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Lilloa

versión impresa ISSN 0075-9481versión On-line ISSN 2346-9641

Lilloa vol.58 no.1 San Miguel de Tucumán jun. 2021

http://dx.doi.org/https://doi.org/10.30550/j.lil/2021.58.1/2021.04.07 

Lilloa 58 (1): 15-34, 7 de junio de 2021

ARTÍCULO

https://doi.org/10.30550/j.lil/2021.58.1/2021.04.07

Florística e fitossociologia do componente arbóreo-arbustivo de mata ciliar em estágio inicial de sucessão na microbacia do rio Xaxim (Oeste do Paraná, Brasil): subsídios para a restauraçã ecológica

Floristic and phytosociology of the tree-shrub component of riparian forest in early successional stage in the Xaxim river microbasin (Western Paraná, Brazil): subsidies for ecological restoration

Lisboa, Thais de F. B.1* Roque Cielo-Filho2 Carla D. Câmara1

1Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Campus Medianeira, Av. Brasil, 4232, Parque Independência, 85884-000, Medianeira, Paraná, Brasil.
2Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Instituto Florestal, Rua Pernambuco, s/n, 18701-180, AvarÉ, São Paulo, Brasil.

* Autor correspondente: thais.lisboa7@hotmail.com


RESUMO

A megabiodiversidade existente no Brasil pode ser observada em uma variedade de biomas, como a Mata Atlântica, que É considerada um dos biomas mais biodiversos do mundo. Mas essa biodiversidade vem sendo ameaçada por atividades antrópicas que resultam em fragmentaçã de habitats e degradaçã ambiental. TÉcnicas preconizadas pela ciência da restauraçã ecológica têm sido aplicadas como modo de reverter a degradaçã ambiental e promover a restauraçã da vegetaçã. Informações qualitativas e quantitativas sobre a vegetaçã de áreas em processo de sucessão secundária constituem subsídios importantes para a aplicaçã de tÉcnicas de restauraçã ativa, baseadas no plantio de mudas. Este trabalho apresenta um estudo florístico e fitossociológico do componente arbóreo-arbustivo de vegetaçã ciliar com 12 anos de idade que regenerou espontaneamente em área de antiga pastagem (restauraçã passiva). Foram compiladas informações quanto à abundância das espÉcies, síndrome de dispersão (zoocoria, anemocoria e autocoria), categoria sucessional (pioneiras e não-pioneiras) e ameaça de extinçã. Foram amostrados 856 indivíduos, e identifi- cadas 60 espÉcies nativas e quatro espÉcies exóticas distribuídas em 31 famílias. As famílias mais abundantes foram Myrtaceae, Euphorbiaceae e Fabaceae, com 431 indivíduos, 175 indivíduos e 60 indivíduos, respectivamente. As famílias mais ricas foram Myrtaceae e Fabaceae, com 11 e sete espÉcies, respectivamente. As espÉcies mais abundantes e frequentes foram Myrcia selloi, Gymnanthes klotzschiana, Myrcia subcordata, Sebastiania brasiliensis, Myrcia glomerata e Eugenia involucrata. A síndrome de dispersão zoocórica foi a mais comum, com 38 espÉcies e 547 indivíduos. A categoria sucessional não-pioneira predominou com 33 espÉcies e 533 indivíduos. Não foram encontradas espÉcies ameaçadas de extinçã na área. As informações disponibilizadas neste estudo poderão subsidiar projetos de restauraçã ativa de matas ciliares na região.

Palabras clave: Biodiversidade; conservaçã; flora; successão; Mata Atlântica.


Abstract

The existing megabiodiversity in Brazil is represented a variety of biomes, such as the Atlantic Forest, which is considered one of the most biodiverse biomes in the world. However, this biodiversity has been threatened by human activities, resulting in habitat fragmentation and environmental degradation. Techniques recommended by ecological restoration science have been applied to reverse environmental deg radation and promote the restoration of vegetation. Qualitative and quantitative information on the vegetation of areas in the process of secondary succession consti tutes important subsidies for the application of active restoration techniques based on the planting of seedlings. This work presents a floristic and phytosociological study of the tree-shrub component of 12-year-old riparian vegetation that spontane ously regenerated in an area of abandoned pasture (passive restoration). Information regarding species abundance, dispersal syndrome (zoochory, anemochory and auto- chory), successional category (pioneer and non-pioneer) and extinction threaten was compiled. A total of 856 individuals were sampled, where 60 native species and four exotic ones were identified, distributed in 31 families. The most abundant families were Myrtaceae, Euphorbiaceae and Fabaceae, with 431, 175 and 60 individuals, respectively. The richest families were Myrtaceae and Fabaceae with 11 and seven species, respectively. The most abundant and frequent species were Myrcia selloi, Gymnanthes klotzschiana, Myrcia subcordata, Sebastiania brasiliensis, Myrcia glomerata and Eugenia involucrata. The zoochoric dispersal syndrome was the most common with 38 species and 547 individuals. The non-pioneer successional category pre dominated with 33 species and 533 individuals. No endangered species were found in the area. The information available in this study may support projects for the active restoration of riparian forests in the region.

