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Educación Física y Ciencia

versión On-line ISSN 2314-2561

Educ. fís. cienc. vol.15 no.1 Ensenada jun. 2013

 

ENTREVISTAS

Educación Física Inclusiva en Brasil: entrevista con Marli Nabeiro1

Inclusive Physical Education in Brazil: Interview with Marli Nabeiro

 

Ayelén Magalí Mele2

Centro de Estudios en Nutrición y Desarrollo Infantil (CEREN/CIC-PBA) (Argentina)
ayelenmele@gmail.com


Resumen

La Dra. Marli Nabeiro aborda, en la presente entrevista, temas relacionados a la educación inclusiva en Brasil, específicamente hace referencia al abordaje que se lleva a cabo desde la Educación Física. Realiza una recorrida sobre el trato que han tenido las personas con discapacidad a lo largo de la historia y cómo la concepción que se tenía sobre estas personas se fue modificando. Asimismo, da cuenta de la influencia de estos cambios en el ámbito educativo y de cómo se trabaja actualmente de una forma inclusiva. En relación con ésto, relata el trabajo que se está llevando a cabo desde la Educación Física para mejorar las prácticas en las escuelas y describe una de las estrategias utilizadas para la inclusión que se basa en el entrenamiento de un compañero para que actúe de tutor.

Palabras clave: Educación física; Inclusión; Compañero tutor; Discapacidad.

Abstract

Dr. Marli Nabeiro addresses, in this interview, topics  related to inclusive education in Brazil, specifically focusing on the approach conducted from Physical Education. She makes a review of the treatment given to disabled people throughout history and how the concept towards these people has evolved. Dr. Nabeiro also addresses the influence of these changes in education and how professionals are currently working in an inclusive way. In relation to this, she recounts the work being carried out from Physical Education to improve practices in schools and describes one of the strategies used for inclusion based on the training of a peer acting as a tutor.

Keywords: Physical education; Inclusion; Peer tutor; Disabilities.


Como foi tratada a pessoa com deficiência a longo da historia em Brasil?

O trato á pessoa com deficiência foi modificando-se, e essa modificação foi acontecendo numa forma de olhar á pessoa com deficiência pela sua capacidade.

Inicialmente eles ficavam numa institui ção apenas como um lugar para eles ficar, como um deposito. Eram cuidadas, mas não se desenvolvia nenhum trabalho para potencialidade. Era apenas um lugar para se cuidar, se cuidar da saúde, dos aspectos da vida diária, de tomar banho, mas não se desenvolviam.

Depois, vinho um momento mais medico a onde se cuidava muito da parte a onde estava centrada a deficiência. Um cuidado especial para a incapacidade olhando para a pessoa principalmente pela suas limitações e a suas necessidades, mas no olhar medico necessidades da área da saúde.

Somente depois, mais recentemente, e que temos essa mudança de olhar para olhar para as potencialidades, para as capacidades. Aí descemos que é uma mudança do modelo medico para um modelo mais pedagógico porque é um modelo mais preocupado com a capacidade. Daí se entra a os profissionais de outras áreas que não são da saúde por tanto da área pedagógica para mostrar que tem uma potencialidade para ser desenvolvida.

Iniciamos as intervenções, mas voltadas para a capacidade intelectual, capacidade psicológica e capacidade motora também. Os trabalhos vão acontecendo e ai esse instituto a onde eles estavam depositados, guardados passa a ser um local de mais atividades com propostas de desenvolver esse potencial, com propostas de modificar a condição que eles têm e então os resultados vão aparecendo e mostrando que eles podem aprender podem melhorar sua vida sua condição e se tornarem uma pessoa mais habilitada, desenvolver suas condições. E essa habilitação permite que ele tenha uma vida dentro da sociedade, uma vida mais feliz, mais dentro do direito mais pelo seu direito de ser humano pela vida.

Em relação com seus direitos, tem direitos relacionados com a educação da pessoa com deficiência?

Embora venhamos esse desenvolvimento, tivemos uma lei que veio com uma obrigatoriedade que traze essa proposta da inclusão que vem dentro dum modelo de autoridade, de obrigatoriedade, mas que traz o direito das pessoas com deficiência de estar na escola e em outros ambientes que antes não era possível a participação. Seja por um aceso arquitetônico, seja por um acesso de dificuldades como, por exemplo, não entender o que esta sendo dito no caso da pessoa com deficiência auditiva ou no caso da deficiência visual quando não tem uma descrição do que esta sendo apresentado.

Que implica que uma criança este incluída na escola?

