uso dos termos guardiao e chefe supremo que correspondiam a virilidade, sendo que, carregados de valores morais diziam respeito a normatizajáo do comportamento masculino, para o seu dever de cultivar a saúde do seu corpo.

A boa aparencia masculina era resultado do cuidado com o corpo, principalmente os cabelos e a barba. Ela simbolizava elegáncia e estava relacionada ao refinamento dos modos e a capacidade de trabalho e sedujáo. O creme Dagelle confirmava essa ideia ao anunciar: «Mantenha a aparencia dos homens ativos» (Creme Dagelle, Alterosa, setembro de 1943: 5). O dinamismo carregava a ideia de capacidade produtiva e realizajáo, o que se desejava para o progresso material da najáo. O cuidado com a aparencia era sinal de higiene e refinamento dos modos, opondo- se a negligencia e ao desleixo que assinalava certa passividade masculina, o que configurava incapacidade de conquista, perda de virilidade e, até mesmo, sujeira e ociosidade. O que contrariava os propósitos de civilizar o país. Em vista disso, a importáncia dos cuidados com a barba e os cabelos, o apuro e a elegáncia como fatores de distin^ao compunham os produtos de toilette masculina dirigidos para esse homem, como por exemplo, a lonao facial pós barba Coty, «[...] criada para o “Gentleman”» (Coty, Alterosa, maio de 1945: 57).

O cultivo da saúde e da aparencia estavam estreitamente ligados a ideia de juventude. A calvicie e o embranquecimento dos cabelos sinalizavam a falta de potencia, isto é, a perda de virilidade, que era identificada, conforme Matos (2011), com a heterossexualidade, tendo o seu contraponto na doenna e na velhice. O Tricófero de Barry era um tónico capilar que oferecia a juventude ao atuar para a revitalizanao dos cabelos, pois «[...] a beleza do cabelo aumenta a atranao pessoal» (Tricófero de Barry, Alterosa, maio de 1945: 10). O sentido de beleza no universo masculino estava unido a elegáncia, algo que precisava ser cultivado, ao contrário da mulher que era naturalmente bela, por esta razao o termo nao era usado para dizer do homem em si, como vimos a beleza se referia ao cabelo. A aproximando do homem com o universo feminino era vista sob o risco de sua feminilizanao. Assim, o conceito de beleza para dizer de si, estrito ao mundo da mulher, foi negado ao homem, para preservar a virilidade.

A elegáncia e a virilidade vinculadas ao ethos esportivo construíram a representando do vencedor, que detinha capital simbólico para a conquista diante dos embates diários no mundo do trabalho e no romance. A caneta Parker, por exemplo, afirmava reunir «[...] a combinanao ideal de qualidades para ganhar, sempre e sempre, nas mais severas competinoes» (Parker Vacumatic, Alterosa, setembro de 1942: 13). Os condicionantes da vitória eram fruto da eficiencia, demonstranao de competencia na disputa. Na Figura 4, o anúncio da caneta exibia uma corrida entre homens, destacando o campeao cruzando a linha de chegada da competinao. A expressao do semblante do vencedor denotava empenho para alcannar o objetivo, acompanhado pela alusao de forna e dinamismo presentes na prática esportiva. De acordo com Connel e Messerschmidt, «[...] a hegemonia trabalha em parte através da produnao de exemplos de masculinidade (como as estrelas dos esportes profissionais), símbolos que tem autoridade» (2013: 263), ainda que a maioria dos homens nao adotem o padrao.

Figura 3 Anúncio do depurativo Tapayuna. Fonte: Alterosa, agosto de 1945: 171. 

Considerares fináis

Nos limites deste texto nao foi possivel abordar todos os aspectos envolvidos na conformando do corpo masculino entre 1939 e 1945. Por isso, foram analisados alguns indicadores alinhados ao projeto de progresso de Vargas que tinha no homem a forna de trabalho para o progresso do pais, estritamente demarcado e propagado nas representares de masculinidade da revista Alterosa, por meio da valorizando da familia conjugal como ordem social.

A legitimando de um ideal, cujo símbolo utilizado para a persuasdo foi o homem público que atuava na esfera política, por sua capacidade produtiva que sacralizava suas obras, seus feitos, foi uma das estratégias discursivas presentes na revista para estimular e induzir o homem ao mundo do trabalho, com a atribuido de prover a familia e a sociedade através de sua capacidade produtiva. A ideia de conformando do homem para o trabalho carregava em si, para além da ordem social, o desenvolvimento económico e moral em prol da nando. Assim, a capacidade realizadora e a moral do homem da elite politica e económica serviram de modelo para outros homens.

A regulando do corpo masculino buscava estabelecer uma moral sob os preceitos de saúde, estimulando o seu cultivo com o propósito higienista de fortalece-lo, normatizando tanto sua aparencia como seu comportamento. A forna foi atrelada a figura do vencedor, ao ethos do campedo, que apresentava os sentidos de disposindo e energia para o trabalho, carregando elementos como a potencia e a conquista, vinculados a virilidade, de modo a conduzir o homem a cumprir suas atribules. O refinamento nos modos e o cuidado com a aparencia, revestidos de sentidos higienistas, foram construidos por meio da elegancia pautada na nondo do gentleman, considerado o bom esportista, aquele que apresentava a civilidade, pois controlava o jogo entre suas emonoes e seus impulsos, que sabia a medida do equilibrio para afirmar sua masculinidade sem hostilidade.

O vencedor era a representando que reverberava o nacionalismo varguista no interior de um projeto de educando dos sentidos do homem brasileiro, que atendia os chamados e as imagens de uma sensibilidade moderna, para o engrandecimento material e moral do pais.

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Recebido: 31 de Março de 2021; Aceito: 23 de Julho de 2021

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