Keywords: Biodiversidade; conservaçã; flora; successão; Mata Atlântica.

Original recibido el 5 de marzo 2020,
aceptado el 7 de abril 2021.
Publicado en línea: 21 de abril 2021.


INTRODUÇÃO

A megabiodiversidade existente no Brasil pode ser observada em uma variedade de biomas, como a Mata Atlântica, que por sua elevada diversidade florística e faunística, bem como pelo alto grau de endemismo, É considerada um dos biomas mais biodiversos do mundo (Myers, Mittermeier, Mittermeier, Fonseca, Kent, 2000; Forzza et al. 2012).

Contudo, essa biodiversidade vem sendo ameaçada por atividades antrópicas como a rápida expansão da agricultura, urbanizaçã, exploraçã insustentável dos recursos naturais, dentre outras atividades; resultando em fragmentaçã de habitats e degradaçã ambiental (Di Bitetti, Placci, Dietz, 2003).

Um exemplo desse processo de fragmentaçã e degradaçã vem ocorrendo ao longo dos anos no estado do Paraná, onde a cobertura florestal nativa foi reduzida a 18,51% da área ocupada originalmente (Accioly, 2013). A Floresta Estacional Semidecidual, principal formaçã florestal das regiões Oeste, Noroeste e Norte do Estado, foi a mais devastada, restando apenas 6,07% da sua cobertura original, constituídos, majoritariamente, por pequenos fragmentos florestais (Accioly, 2013).

A supressão e fragmentaçã de habitats têm se revelado como graves ameaças à biodiversidade, colocando em risco a sobrevivência de muitas espÉcies (Tossulino et al., 2007; Muchailh, Roderjan, Campos, Machado, Curcio, 2010). As matas ciliares tambÉm têm sofrido com os impactos causados pela fragmentaçã florestal, pois as pressões antrópicas são intensificadas em locais próximos a ambientes aquáticos (Tossulino et al., 2007).

A vegetaçã ciliar no Paraná vem sendo transformada em um mosaico de frag- mentos florestais (Borghi, Martins, Del Quiqui, Nanni, 2004), e isto leva a grandes preocupações ambientais, visto que essa tipologia florestal desempenha importantes funções ecológicas como a proteçã dos recursos hídricos; auxílio na regulaçã do ciclo hidrológico; manutençã da qualidade da água (Tundisi e Tundisi, 2010); e o fornecimento de abrigo, alimento e rotas de deslocamento para a fauna (Mello, Petri, Leite, Toppa, 2014).

No Brasil, em razão das importantes funções desempenhadas pelas matas ciliares, elas são legalmente consideradas como "Áreas de Preservaçã Permanente (APP's)" e são delimitadas faixas adjacentes aos corpos d'água para sua proteçã, alÉm de ser obrigatória a restauraçã da vegetaçã ciliar que tenha sofrido supressão (Brasil, 2012; Chaves, Durigan, Brancalion, Aronson, 2015). Como modo de reverter a degradaçã ambiental e promover a restauraçã dessa vegetaçã, aplicam-se tÉcnicas preconizadas pela ciência da restauraçã ecológica, com o objetivo de dar início e/ou acelerar a recuperaçã de ecossistemas degradados (Society for Ecological Restoration [SER], 2004).