A inclusão é um passo a frente da integração. Quando na integração eles só existia um espaço para que eles tiveram lá, em a inclusão vamos alem disso, porque em a inclusão alem do espaço dele estar lá nos precisamos agir para que ele participe efetivamente. Na inclusão nos temos a oportunidade de participar que vai, mas de poder estar lá. Poder participar ativamente do que esta acontecendo.

Nessa vis ão de inclusão nos temos a preocupação de olhar para todos, lembrando que são todos diferentes, mas a diferença não pode impedir de participar. Então eu tenho que ir alem da diferença. ¿Como posso fazer isso? Eu vou procurar maneiras que eu tenha 31 alunos participando da aula e não 30 alunos e um somente integrado, mas não incluído. Quando eu planejo, quando eu penso nas atividades tem que pensar em todos os alunos que eu tenho e em todas as dificuldades que eles têm. Embora algumas sejam dificuldades mais limitantes vou observar todos juntos.

Temos uma característica nas escolas publicas brasileiras, que embora a pessoa com deficiência se possa matricular em qualquer escola, muitas vezes nos temos um direcionamento maior porque às vezes algumas escolas tem uma sala que é chamada sala de recursos o sala de apoio onde temos um profissional como por exemplo de braile, um professional que lê braile que ensina braile e que faz um apoio da transformação dos textos para braile assim como nesta sala tem a maquina de braile tem um computador com um programa em braile.

Evidentemente os pais com filhos com deficiência visual muitas vezes procuram essas escola publica porque ela tem mais recursos do que outra escola publica que não tem esse recurso muitas vezes temos muitos alunos com deficiência visual na escola por conta dessa situação, mas ele pode se matricular em qualquer escola publica que os pais quiseram.

Em as escolas privadas é igual?

N ão a escola privada não tem isso, na escola privada são os pais que tem que se responsabilizar por isso, seja um acompanhante ou uma maquina para seu filho e o interprete na escola privada não tem esse tipo de diferencias.

Se conseguiu aplicar adequadamente? Como foi a reação dos professores?

Foi uma lei que vinho da autoridade e muito rápida, como que "Amanha tem que estar tudo mundo incluído". O que aconteceu é que os professores não se sentiram preparados ficaram com uma restrição, não querendo aceitar a proposta. Porem, não foram todos e também foi um processo.

Num primeiro momento foi este medo esta inseguran ça e depois uma mudança do olhar e que era possível de ter esta pessoa na escola com algumas mudanças, principalmente mudanças do olhar. Esse olhar que ainda estava muito carregado dum olhar de incapacidade.

A pesar da historia já ter mudado, ainda se olha para a deficiência mais do que para a pessoa que tem a deficiência. E assim os professores foram ficando mais preparados ou porque se sentiram mais seguros e foram trabalhando. Hoje nos temos muitos professores com muitas experiências interessantes que tem trabalhado de forma tranqüila pelo menos de forma "que sai bem feito", de forma correta.

É importante esse primeiro impacto, embora não existe a ingenuidade, mas continua se pedindo pelas melhores condições mais já se trabalham pro melhor para as crianças que estão incluídas.

Os professores de educaçao física por muito tempo nos sentem como muitas dificuldades para trabalhar e por fim, em 1994 fundamos uma associação chamada Sociedade Brasileira de Atividade Motora Adaptada (SoBAMA) a onde nos encontramos para trocar informações, experiências. Esta associação também faz um congresso e tem duas revistas, uma para relatos de experiências e outra para relatos de pesquisas. Esta sociedade é para que possamos estruturar os conhecimentos e criar um corpo de conhecimento para que qualquer um possa usar e para que todos possamos avançar e discutir

E também temos participação com a Federação Internacional de Atividade Física Adaptada a onde tem representantes de distintos paises a onde tem o mesmo objetivo de encontrar e refletir e conversar sobre assuntos e principalmente conhecer o trabalho do outro. Esta federação também tem uma revista, e faz um congresso e um simpósio, e também tem um web site. São organizações para trocar-nos, para discutir-nos.

Como se trabalha atualmente na educação física pensando numa educação física inclusiva?

Temos este novo desafio e não temos muitos conhecimentos para nos ajudar, mas estamos construindo. Buscando os conhecimentos já existentes e tentando fazer uma aula que seja dinâmica e participante. Para isso podemos usar algumas estratégias. Como a estratégia de um colega da turma que vai ser preparado para auxiliar, para ajudar. Vai alem de esta ajuda natural porque ele terá informações para ser uma ajuda que seja mais adequada e que seja em conformidade com o que o aluno com deficiência gosta.