A restauraçã passiva É caracterizada por promover o retorno espontâneo da vegetaçã de uma área degradada por meio da sucessão secundária, sem necessidade de auxílio humano deliberado (Aronson, Durigan, Brancalion, 2011). Áreas restauradas passivamente, por processos naturais, especialmente aquelas em estágios sucessionais iniciais, são particularmente relevantes para a obtençã de informações ecológicas com potencial de aplicaçã na restauraçã da vegetaçã ciliar. Deste modo, informações florísticas e fitossociológicas de áreas em processo de restauraçã pas- siva (baseada na regeneraçã natural) configuram contribuições importantes para a aplicaçã de tÉcnicas de restauraçã ativa (baseadas no plantio de mudas) em outras áreas degradadas geograficamente próximas, mas que não apresentam resiliência suficiente para desencadear seus processos de restauraçã naturalmente.

A restauraçã florestal atrelada à implantaçã de corredores ecológicos É uma estratÉgia importante para reverter os processos de fragmentaçã florestal, pois promove o aumento da conectividade entre fragmentos, facilitando o trânsito de espÉcies e o restabelecimento de fluxos biológicos (Muchailh et al., 2010). A região Oeste do estado do Paraná É considerada estratÉgica para a implantaçã de corredores ecoló- gicos em escala local, de modo a viabilizar a implantaçã em uma escala bem mais ampla, do corredor de biodiversidade do Rio Paraná, conectando os remanescentes de Mata Atlântica localizados na Argentina, Paraguai e Brasil (Di Bitetti et al., 2003). A restauraçã da vegetaçã ciliar pode contribuir significativamente para a implantaçã desses corredores ecológicos em escala local, devido ao efeito benÉfico exercido por essa vegetaçã na conectividade ecológica da paisagem (Seganfredo, Cunha, Magalhães, Cielo-Filho, Câmara, 2019). Somado a isso, a conservaçã da vegetaçã ciliar É de fundamental importância na gestão de bacias hidrográficas, uma vez que sua remoçã pode intensificar a degradaçã de mananciais gerando aumento de custos de tratamento da água para abastecimento, dentre outros múltiplos prejuízos ambientais e econômicos (Tundisi e Tundisi, 2010).

Estudos em remanescentes de mata ciliar específicos de cada tipologia vege- tacional são fundamentais na reversão dos processos de degradaçã (Borghi et al., 2004). Apesar de remanescentes florestais resultantes do processo de fragmentaçã apresentarem amostras pouco representativas da vegetaçã primária, o conhecimento acerca de sua diversidade É fundamental para aumentar a efetividade das ações de conservaçã e restauraçã (Machado et al., 2008).

Diante disso, este trabalho apresenta um estudo florístico e fitossociológico do componente arbóreo-arbustivo de mata ciliar resultante do processo de restauraçã passiva e em estágio inicial de sucessão, em área localizada na microbacia do rio Xaxim, região Oeste do Paraná, Brasil, incluindo informações ecológicas quanto à composiçã e abundância das espÉcies, síndrome de dispersão, categoria sucessional e ameaça de extinçã.

MATERIAIS E MÉTODOS

Área de estudo

A área de estudo situa-se a uma altitude mÉdia de 489 m acima do nível do mar, nas coordenadas 25°07'42.46"S e 53°56'53.09"O (Fig. 1). Encontra-se no limite entre os municípios de Matelândia e CÉu Azul, estado do Paraná, a cerca de 10 km de distância do maior remanescente de vegetaçã nativa da região, o Parque Nacional do Iguaçu (PNI). O tipo de solo predominante na área É o Nitossolo (Bhering et al., 2007) e o clima na região É caracterizado como subtropical úmido, Cfa, na classificaçã de Köppen (Alvares, Stape, Sentelhas, Gonçalves, Sparovek, 2013). Apresenta precipitaçã mÉdia anual variando de 1600 a 1800 mm, e temperatura mÉdia anual de 21,6 ºC, com mÉdia mínima anual menor que 17 ºC e mÉdia máxima anual maior que 28 ºC (Nitsche, Caramori, Ricce, Pinto, 2019).

A formaçã florestal predominante na região É a Floresta Estacional Semidecidual (Hornes e Rodrigues, 2018), pertencente à Ecorregião Florestas do Alto Paraná, a qual possui um dos maiores blocos de floresta remanescente de Mata Atlântica (Di Bitetti et al., 2003). Esta tipologia vegetal É influenciada pelo clima subtropical, que lhe confere a característica de semidecidualidade com queda parcial das folhas no período do inverno (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [IBGE], 2012). A vegetaçã ciliar da área integra a microbacia do rio Xaxim e pode ser classificada como Floresta Estacional Semidecidual Montana, visto que a área se situa na faixa altimÉtrica de 400 a 1.000 m, acima de 24ºde latitude Sul (IBGE, 2012); e ribeirinha com influência fluvial sazonal devido a sua localizaçã em ambiente ripário com inundações eventuais (Rodrigues, 2000).

A área selecionada, apesar de ter sofrido durante anos com impactos provenientes de pastoreio por gado, apresentou resiliência suficiente para dar início ao processo de sucessão secundária, após isolamento da área (Lisboa, Cielo-Filho, Câmara, 2021), apresentando-se atualmente em estágio sucessional inicial. A estratÉgia de restauraçã passiva foi aplicada na área em 2005, e compreendeu a instalaçã de cercas para isolamento de faixas de aproximadamente 30 m de largura às margens do corpo hídrico, como forma de possibilitar a regeneraçã natural da vegetaçã ciliar.

Amostragem e coleta de dados

Os dados foram coletados no período de novembro de 2017 a julho de 2018. A amostragem florística e fitossociológica foi realizada por meio da alocaçã de 10 parcelas de 5 m x 5 m cada, as quais foram posicionadas sistematicamente a cada 45 m entre si, paralelamente e a uma distância mínima de 5 m da margem do corpo hídrico, resultando em uma área total amostrada de 250 m2. Dentro de cada parcela foi realizada a identificaçã e contagem dos indivíduos de espÉcies arbóreas e/ou arbustivas que apresentaram altura igual ou superior a 0,5 m.

Identificaçã e caracterizaçã de espÉcies amostradas

Foi realizada a coleta de material botânico e a identificaçã das espÉcies foi feita atÉ o menor nível taxonômico possível por meio de comparações com exsicatas depositadas no herbário Figueira (FIG), da Universidade Tecnológica Federal do Paraná; e consulta a literatura especializada (e.g. Ramos, Durigan, Franco, Siqueira, Rodrigues, 2015). A coleçã do herbário FIG É constituída essencialmente por materiais coletados em um estudo florístico mais amplo realizado pelos autores em fragmentos de floresta nativa situados nos arredores do PNI (Cielo-Filho et al., 2017a). Assim, a identificaçã botânica neste trabalho foi beneficiada pelo conhecimento prÉvio da flora regional obtido pelos autores. As espÉcies foram ordenadas em famílias de acordo com o sistema APG IV (Angiosperm Phylogeny Group [APG], 2016). As sinonímias botânicas, grafias e abreviações foram verificadas na Lista de EspÉcies da Flora do Brasil (Flora do Brasil 2020, 2021).


Fig. 1. Mapa de localizaçã da área de estudo. A) Mapa da AmÉrica do Sul com destaque para o Brasil. B) Mapa do estado do Paraná com destaque para a localizaçã dos municípios limítrofes CÉu Azul e Matelândia. C) Delimitaçã da área de estudo.
Fig. 1. Location map of the study area. A) Map of South America with emphasis on Brazil. B) Map of the state of Paraná with emphasis on the location of the municipalities bordering CÉu Azul and Matelândia. C) Delimitation of the study area.

A partir do banco de dados fornecido por Barbosa et al. (2017), foram obtidas informações para cada espÉcie quanto à síndrome de dispersão [zoocoria, anemocoria e autocoria - sensu Van der Pijl (1982)] e categoria sucessional [pioneiras e não-pioneiras - sensu Whitmore (1989)]. Informações relativas ao hábito (arbóreas e arbus- tivas) e a origem (nativas e exóticas) das espÉcies identificadas foram consultadas na base de dados da Lista de EspÉcies da Flora do Brasil (Flora do Brasil 2020, 2021). A informaçã sobre o hábito da espÉcie Syagrus romanzoffiana, divergiu da informaçã contida naquela base de dados, pois optou-se por adotar o hábito definido para essa espÉcie em Barbosa et al. (2017). Os hábitos dos indivíduos que não puderam ser identificados ao nível de espÉcie foram definidos conforme observações em campo. TambÉm foram verificadas as espÉcies ameaçadas de extinçã tomando como base a Lista Nacional Oficial de EspÉcies da Flora Ameaçadas de Extinçã (Brasil, 2014); bem como as espÉcies invasoras conforme a Lista de EspÉcies Exóticas Invasoras do Estado do Paraná (Paraná, 2015) e a Base de dados de espÉcies exóticas invasoras do Brasil (Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservaçã Ambiental, 2021).