Para isso, primeiro, conversamos com o aluno com defici ência para saber se ele quer se ajudado, como ele quer ser ajudado, que preferências ele tem e se ele gostaria de contar para os colegas como é sua limitação. No segundo momento, vamos a perguntar se tem voluntários, porque é um trabalho que tem que ser voluntário, que queira ajudar a este colega. Têm esses colegas, ai vamos a ter uma conversa com o aluno com deficiência e os outros, bem clara para contar como é a deficiência, o que é a deficiência. Claro que não nos términos médicos o com preocupações de detalles, mas duma forma que seja entendido pela idade que os colegas têm, pela idade que á turma tem, em términos que seja adequada a idade de entendimento intelectual.

E desse treinamento fazemos vivencia, para mostrar, por exemplo, que se eu vou a ajudar a um colega cego, se num primeiro momento me da à intenção de assegurá-lo para ajuda-lo não é uma boa estratégia porque eu vou fazer que ele fique dependente de mim. Ensinamos para os colegas tutores no caso que a melhor maneira de ajudar é falar, é verbalizar explicando descritivamente para que ele faça independente. E só depois, se preciso for, ele pode usar do seu toque ou eu posso usar do meu toque, mas a idéia é manter a independência.

Esse é um exemplo de mudança de estratégia que eu ensino ao colega tutor para ele usar isso. Assim vamos mostrar como empuxar a cadeira de rodas, pedir a permissão para empuxar a cadeira de rodas, porque pode ser que o colega não queira ser empuxado. Então perguntar pro colega quer ajuda? quer que eu te empuxe? E depois também fazer essas vivencia.

A criança sem deficiência passar por uma experiência que logicamente é irreal, é uma simulação, mas que mostra um pouco o que é a limitação do colega. Mas principalmente deixa claro o potencial. Porque quando ele, por exemplo, pôr uma venda e percebe que não da pra correr ele valoriza o colega que corre sem enxergar, ou quando se senta na cadeira de rodas do amigo e intentar se deslocar e ele percebe que é muito difícil mudar de direção o ir mui rápido ele valoriza o amigo que anda na cadeira muito rápido.

Então essa vivencia é muito importante porque é experimentar de forma simulada, não natural, irreal, mas é um exercício, uma vivencia que da a ele alguma noção alguma idéia de como é habilidoso e como tem capacidade seu colega e isso é importante para valorizar a criança com deficiência.

E podemos usar outras estratégias que estão na educação física por isso descemos que não é uma outra educação física, é a mesma educação física, mas que a gente para pra pensar o que é e o que pode ser usado como os estilos de Muska Moston que você vai poder variar os estilos usar aquele que você considere o melhor, e não se manter de uma mesma forma, porque ai fica mais difícil que todos participarem. Ter utilizar ou modificar aspectos para que você consiga ter uma aula de educação física que todos participam e principalmente que o aluno com deficiência participe também.

Há experiências no Brasil sobre a implementação desta estratégia ensino em aulas de educação física? Os professores da turma participam ?

Nos temos tanto no âmbito de aula usando como estratégia para ajudar ao professor, como temos no âmbito da pesquisa e usamos essa estratégia para investigar quanto modifica a participação do aluno ou como modifica a visão da criança com deficiência e a visão da criança sem deficiência. Podemos usar esta tanto para aulas na intervenção como uma pesquisa.

Nos fizemos isso numa escola publica em Bauru, por cinco anos de forma continua combinando duas classes. Fizemos pesquisa e como interven ção também, observando como isso acontecia.

Nos temos que agradecer aos professores de educação física porque sem eles nos não poderíamos fazer isso. Nos pedimos sempre autorização, ajuda do professor para fazê-lo na sua aula. Nossa experiência mostra que os professores gostam, aceitam e participam e depois que nos saímos eles continuam com isso. Mas sem duvida quando vamos escola só podemos fazer isso porque o professor o permite e porque ele aceita.

Mas quando é uma pesquisa nos não atuamos na classe, só observamos, treinamos com o professor e depois observamos novamente. Agora quando é uma consultoria com o professor, pegamos o filme e assistimos com o professor e ai discutimos como é que pode ser para fazer diferente para ficar de outra forma e ai discutimos disso com o professor, mas ele é muito importante.

Notas

1 Marli Nabeiro es Licenciada en Educación Física por la Universidad de São Paulo, Magister en Educación Física por la Universidad Estadual de Campinas y Doctora en Psicología Escolar y del Desenvolvimiento Humano por la Universidad de São Paulo. Tiene un cargo de asistente doctor en la Universidad Estadual Paulista Júlio Mesquita Filho. Asimismo, tiene experiencia en temas relacionados a la educación física inclusiva y actividad física, calidad de vida y deficiencia visual, entre otros.

2 Ayelen Mele es Profesora de Educación Física por la Universidad Nacional de la Plata. Actualmente es Becaria de la Comisión de Investigaciones Científicas de la Provincia de Buenos Aires.

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