Conforme metodologias usualmente adotadas em levantamentos florísticos, as espÉcies exóticas e as que não puderam ser identificadas ao nível de espÉcie, não foram caracterizadas quanto ao hábito, síndrome de dispersão ou categoria sucessional.

Com vistas a conhecer a distribuiçã e abundância das espÉcies, foram calculados os valores absolutos e relativos para densidade e frequência das espÉcies amostradas na área de estudo (Moro e Martins, 2011; Freitas e Magalhães, 2012). Por meio do somatório da densidade e frequência relativas foi possível obter um valor que expressa conjuntamente a abundância e a distribuiçã de espÉcies na área, aqui denominado como índice de regularidade horizontal (IRH), com base em Freitas e Magalhães (2012). TambÉm foi calculado o índice de diversidade de Shannon (H') (Ludwig e Reynolds, 1988).

RESULTADOS

Foram contabilizados 856 indivíduos de espÉcies arbóreas e/ou arbustivas, as quais foram identificadas em sua maioria ao nível de espÉcie, algumas ao nível de gênero (Piper sp. - 14 indivíduos e Solanum sp. - um indivíduo) ou família (Myrtaceae - um indivíduo) e uma espÉcie indeterminada (três indivíduos); totalizando 64 táxons distribuídos em 31 famílias (Tabela 1). Destas espÉcies, quatro são consideradas exóticas (Tabela 2).

Nenhuma das espÉcies amostradas se encontra em ameaça de extinçã, segundo a Lista Nacional Oficial de EspÉcies da Flora Ameaçadas de Extinçã (Brasil, 2014).


Tabela 1. Relaçã de espÉcies arbóreas e arbustivas com características ecológicas. NºIND (número de indivíduos); arb = arbusto, arv = árvore; SD (síndrome de dispersão): ANE = anemocórica, AUT = autocórica, ZOO = zoocórica; CS (categoria sucessional): P = pioneira, NP = não-pioneira.
Table 1. List of tree and shrub species with ecological characteristics. NºIND (number of individuals); arb = shrub, arv = tree; SD (dispersal syndrome): ANE = anemochoric, AUT = autochoric, ZOO = zoochoric; CS (successional category): P = pioneer, NP = non-pioneer.


Tabela 2. Relaçã de espÉcies exóticas encontradas nas parcelas.
Table 2. List of exotic species found in the plots.

As espÉcies exóticas amostradas na área de estudo foram Citrus × limon, Eriobo trya japonica, Hovenia dulcis e Psidium guajava. Estas quatro espÉcies estão compre endidas em quatro famílias, das quais Rhamnaceae está representada exclusivamente por Hovenia dulcis (Tabela 2). Essas espÉcies são consideradas invasoras em níveis estadual (Paraná, 2015) e nacional (Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conser vaçã Ambiental, 2021).

O hábito arbóreo foi representado por 30 espÉcies, o hábito arbustivo por nove espÉcies e 21 espÉcies podem apresentar tanto o hábito arbóreo como arbustivo (Tabela 1).

Em relaçã às síndromes de dispersão, as espÉcies zoocóricas foram maioria (38 espÉcies e 547 indivíduos), seguidas pelas espÉcies autocóricas (11 espÉcies e 269 indivíduos) e anemocóricas (sete espÉcies e 12 indivíduos). No que se refere à categoria sucessional, houve predominância de espÉcies não-pioneiras (33 espÉcies e 533 indivíduos) em relaçã às espÉcies pioneiras (23 espÉcies e 295 indivíduos) (Tabela 1).

As espÉcies mais abundantes e frequentes na área de estudo, consideradas como aquelas com maiores valores estimados de IRH, foram Myrcia selloi (25,41), Gymnanthes klotzschiana (18,66), Myrcia subcordata (11,74), Sebastiania brasiliensis (10,49), Myrcia glomerata (10,02) e Eugenia involucrata (9,83). Dos 64 táxons encontrados, 19 (29,69%) foram representados por somente um indivíduo e 44 (68,75%) por seis indivíduos ou menos (Tabela 3).

A família Myrtaceae foi a mais abundante, com 50,35% dos indivíduos amostrados, seguida de Euphorbiaceae (20,44%), e Fabaceae (7,01%). As famílias Myrtaceae e Fabaceae tambÉm se apresentaram como as mais ricas, com 17,19% (11 espÉcies) e 10,94% (sete espÉcies) das espÉcies amostradas, respectivamente.


Tabela 3. Valores estimados para os parâmetros fitossociológicos das espÉcies amostradas na área de estudo, em ordem decrescente de valores de IRH. DA (densidade absoluta), DR (densidade relativa), FA (frequência absoluta), FR (frequência relativa) e IRH (índice de regularidade horizontal).
Table 3. Estimated values for the phytosociological parameters of the sampled species in the study area, in decreasing order of IRH values. DA (absolute density), DR (relative density), FA (absolute frequency), FR (relative frequency) and IRH (horizontal regularity index).

DISCUSSÃO

Todas as espÉcies exóticas e invasoras encontradas neste estudo tambÉm foram rela tadas por Cielo-Filho et al. (2017a) em fragmentos florestais nos arredores do PNI. Na Argentina, a espÉcie Eriobotrya japonica tambÉm É considerada invasora havendo registros de sua ocorrência em ambientes degradados e de sua expansão para am bientes naturais, como na província de Misiones (Delucchi e Keller, 2010). Segundo Stampella, Delucchi, Pochettino (2013), Citrus x taitensis (mesmo que Citrus x limon) vem invadindo diferentes ambientes na província de Misiones, incluindo bosques de vegetaçã secundária, assim como constatado no presente estudo. De forma se melhante, Lazzarin et al. (2015) relataram a invasão de florestas secundárias por Hovenia dulcis na região do alto Uruguai, estado de Santa Catarina, Brasil. O poten cial invasivo das espÉcies exóticas Hovenia dulcis e Psidium guajava É evidenciado pelo predomínio destas espÉcies em uma área reflorestada com plantio de espÉcies nativas e exóticas, em que Gris e Temponi (2017) as relataram como as espÉcies mais abundantes em Área de Preservaçã Permanente do Lago de Itaipu. AlÉm disso, Hovenia dulcis faz parte do grupo de espÉcies exóticas invasoras que possuem qualquer forma de cultivo, transporte, propagaçã ou aquisiçã, proibida no estado do Paraná (Paraná, 2015).

Apesar da reduzida abundância de espÉcies exóticas (quatro espÉcies e nove in divíduos), É preciso observar o potencial invasivo destas espÉcies (Moro et al., 2012), as quais podem comprometer o processo de restauraçã na área. Florestas em estágios sucessionais iniciais, como a da área deste estudo, podem ser mais susceptíveis à in vasão de espÉcies exóticas (Lazzarin et al., 2015) e, portanto, ações de controle devem ser tomadas. Assim, sugere-se que as espÉcies exóticas sejam suprimidas do local, de modo a prevenir que se acentue o processo de invasão e possibilitar a continuidade dos processos sucessionais da vegetaçã ciliar.

Alguns fatores como diferenças entre esforços amostrais, Épocas de coleta e estado de conservaçã da vegetaçã influenciam os resultados de levantamentos acerca das diferentes formas de vida, e dificultam comparações precisas entre áreas (CieloFilho et al., 2009). Ainda assim, tal como no presente estudo, espÉcies que apresentam exclusivamente o hábito arbóreo foram predominantes em diversos levantamentos abrangendo diferentes formas de vida na Floresta Estacional Semidecidual nos es tados de São Paulo e Paraná (Mikish e Silva, 2001; Yamamoto, Kinoshita, Martins, 2005; Kinoshita et al., 2006; Cielo-Filho et al., 2017a; Cielo-Filho et al., 2017b). Con siderando que a predominância do hábito arbóreo É uma característica de florestas mais desenvolvidas (Mikish e Silva, 2001), os resultados obtidos sugerem o avanço de processos sucessionais na vegetaçã da área de estudo.

A predominância de espÉcies zoocóricas e não-pioneiras tambÉm foi observada em áreas em processo de restauraçã passiva na Floresta Estacional Semidecidual. Assim, Melo e Durigan (2007) verificaram 53,1% de espÉcies zoocóricas em uma área com idade de 23 anos, e no trabalho de Viapiana, Cielo-Filho, Câmara (2019) foi observado 57% de espÉcies zoocóricas e 74% de espÉcies não-pioneiras, em uma área com idade de 25 anos. Áreas preservadas compostas por vegetaçã primária próximas ao local de estudo tambÉm apresentaram a predominância de espÉcies não-pioneiras e zoocóricas, como relatado por Viapiana et al. (2019) em estudo realizado em uma área de referência inserida no PNI que constatou a presença de 59% de espÉcies zoocóricas e 79% de espÉcies não-pioneiras no local. Apesar de distar aproximadamente 10 km da área de estudo, sugere-se que o PNI, considerado a maior fonte de propágulos da região, possa influenciar a composiçã florística e riqueza de espÉcies da área.

A predominância de espÉcies zoocóricas É uma característica fundamental em áreas em restauraçã, pois como elas servem de fonte de alimento para a fauna, tal predominância pode acentuar a contribuiçã das espÉcies zoocóricas para o aumen to da riqueza específica e complexidade estrutural (Mikish e Silva, 2001), alÉm de indicar que há ocorrência de fluxos biológicos e o avanço do processo sucessional na área (Scariot e Reis, 2010).

Segundo Maciel, Watzlawick, Schoeninger, Yamaji (2003) as espÉcies pioneiras germinam em ambientes que possuem dossel aberto, recebendo radiaçã solar ao menos parte do dia, já as espÉcies não-pioneiras tendem a germinar em ambientes sombreados. Assim, florestas mais maduras tendem a fornecer um ambiente mais favorável às espÉcies de estágios sucessionais mais avançados. A proporçã de es pÉcies não-pioneiras registrada neste estudo (58,93%) demonstra que a área está progredindo em sua trajetória sucessional, visto que florestas atlânticas podem levar cerca de 157 anos para atingir 90% de espÉcies não-pioneiras (Liebsch, Marques, Goldenberg, 2008).

Myrcia selloi, espÉcie que apresentou o maior valor estimado de IRH neste es tudo, tambÉm aparece entre as espÉcies com maior índice de valor de importância amostradas por Silva, Fonseca, Soares-Silva, Muller, Bianchini (1995) em floresta ciliar na bacia hidrográfica do rio Tibagi no estado do Paraná. A segunda espÉcie com maior valor IRH foi Gymnanthes klotzschiana, a qual É encontrada com ampla distribuiçã em ambientes alagáveis e ciliares em Florestas Estacionais Semideci duais nos estados do Paraná e São Paulo (Bianchini, Popolo, Dias, Pimenta, 2003; Aquino e Barbosa, 2009). A espÉcie Sebastiania brasiliensis que tambÉm está entre as espÉcies de maior IRH deste estudo, foi apontada como espÉcie indicadora de Flo resta Estacional Semidecidual ribeirinha em estudo realizado por Souza, Machado, Galvão, Filho (2017) no PNI.

Os valores elevados de IRH das espÉcies Myrcia selloi, Gymnanthes klotzschiana, Myrcia subcordata, Sebastiania brasiliensis, Myrcia glomerata e Eugenia involucrata, po- dem ser explicados pela eventual capacidade dessas espÉcies se desenvolverem bem em solos hidromórficos, com lençol freático pouco profundo, ou em áreas submeti das a inundações periódicas, como na área de estudo; sendo consideradas espÉcies importantes para a conservaçã e restauraçã de matas ciliares na região (Kieras, Accioly, Machado, 2018; Cielo-Filho et al., 2017b). Sugere-se que essas espÉcies sejam priorizadas em projetos de restauraçã ativa de matas ciliares na região da área de estudo, inclusive utilizando maior número de indivíduos dessas espÉcies em plantios de restauraçã. Por outro lado, as demais espÉcies nativas encontradas com menores valores de IRH, tambÉm são importantes nesses projetos, ajudando a atingir níveis elevados de diversidade na área a ser restaurada.

A família Myrtaceae foi a mais rica neste estudo, e tambÉm aparece entre as famílias mais representativas em diversos levantamentos florísticos desenvolvidos no estado do Paraná em áreas de abrangência da Floresta Estacional Semidecidual (Mikish e Silva, 2001; Estevan, Vieira, Gorenstein, 2016; Cielo-Filho et al., 2017a) e em florestas da bacia do Rio Tibagi, compostas por Florestas Ombrófilas Mistas e Florestas Estacionais Semideciduais (Silva et al., 1995; Dias, Vieira, Paiva, 2002). AlÉm da abundância relativamente elevada de indivíduos, tambÉm É notável a ele vada frequência da maioria das espÉcies da família Myrtaceae. As espÉcies dessa família se destacam em diversos trabalhos de restauraçã de áreas degradadas, devido à produçã de frutos que potencializam a dispersão de sementes por animais (Meira Junior, Pereira, Machado, Mota, Otoni, 2015). Myrtaceae É considerada uma impor tante família para restauraçã ecológica, devido à sua contribuiçã no enriquecimento florestal ao longo da sucessão secundária (Liebsch et al., 2008).

As famílias Euphorbiaceae e Fabaceae apresentam, em geral, elevada riqueza de espÉcies em estudos desenvolvidos em Florestas Estacionais Semideciduais (Dias et al., 2002; Kinoshita et al., 2006; Aquino e Barbosa, 2009). A família Fabaceae tambÉm figura como a família mais rica em vários levantamentos florísticos na Argentina e no Brasil (Borghi et al., 2004; Cielo-Filho et al., 2017a; Estevan et al., 2016). Em vista disso, tais famílias possuem significativa importância na restauraçã de ambientes ripários (Borghi et al., 2004).

O valor do índice de diversidade de Shannon (H') encontrado neste estudo (2,99 nats.ind. -1 ) foi mais próximo do encontrado por Viapiana et al. (2019) em uma área de floresta primária inserida no PNI (2,97 nats.ind. -1 ), do que em uma área em restauraçã passiva (2,22 nats.ind. -1 ). O valor de H' observado neste trabalho tambÉm foi maior do que os encontrados em ambientes florestais em estágios iniciais de su cessão, como 2,89 nats.ind. -1 em estágio sucessional inicial em Floresta Ombrófila Mista (Oliva et al., 2018); 2,65 nats.ind. -1 em fragmento reflorestado em estágio ini cial em Floresta Estacional Semidecidual (Gris e Temponi, 2017); 2,16 nats.ind. -1 e 2,66 nats.ind. -1 em estratos de regeneraçã em estágio inicial em região de transiçã entre Floresta Ombrófila Densa e Floresta Ombrófila Mista (Souto e Boeger, 2011). Salienta-se, contudo, que tais comparações não são precisas, visto que as referidas áreas possuem diferentes históricos de uso, idades e critÉrios de amostragem.

Ainda assim, É possível verificar que a área de estudo apresenta uma diversidade de espÉcies relativamente elevada, ainda que poucas espÉcies com elevada densidade e a maioria com poucos indivíduos (29,69% das espÉcies estão representadas por somente um indivíduo e 68,75% por seis indivíduos ou menos), apresentando as sim um padrão comumente encontrado em florestas tropicais e subtropicais, onde a menor dominância numÉrica favorece a maior diversidade de espÉcies no ambiente (Silva et al., 2012). Essa elevada diversidade encontrada na vegetaçã ciliar estudada deve ser considerada como um atributo desejável em projetos de restauraçã ativa de matas ciliares na região.

CONCLUSÃO

Neste trabalho foram fornecidas informações florísticas e fitossociológicas do com ponente arbóreo-arbustivo de uma mata ciliar em estágio sucessional inicial que podem subsidiar futuros projetos de restauraçã ecológica em ambientes ciliares na região da área de estudo.

Dentre as espÉcies prioritárias para uso em plantios de restauraçã, destacam-se Myrcia selloi, Gymnanthes klotzschiana, Myrcia subcordata, Sebastiania brasiliensis, Myrcia glomerata e Eugenia involucrata que possuem bom desenvolvimento em ambientes ri pários e apresentaram abundância e frequência relativamente elevadas neste trabalho e em outros realizados em Floresta Estacional Semidecidual ribeirinha. A elevada riqueza e abundância da família Myrtaceae, bem como a diversidade relativamente elevada e a predominância de espÉcies zoocóricas e não-pioneiras constituem carac terísticas marcantes da mata ciliar estudada. Assim, sugere-se que tais características sejam consideradas na modelagem de projetos de restauraçã ativa de matas ciliares na região.

AGRADECIMIENTOS

ÀCoordenaçã de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pelo apoio financeiro fornecido para o desenvolvimento deste estudo no âmbito do Pro grama de Pós-Graduaçã em Tecnologias Ambientais (PPGTAMB) da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Ao Sr. RogÉrio Ampessan (Seu Neca) e à comunidade Xaxim, por fornecerem acesso à área de estudo e informações sobre o histórico de uso do solo na área.

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